7 Julho
2018
Tempo Comum – Anos Pares
XIII Semana – Sábado
XIII Semana – Sábado
Lectio
Primeira leitura: Amós 9, 11-15
Eis o que diz o Senhor: «Naquele dia,
levantarei a cabana arruinada de David,repararei as suas brechas, restaurarei
as suas ruínas, e hei-de reconstruí-la como nos dias antigos, 12para que
conquistem o resto de Edom e de todas as nações sobre as quais o meu nome foi
invocado – oráculo do Senhor, que cumprirá todas estas coisas.
13Eis que vêm dias – oráculo do Senhor em que o lavrador seguirá de perto o ceifeiro e o que pisa os cachos, seguirá o semeador. Os montes destilarão mosto; todas as colinas se derreterão. 14Restaurarei o meu povo de Israel. Hão-de reconstruir e habitar as cidades devastadas. Plantarão vinhas e beberão do seu vinho, cultivarão pomares e comerão dos seus frutos. 15Hei-de plantá-los na sua terra, e nunca mais serão arrancados da terra que lhes dei!» – diz o Senhor, teu Deus.
13Eis que vêm dias – oráculo do Senhor em que o lavrador seguirá de perto o ceifeiro e o que pisa os cachos, seguirá o semeador. Os montes destilarão mosto; todas as colinas se derreterão. 14Restaurarei o meu povo de Israel. Hão-de reconstruir e habitar as cidades devastadas. Plantarão vinhas e beberão do seu vinho, cultivarão pomares e comerão dos seus frutos. 15Hei-de plantá-los na sua terra, e nunca mais serão arrancados da terra que lhes dei!» – diz o Senhor, teu Deus.
O Livro de Amós, depois de tantas denúncias e
acusações, depois de tão duras e amargas predições, termina com palavras de
alento e de esperança. Deus usará graça e misericórdia para com Israel, e há
preparar-lhe um futuro de harmonia e de paz. Deus voltará a erguer a esburacada
e arruinada tenda de David. A restauração de Israel assume características
claramente messiânicas, com imagens do mundo agrícola, da radicação na terra e
da permanente residência nela. Comer e beber em paz, na própria terra, é uma
imagem do futuro reconciliado de Israel.
Os exegetas não conseguem determinar se este oráculo esperançoso e messiânico é de Amós ou de algum dos seus discípulos que tivessem conhecimento da ruína de Jerusalém, no ano de 587. Mas basta-nos saber que estamos perante um oráculo profético inspirado que reafirma claramente a graça, a fidelidade e a misericórdia infinita de Deus para com o seu antigo povo, mas também com o seu novo povo, e para cada um de nós.
Os exegetas não conseguem determinar se este oráculo esperançoso e messiânico é de Amós ou de algum dos seus discípulos que tivessem conhecimento da ruína de Jerusalém, no ano de 587. Mas basta-nos saber que estamos perante um oráculo profético inspirado que reafirma claramente a graça, a fidelidade e a misericórdia infinita de Deus para com o seu antigo povo, mas também com o seu novo povo, e para cada um de nós.
Evangelho: Mateus 9, 14-17
Naquele tempo, foram ter com Ele os discípulos
de João, dizendo: «Porque é que nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos
não jejuam?» 15Jesus respondeu-lhes: «Porventura podem os convidados para as
núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles? Porém, hão-de vir dias
em que lhes será tirado o esposo e, então, hão-de jejuar.» 16«Ninguém põe um
remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo puxa parte do tecido e o
rasgão torna-se maior. 17Nem se deita vinho novo em odres velhos; de contrário,
rompem-se os odres, derrama-se o vinho e estragam-se os odres. Mas deita-se o
vinho novo em odres novos; e, desta maneira, ambas as coisas se conservam.»
Jesus apresenta-se como o Messias esperado. Na
linguagem simbólica oriental, as bodas simbolizavam o tempo da salvação. A
imagem de Deus-Esposo, e das bodas como tempo da salvação, é recorrente no
Antigo Testamento, particularmente em Oseias e em Isaías. O que havia de
realmente novo nas palavras de Jesus era que Ele se apresentasse, realizando na
sua pessoa, o conteúdo de um símbolo utilizado por Deus para descrever a sua
relação de amor com o povo eleito (cf. Os 2, 18-20; Is 54, 5-6). A esperança de
que Deus se mostraria a Israel como esposo fiel, como verdadeiro marido, estava
realizada em Jesus. O que agora importava era fazer parte dos amigos do noivo
para se alegrarem nas suas bodas. O acto de comer já não podia ser conotado com
renúncia, sacrifício, luto. Passara o que era velho. Chegara a plenitude dos
tempos. Na presença de Jesus, o esposo ressuscitado da Igreja, o jejum, como
sinal de luto, não é atitude conveniente. Se o cristão jejua, é para manifestar
a sua espera confiante no regresso do Senhor. Aliás, a morte do Ressuscitado é
celebrada, não no jejum, mas no comer o pão e beber o vinho, até que Ele volte!
A novidade introduzida no mundo por Jesus é ainda significada pelas imagens do pano novo e do vinho novo. A sua mensagem só pode ser recebida por um mundo novo, por homens novos, isentos de preconceitos, que se deixem moldar pelo Espírito.
Passou o que era antigo. Mas isso não queria dizer que tudo o que era antigo não tivesse valor. Por isso, Mateus acrescenta: «Desta maneira, ambas as coisas se conservam» (v. 17).
A novidade introduzida no mundo por Jesus é ainda significada pelas imagens do pano novo e do vinho novo. A sua mensagem só pode ser recebida por um mundo novo, por homens novos, isentos de preconceitos, que se deixem moldar pelo Espírito.
Passou o que era antigo. Mas isso não queria dizer que tudo o que era antigo não tivesse valor. Por isso, Mateus acrescenta: «Desta maneira, ambas as coisas se conservam» (v. 17).
Meditatio
Alegremo-nos com as esplêndidas promessas de
Deus ao seu povo. Graças à sua misericórdia e generosidade infinitas, depois do
castigo, vem a festa, vem a alegria. O último versículo do livro de Amós
promete essa festa, essa alegria definitiva: «Hei-de plantá-los na sua terra, e
nunca mais serão arrancados da terra que lhes dei!» (9, 15).
A restauração de Israel e as núpcias de Cristo com a Igreja ligam-se intimamente com a eucaristia, como contexto em que é proclamada a leitura. A esperança de Israel realiza-se no mistério pascal do Filho de Deus. O jejum, como tensão para o banquete do fim dos tempos, é já totalmente possível, já autorizado, mas apenas como memória da morte do Senhor. O Crucificado ressuscitou, mas o Ressuscitado continua crucificado, com as suas chagas. O espaço para o jejum cristão já não é o da esperança de um evento absolutamente novo: este evento já está dentro da história. O jejum cristão, pelo contrário, tem a ver com a vigilância, a paciência, a reserva histórica, com o «ainda não» daquele «já» que, na cruz de Cristo, se afirmou de uma vez para sempre.
As nossas Constituições apresentam Cristo Senhor como «Coração da humanidade e do mundo, esperança de salvação para quantos ouvem a sua voz» (n. 19). O n. 20 explica como se realiza a salvação: «Cristo realiza esta salvação, suscitando nos corações, o amor para com o Pai e entre nós: amor que regenera, fonte de crescimento para as pessoas e para as comunidades humanas…». É aquele «já», é aquela «presença activa» (Cst 2) do amor de Cristo que, essencialmente, é uma profunda experiência de vida, é um movimento de amor, que invade o mundo inteiro, o regenera, o faz reflorir, o recapitula. Nestes três verbos, essencialmente positivos, resume-se a realidade da salvação, que é objecto de esperança para todos aqueles que escutam a voz de Cristo, salvação que Cristo realiza pelo Seu amor presente e activo no mundo. Estamos, assim, perante uma teologia da redenção centrada no «movimento do amor redentor» (Cst 21), que tem a sua influência também na concepção da reparação, entendida como «acolhimento do Espírito (sim ao amor)», «como resposta ao amor de Cristo por nós, comunhão no seu amor pelo Pai e cooperação com a sua obra redentora no coração do mundo» (Cst 23).
Oratio
Senhor Jesus, ensina-nos o jejum festivo, mostra-nos a alegria no luto, guia-nos para a vida na morte. Deus Pai, na paixão do teu Filho
, assumiste os nossos sofrimentos; na ressurreição de Jesus, resgataste a nossa morte; conduz cada um dos teus filhos ao encontro de Cristo Esposo, sempre presente na Igreja, templo do Espírito e esposa d´Aquele que é ontem, hoje e sempre. «Vem, Senhor, Jesus!». Amen.
A restauração de Israel e as núpcias de Cristo com a Igreja ligam-se intimamente com a eucaristia, como contexto em que é proclamada a leitura. A esperança de Israel realiza-se no mistério pascal do Filho de Deus. O jejum, como tensão para o banquete do fim dos tempos, é já totalmente possível, já autorizado, mas apenas como memória da morte do Senhor. O Crucificado ressuscitou, mas o Ressuscitado continua crucificado, com as suas chagas. O espaço para o jejum cristão já não é o da esperança de um evento absolutamente novo: este evento já está dentro da história. O jejum cristão, pelo contrário, tem a ver com a vigilância, a paciência, a reserva histórica, com o «ainda não» daquele «já» que, na cruz de Cristo, se afirmou de uma vez para sempre.
As nossas Constituições apresentam Cristo Senhor como «Coração da humanidade e do mundo, esperança de salvação para quantos ouvem a sua voz» (n. 19). O n. 20 explica como se realiza a salvação: «Cristo realiza esta salvação, suscitando nos corações, o amor para com o Pai e entre nós: amor que regenera, fonte de crescimento para as pessoas e para as comunidades humanas…». É aquele «já», é aquela «presença activa» (Cst 2) do amor de Cristo que, essencialmente, é uma profunda experiência de vida, é um movimento de amor, que invade o mundo inteiro, o regenera, o faz reflorir, o recapitula. Nestes três verbos, essencialmente positivos, resume-se a realidade da salvação, que é objecto de esperança para todos aqueles que escutam a voz de Cristo, salvação que Cristo realiza pelo Seu amor presente e activo no mundo. Estamos, assim, perante uma teologia da redenção centrada no «movimento do amor redentor» (Cst 21), que tem a sua influência também na concepção da reparação, entendida como «acolhimento do Espírito (sim ao amor)», «como resposta ao amor de Cristo por nós, comunhão no seu amor pelo Pai e cooperação com a sua obra redentora no coração do mundo» (Cst 23).
Oratio
Senhor Jesus, ensina-nos o jejum festivo, mostra-nos a alegria no luto, guia-nos para a vida na morte. Deus Pai, na paixão do teu Filho
, assumiste os nossos sofrimentos; na ressurreição de Jesus, resgataste a nossa morte; conduz cada um dos teus filhos ao encontro de Cristo Esposo, sempre presente na Igreja, templo do Espírito e esposa d´Aquele que é ontem, hoje e sempre. «Vem, Senhor, Jesus!». Amen.
Contemplatio
S. Lucas fala-nos das mãos e dos pés de Jesus furados
pelos cravos, S. João fala do seu lado aberto pela lança. Estas chagas são os
títulos de glória de Jesus. Elas recordam a força e a coragem com as quais
superou todos os sofrimentos sem se lamentar. Elas exprimem a sabedoria com a
qual escolheu este martírio, para expiar todas as acções das nossas mãos, todas
as caminhadas dos nossos pés, todos os pensamentos e todos os afectos dos
nossos corações. Manifestam também toda a sua bondade, toda a sua ternura por
nós, toda a generosidade com a qual suportou a crucifixão dos escravos para nos
resgatar. Dizem, finalmente, todo o seu zelo apostólico que nos prega a
santidade das acções e das caminhadas, a pureza das intenções e dos afectos. Os
anjos e os santos exaltam estas chagas adoráveis todas as vezes que dizem a
glória do Cordeiro imolado. Com Santa Gertrudes, «Eu vos saúdo, Jesus, esposo
divino, decorado com as vossas chagas como de outras tantas flores; com as
complacências do vosso Pai em vós, com o amor do universo inteiro, abraço-vos e
beijo estas feridas que o amor vos fez». Beijarei sobretudo o meu crucifixo
neste espírito. (Leão Dehon, OSP 3, p. 388).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Os convidados não podem estar tristes, enquanto o esposo está com eles» (cf. Mt 9, 15).
«Os convidados não podem estar tristes, enquanto o esposo está com eles» (cf. Mt 9, 15).
| Fernando Fonseca, scj |
Obrigado Senhor obrigado Dehonianos!!!
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