QUINTA DEPOIS DA QUARTA DE CINZAS
19/02/2015
1ª Leitura Deuteronômio 30, 15-20
Salmo 39/40,5ª “Feliz o Homem que
pôs sua esperança no Senhor”
Lucas 9, 22-25
"Perder é preciso..."
Nos dias de hoje inventaram um
CRISTIANISMO sem cruz e sem calvário, criaram um atalho para se chegar a
ressurreição, sem que seja preciso passar pelos tropeços e vergonhosa
humilhação de se carregar a cruz. Diante de uma sociedade que apregoa e
incentiva a busca desenfreada de todos os prazeres, era mesmo necessário se
criar um Cristo mais "folgado" e menos exigente, para se ostentar a
fachada de um Cristianismo milenar, mas adaptado as conveniências humanas.
Nosso Deus não é masoquista, Jesus,
o Filho de Deus, nunca buscou o sofrimento físico ou moral, ao contrário, veio
para nos dar Vida Plena, isso significa alegria, felicidade e realização humana
na vocação do amor. O sofrimento veio como consequência da sua postura séria e
da sua fidelidade aos Desígnios Divino.
Ser cristão é saber perder e morrer
a cada dia, como é que isso pode ser aceito e compreendido em uma sociedade tão
competitiva onde somos sempre impelidos a vencer e a dominar ? Que morte é essa
e que perdas são essas que fala esse evangelho?
A resposta vem da comunidade, melhor
lugar para se exemplificar esse ensinamento. Dona Maria - Ministra dos enfermos
e das exéquias, já tinha trabalhado arduamente naquela semana, dois velórios na
quinta, visita a quatro enfermos na sexta, e no sábado ainda cuidou de uma
vizinha enferma que estava acamada e precisava tomar banho não tendo quem o
fizesse. No domingo o esposo e os filhos haviam programado um passeio a chácara
da Família para um merecido descanso pois também o esposo e os filhos atuavam
na comunidade em trabalhos pastorais....Entretanto....
Justo naquele domingo o Padre
convocou os agentes de pastorais para um retiro espiritual e formação, a
presença era obrigatória - avisou a coordenadora. Tristeza e desânimo naquele
manhã de domingo, cheia de sol e de vida, a família guardou os apetrechos de
lazer, roupas de banho para a piscina, varas de pescar, pois na chácara tinha
um riozinho que dava bons peixes, a carne do churrasco, e seguiram para a
comunidade logo cedo, onde o almoço foi um lanche comunitário em lugar do
churrasco. Foi uma perda e tanto, algo morreu dentro deles naquele domingo...O
amor pela comunidade e pela Igreja falou mais alto que suas necessidades de
lazer, que ficaram para uma próxima oportunidade.
Essa renúncia e desapego, esse
esvaziamento de si mesmo e aniquilamento, são as marcas características do
Senhor, e que torna autêntica toda e qualquer ação dessa natureza. Essa
linguagem e essa conduta, o mundo jamais compreenderá! Não tiremos a cruz de
nossa vida, senão não haverá ressurreição.....
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Sra. Consolata - Votorantim
E-mailcruzsm@uol.com.br
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