14 - Fevereiro-- Sábado - Evangelho
- Mc 8,1-10
Comeram
e ficaram satisfeitos.
Este
Evangelho narra a cena da multiplicação dos pães. “Jesus chamou os discípulos e
disse: “Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo
e não têm nada para comer”. Deus é amor, e Jesus “é a imagem de Deus invisível”
(Cl 1,15). Esse amor, diante do faminto se transforma em compaixão, uma
compaixão ativa e não apenas sentimental. Como Deus tem poder infinito, ele
resolve o problema, mesmo que os famintos sejam quatro mil pessoas.
Este
banquete da multiplicação dos pães nos recorda o maná, com o qual Deus
alimentou o seu povo no deserto (Cr Ex 16), e também é figura da Eucaristia, o
pão vindo do céu que dá vida ao mundo.
Na
multiplicação dos pães, antevemos Jesus, o Bom Pastor que dá a vida por suas
ovelhas. Hoje, como outrora, esse Bom Pastor continua nos socorrendo, material
ou espiritualmente, com seu amor infinito.
A
crise de amor, pela qual o mundo passa tem muito a ver com a crise de fé,
porque a fé cristã é acreditar em Deus que é o Amor. “Todo aquele que ama
nasceu de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4,7). “Quem exclui Deus de seu horizonte,
falsifica o conceito de realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e
com receitas destrutivas” (DA 44).
“Os
discípulos disseram: Como poderia alguém saciá-los de pão aqui neste deserto?”
Para o homem sozinho é impossível, mas com Deus é possível. A cena nos ensina a
nunca perder a esperança, mas apresentar a Deus o pouco que temos. O número
sete é simbólico, significa que não tinham pão suficiente.
“Jesus
mandou que a multidão se sentasse.” Para que todos tenham o que comer, é
necessária a organização. Povo unido jamais será vencido. Já o povo
desorganizado chama-se massa, e a massa é fácil de ser manipulada. O povo
organizado torna-se força. A mídia impede que o povo se organize; ela quer
fazer do povo uma massa consumista.
Se
nos organizarmos, com fé, esperança e caridade, cada um repartindo o pouquinho
que pode oferecer, com certeza ninguém passará fome. Todos ficarão saciados e
ainda sobrará alimento.
As
Comunidades cristãs são o meio que Jesus deixou para que isso aconteça.
Jesus
“pegou os sete pães e deu graças.” Rezou segurando os pães. A nossa oração deve
ser concreta, pedindo ou agradecendo coisas com dia, hora e o quê. Nós com
Deus, maioria absoluta! Veja que Jesus não rezou de mãos vazias! Quando nós
fazemos a nossa parte, damos o pouco que temos, Deus entra e maravilhas acontecem.
Junto
com Jesus, ninguém passa fome. “Oh! Todos que estais com sede, vinde buscar
água! Quem não tem dinheiro venha também! Comprar para comer, vinho e mel sem
pagar!” (Is 55,1).
“Subindo
logo na barca com seus discípulos, Jesus foi para a região de Dalmanuta.” Foi
para um lugar onde ninguém o conhecia e não sabia dos seus milagres. Jesus era
humilde, e não queria chamar a atenção sobre si mesmo, e sim para Deus Pai e
para o Reino de Deus.
Havia,
certa vez, um senhor, que já era rico, mas era muito ambicioso e avarento. Ele
só pensava em bens materiais, procurando ficar ainda mais e mais rico.
Um
dia, um gênio apareceu para ele e disse: “Vou atender ao seu desejo. Amanhã
cedo nós iremos para tal lugar e você vai sair caminhando. Toda a terra que
você contornar será sua. Mas não poderá voltar a mim depois das dezoito horas,
senão perderá tudo”.
No
dia seguinte, os dois estavam no lugar combinado. Era uma terra fértil e muito
bonita. O homem já saiu logo andando. Lá na frente, começou a correr. Quando deu
meio dia, era hora de ele voltar; mas viu na sua frente umas terras muito boas,
e quis chegar até a cabeceira de um córrego. Quando chegou lá, não resistiu ao
desejo e caminhou ainda mais um pouquinho para frente. Depois veio na disparada
para o ponto inicial. Mas o tempo foi passando e ele sentiu que não ia
conseguir chegar antes das dezoito horas. Por isso forçou o seu corpo, forçou
tanto que, quando estava quase chegando, o coração parou e ele caiu morto.
A
ganância é insaciável; quanto mais a pessoa tem, mais quer. Ela impede a
partilha e impede de darmos a nossa parte, os nossos “sete pãezinhos”, para que
Deus possa fazer o milagre da multiplicação.
A
mãe é que prepara e serve a comida todos os dias em casa. Maria Santíssima tem
o mesmo cuidado junto a seus filhos e filhas, que formam a Família de Deus.
Santa Maria, ajude-nos a rezar com fé e apresentando a nossa parcela, como
fazia o seu Filho!
Comeram
e ficaram satisfeitos.
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