16 - Fevereiro-- Segunda - Evangelho
- Mc 8,11-13
Por
que esta geração pede um sinal?
O
evangelista responde por quê. Era para por Jesus à prova. Jesus fica tão triste
com pedido dos fariseus que até dá um suspiro profundo. Depois se manda dali.
Este episódio reflete a aversão que as autoridades tinham a Jesus. Era uma
aversão não racional, mas subjetiva, emocional e interesseira. Afinal, eles
eram os líderes também religiosos do país, e Jesus ameaçava desbancá-los, como
de fato desbancou.
Jesus
tinha acabado de multiplicar pães, e logo antes havia curado um surdo-mudo.
Tudo isso era sinal de que ele era o Messias, o Filho de Deus. Mas quando a
gente quer recusar alguém, por mais bem que ele ou ela faça, sempre é ruim. “O
pior cego é aquele que não quer ver”, disse Jesus.
O
que os fariseus pediam a Jesus era um sinal cósmico e apocalíptico, que
provasse de forma contundente que ele é o Messias. Mas isso Deus não costuma
fazer, porque passaria por cima da nossa liberdade, forçando-nos a acreditar.
Ele quer que juntemos à fé o nosso afeto a nossa obediência.
Os
pecadores vivem pedindo um sinal a Deus; querem que Deus se mostre de forma
mais clara que o sol ao meio dia. Mas o que lhes embaça os olhos, impedindo a
fé, é o pecado! “Quem acolhe os meus mandamentos, esse me ama... Eu o amarei e
me manifestarei a ele” (Jo 14,21).
Também
nas tentações de Jesus, o diabo lhe pediu uma demonstração cabal de que é o
Filho de Deus: “Se és o Filho de Deus, atira-te do pináculo do Templo para
baixo... transforma estas pedras em pães...” Enquanto Jesus morria na cruz, os
seus inimigos lhe diziam: “Se és o Filho de Deus e o rei de Israel, desça agora
da cruz”. Jesus estava dando o maior sinal: um amor até a morte, mas ninguém
entendia.
O
sinal que Deus Pai ia dar do Reino messiânico será o menos esperado: a
humilhação suprema de seu Filho, que por obediência ao seu plano de salvação
morre numa cruz, ressuscita e é exaltado sobre todas as criaturas.
Tudo
isso fala, mas numa linguagem desconhecida para os inimigos de Jesus: o amor de
Deus aos homens, a ponto de lhes entregar o seu Filho. Somente nele haverá
salvação. Desde então, o amor e a cruz serão os sinais do cristianismo diante
do mundo.
Jesus
sempre pedia que não publicassem seus milagres para que a fé, mesmo seguindo um
caminho lento, avançasse pela via do amor e da cruz.
Quando
Jesus enviou seus discípulos em missão, pediu que fossem pobres, sem mais
bagagem que a sua palavra e o testemunho.
Uma
Comunidade cristã que confiasse demais nos meios econômicos e nas influências
sociais, demonstraria que a sua fé se debilitou, porque não confia plenamente
no Espírito de Jesus.
Hoje,
os sinais do Reino de Deus não convencem os perversos, porque consistem na
libertação dos pobres, em dar vista aos cegos e em anunciar a libertação aos
marginalizados e a salvação (Cf Lc 4,18).
Havia,
certa vez, um jovem universitário que não tinha fé, mas sentia um grande desejo
de acreditar em Deus. Sua incredulidade o angustiava e o tornava infeliz.
Um
dia, ele encontrou na Bíblia a seguinte frase: "Aquele que ama conhece a
Deus" (1Jo 4,7). Tentou então este caminho, dedicando-se intensamente ao
amor ao próximo.
Logo
encontrou a fé, e junto com ela veio a felicidade. Então ele disse esta frase
que ficou célebre: "Procurei a Deus, não encontrei; procurei a mim mesmo,
não encontrei; procurei o próximo, encontrei os três".
Que
Maria Santíssima nos ajude a seguirmos tão bem o seu Filho, que nunca
precisemos de lhe pedir um sinal.
Por
que esta geração pede um sinal?
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