QUINTA FEIRA DA 4ª SEMANA DA QUARESMA 03/04/2014
1ª Leitura êxodo 32, 7-14
SALMO 105(106), 4ª “Lembrai-vos de mim, Senhor, pela benevolência
eu tendes comVosso Povo”
Evangelho João 5, 31-47
" As Testemunhas Fiéis..."
As comunidades Joaninas e a comunidade Judaica estavam sempre em
conflito por causa de Jesus. A rejeição por Jesus, da parte do Judaísmo era
algo definitivo e sem chances de uma abertura ao novo através do diálogo. O anúncio do Evangelho supõe do ouvinte uma
abertura ao diálogo.
O evangelho de hoje apresenta três fontes importantes sobre as
quais estava fundamentada a Fé cristã por aqueles tempos, o testemunho de João
Batista sobre Jesus, o Pai de Jesus que realizou obras e falou Nele á toda
humanidade, e a escritura que sempre trouxe em si, mesmo na escritura antiga,
imagens prefiguradas de Jesus.
O evangelista projeta no passado essa rejeição a Jesus Cristo,
lembrando-se de sua injusta condenação onde às falsas testemunhas tiveram
credibilidade diante do Sinédrio, que desprezou essas fontes fidedignas sobre
Jesus, preferindo acreditar em uma mentira.
Pode -se pois, aqui compreender que o Judaísmo tradicional e ultra
conservador fazia uma releitura equivocada do Antigo Testamento. Eles não
conseguiam ver nenhuma relação entre Jesus e o Deus da Antiga Aliança. Houve
até mesmo uma heresia que falava em dois deuses, um do antigo testamento e um
do Novo Testamento.
Entretanto, muito mais do que essa releitura equivocada das
escrituras antigas, na realidade o Judaísmo tradicional não queria mudanças no
modo de pensar e nas normas e preceitos antigos, principalmente porque iriam
perder alguns privilégios conquistados na estrutura da Religião tradicional. A Divindade de Jesus é confirmada pelo Pai
nas obras que Ele faz, curas, libertação de pessoas possessas do mal, ressurreição de mortos. Eram sinais mais que evidentes da
Divindade de Cristo.
Podemos hoje cometer esse mesmo pecado, quando temos medo de dialogar
com o mundo, como determina o Concílio Vaticano II, quando preferimos a prática
tradicional de ser Igreja, usando ainda métodos arcaicos de evangelização, que
não estão convencendo. Quando nas pastorais buscamos aquelas que nos dão
ostentação e status, menosprezando as pastorais sociais que é imagem da Igreja
da Caridade.
Lideranças religiosas e lideranças pastorais que se fecham em uma
religião cheirando a mofo, querendo impor ao mundo sua prática religiosa e seu
modo de pensar. É bem provável que no fundo estejam defendendo algumas
conveniências e interesses particulares e para isso, muitas vezes usam Dogmas e
Doutrinas, exatamente como fazia a comunidade judaica primitiva.
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