23 de Fevereiro
de 2015
A presente homilia
descreve o final dos tempos, ou seja, o Juízo Final que é um tema tão antigo e
tão atual com o qual a humanidade inteira se sempre depara. Dando uma passagem
rápida o que dizem as três grandes religiões monoteístas verificamos que o
tema é amplamente abordado em sua essência religiosa.
Assim, no cristianismo, às obras de misericórdia que envolvem
compromisso de amor a Deus e ao próximo e são fundamentais para se obter a
salvação; no judaísmo, está relacionado às obras de piedade presentes no Antigo
Testamento; e no islamismo, o bem ou mal que se pratica com os irmãos são obras
importantes para possuir o paraíso ou acabar no inferno.
Mateus que é o evangelista que nos apresenta
Jesus como o Filho do Homem nos apresenta hoje um Jesus que se intitula e se
declara realmente como Rei e Juiz da história da humanidade. Estamos diante do
que São Paulo diz: O triunfo de Cristo, a vitória do bem sobre o mal, da vida
sobre a morte. É a glória devida ao triunfo de Cristo sobre a cruz. Pois
Ele é o Poder de Deus e a sua Sabedoria (1 Cor 1, 24).
Cristo Jesus ressuscitado vindo com poder e
grande glória (Lc 21, 27) – assume as funções do verdadeiro Deus: Sua sentença
é definitiva: eterna como o fogo eterno preparado pelo pai para os anjos
rebeldes. Ele está rodeado de todos os seus anjos que estão submissos em
tudo.
Trata-se de um juízo final, ou do início de uma era histórica após
a destruição de Jerusalém? No primeiro caso, Jesus, o Filho do Homem – será o
juiz definitivo como vemos no texto. No segundo caso indica quais entrarão a
formar parte do novo reino entre os gentios. Os escolhidos serão os misericordiosos
que alcançarão misericórdia ( Mt 5, 7) ou seja os que agiram com compaixão com
os necessitados. Quais são estes irmãos menores?
Sobre o fogo preparado para o Diabo e os anjos, devemos comentar
que na época de Jesus não se esperava que o Diabo estivesse no inferno, porque
sabemos pelas palavras do próprio Jesus que viu Satanás cair do céu como um
relâmpago (Lc 10, 18). Portanto o inferno não era sua morada, mas o fogo ou
lago de fogo será o destino definitivo do Diabo (Ap 20, 10) ao qual será
lançado quem não for escrito no livro da vida (Ap 20, 15). Talvez isso explique
a influência do maligno em nossa história.
A condenação não é por atos de perversidade, mas de omissão. Talvez
porque os primeiros já estavam incluídos na mentalidade antiga. Os segundos eram
o grande pecado e ainda são dos batizados chamados discípulos de Cristo. Por
outra parte o evangelho de hoje serve para responder à pergunta: Como poderão
salvar-se os que não conhecem Jesus ou consideram verdadeira a sua própria
religião? Obviamente a fé será substituída pelas obras de misericórdia,
necessárias também entre os cristãos porque a fé sem obras está morta (Tg 2,
17) e Paulo afirma que o que tem valor é a fé que atua mediante o amor (Gl 5,
6).
Portanto, lembre-se do que nos é apresentada à atualização da
mensagem do Juízo Final que tem, por base, três dimensões: pessoal, eclesial e
social, onde, de acordo com os ensinamentos de Jesus, as obras de misericórdia,
praticadas em relação aos mais pequeninos, aqui e agora, serão decisivas no dia
do Juízo Final, quando o Filho do Homem julgará cada um de acordo com suas
obras.
O último juiz virá. E o julgamento dele será sobre o serviço que
tiveres prestado aos seus irmãos mais pequeninos. Ele chamará e congregará
todos os que lhe forem fiéis e lhes dirá: Vinde benditos de meu Pai, possui por
herança o reino que vos está preparado deste a fundação do mundo, porque tive
fome e me destes de comer… Será que tu serás um destes benditos? Se sim,
parabéns! E se não o tempo é este e a hora é agora de acertares o passo e
convertendo-te seguires as pegadas do Mestre.
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