SEXTA FEIRA DA II EMANA DA QUARESMA
06/02/2015
1ª Leitura Gênesis 37.3-4.12-13ª.
17b-28
Salmo 104/105,5ª “Recordará as
maravilhas que operou”
EvangelhoMateus 21, 33-43. 45-46
"Apropriação Indébita..."
O Termo apropriação indébita se
refere a posse ilegal de algo que não nos pertence. Deus edificou o seu Reino
no meio dos homens, mas não se trata de uma parreira qualquer, abandonada á
beira da estrada, dessas que parece que não tem dono. Ela foi cercada com uma
sebe, cavada um lagar onde se pisoteia a uva para produção do vinho, e
construída uma torre para vigiar, afastando intrusos ou animais silvestres que
irão danificar a parreira.
No meio da humanidade Deus escolheu
o povo de Israel, estabelecendo com ele uma vida de comunhão, dando-lhes todas
as condições necessárias para viverem bem, sempre na amizade e proteção do Deus
da ALIANÇA. Deus esperava desse povo uma vida íntegra, pautada pela justiça e
igualdade, solidariedade, para assim ser um sinal entre todas as Nações, sinal
visível de um Deus que ama e que caminha junto.
Não podemos dizer que Deus antes
fez um rascunho do que seria o Reino Ideal e depois passou a limpo, o Antigo
Testamento já é o início da edificação do Reino de Deus, claro que de maneira
prefigurada, mas os Santos Homens que por aqueles tempos ajudaram nessa obram,
têm os seus méritos e nem precisaram ser canonizados, a própria História da
Salvação os canonizou.
O que o evangelho nos mostra é que
Deus confia a administração do seu Reino aos Homens, que tornam-se seus
colaboradores ou arrendatários, a Igreja está a serviço do Reino, mas ela não é
o Reino, apenas um sinal visível dele. O Reino é maior e está acima de qualquer
instituição humana. Evidentemente que, exatamente como o Proprietário da Vinha,
Deus espera sempre colher os frutos da sua obra, mas não pensemos que Deus é um
explorador como os Latifundiários da Galiléia, os frutos aqui mencionados, e
que Ele sempre cobra daqueles a quem confiou o Reino, são frutos que beneficiam
os irmãos e irmãs, é na relação com as pessoas que o cristão produz os frutos
da Parreira do Senhor: uvas doces da Justiça, igualdade, solidariedade,
fraternidade e misericórdia.
Interessante porque o evangelho
traz uma crítica duríssima contra os arrendatários do Reino de ontem e de hoje:
além de serem péssimos administradores, porque só ocupam espaçoe não produzem
nenhum fruto, ainda por cima se apossam do que não lhes pertence tornando-se os
detentores da Salvação Divina, porque mataram o Herdeiro, isso é, aquele que é
o verdadeiro Dono do Reino, o Filho de Deus, ou seja, Jesus deixa de ser uma
referência para esses trapaceiros da Religião de Israel, e eles próprios
tornam-se a referência como Zeladores da Lei antiga e Fiscais da Salvação,
determinando quem vai se salvar....
É claro que Deus Pai abandonou esse
projeto inadequado, pois o seu Reino de Santidade e perfeição tornou-se uma
grotesca caricatura, e a partir da morte e ressurreição Daquele que os homens
pensaram haver destruído definitivamente, o Reino se refez e tornou-se
definitivo, e de propriedade exclusiva de Deus, manifestado em Jesus de Nazaré.
E assim, a pedra que os construtores de araque rejeitaram, tornou-se a pedra
angular.
Longe de ficarmos olhando para o
passado e condenando os que rejeitaram a Pedra Angular que é o Cristo, e se apossaram
da Vinha do Senhor, é melhor olharmos o presente onde temos enquanto cristãos
essa responsabilidade confiada pelo Senhor, de trabalharmos em sua Vinha que é
a Igreja, a serviço do mundo. Também nós, se não correspondermos á Vontade de
Deus, iremos perder nosso lugar nessa obra, porque o Dono da Vinha chama quem
ele quiser para vir tomar conta de sua Vinha.....(Diácono José da Cruz –
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
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