01 de Março - DOMINGO - Evangelho
- Mc 9,2-10
Bom
dia!
Tenho
sido insistente em anunciar que precisamos vencer algumas barreiras. Algumas
pessoas, que por ventura se encontram num estágio razoável ou maior de
espiritualidade e amadurecimento cristão, precisaram estar alerta a influencia
da inércia sobre esse crescimento.
Uma
reflexão e uma analogia:
Grandes
alpinistas, ao tentar escalar o Everest, precisam entender que o topo só será
alcançado, mediante as paradas que existem. Ninguém até hoje, saiu da base ao
cume sem fazer essas paradas. Precisamos ter essa verdade: O estágio seguinte
só será vencido com certas adaptações. O próprio corpo precisa de um tempo para
se adaptar.
Escalar
o Everest precisou primeiro de uma vontade, é o que chamam de “vontade de
conversão individual”, ou seja, eu preciso querer mudar. A cada passo dado
teremos que enfrentar os problemas e tribulações de cada fase e rapidamente se
adaptar. O tempo pertence a Deus, portanto a adaptação, ou a conversão é dada a
cada dia e dia após dia. Como o Dunga prefere chamar: Um PHN.
Somos
muitos, e ao mesmo tempo, e talvez de formas e métodos diferentes (pastorais,
movimentos, ministérios) a tentar escalar esse Everest chamado Santidade.
Somos, portanto como os alpinistas a deixar os pinos de segurança para que
outros consigam ir por onde já passamos e às vezes deixar de subir, por um
instante para resgatar algum outro que escorrega ou toma o caminho mais
perigoso da escalada.
Toda
essa reflexão é para não cairmos na tentação de querermos ficar e montar
tendas, pois aqui “esta muito bom”. Precisamos descer do monte e encarar que
pessoas precisam de nós e às vezes o comodismo no faz ficar esperando por elas.
Continuo a afirmar na minha crença que o bom pastor trás suas ovelhas, mas Ele
antes de partir nos deu a missão de levar a boa nova a todo.
Graças
a Deus não sou o único a sentir isso em meu coração.
“(…)
Caríssimos Presbíteros, nós, pastores, nos tempos de hoje, somos chamados com
urgência à missão, seja “ad gentes”, seja nas regiões dos países cristãos, onde
tantos batizados afastaram-se da participação em nossas comunidades ou, até
mesmo, perderam a fé. Não podemos ter medo nem permanecer quietos em casa. O
Senhor disse a seus discípulos: “Por que tendes medo, homens fracos na fé?” (Mt
8, 26). “Não se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no
candeeiro, para que ilumine a todos os que estão na casa” (5,15). “Ide por todo
o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). “Eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20). Não lançaremos a
semente da Palavra de Deus apenas da janela de nossa casa paroquial, mas
sairemos ao campo aberto da nossa sociedade, a começar pelos pobres, para
chegar também a todas as camadas e instituições sociais. Iremos visitar as
famílias, todas as pessoas, principalmente os batizados que se afastaram. Nosso
povo quer sentir a proximidade da sua Igreja. Faremo-lo, indo à nossa sociedade
com alegria e entusiasmo, certos da presença do Senhor conosco na missão e
certos de que Ele baterá à porta dos corações aos quais O anunciarmos”.
(Cardeal Cláudio Hummes – Arcebispo Emérito de São Paulo Fonte: Canção Nova
04/08/09)
Esse
pedido aos padres (presbíteros) foi reiterado por Dom Alberto no congresso da
RCC a TODOS nós. Essa é a beleza de nossa igreja: um mover do Espírito para
todos. Não somos convidados a viver uma direção diferente do que nossa igreja
pede se assim o fizermos, corremos o risco de escalar o Everest sem ajuda, sem
oxigênio… Algumas pastorais e movimentos sumiram ou deixaram de acontecer pela
subida sem oxigênio; por lideranças com boas intenções, mas com pouca humildade
na bagagem.
Precisamos
respeitar o tempo, a direção, a vontade de Deus. As vezes um tempo parado, pode
significar amadurecimento para o próximo estagio a escalada.
Continuemos
subindo em busca do cume (santidade)… Mas talvez algumas etapas do trajeto não
aconteçam sozinhas, que talvez a caminhada só seja concluída cercada de outras
pessoas. Um fato: o passo mais difícil até o cume é o abandono de si mesmo.
“(…)
Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos,
disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a
sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao
homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida?” (Marcos 8, 34-36)
Um
imenso abraço fraterno.
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