Evangelhos
Dominicais Comentados
08/julho/2018 – 14o Domingo do Tempo Comum
Evangelho: (Mc 6, 1-6)
Jesus foi para
sua terra, acompanhado de seus discípulos. Chegado o sábado, pôs-se a ensinar
na sinagoga. Muitos que o ouviam se admiravam e diziam: “Donde lhe vem tudo
isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada? E estes milagres que se fazem por
suas mãos? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria o, irmão de Tiago, de
José, de Judas e Simão? E as suas irmãs não vivem aqui entre nós?” E não
queriam acreditar nele. Jesus, porém, lhes dizia: “Um profeta só é desprezado
em sua terra, entre seus parentes e em sua própria casa”. E não pôde fazer ali
nenhum milagre. Curou apenas alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E ficou
admirado com a falta de fé deles.
COMENTÁRIO
Vamos iniciar nossa meditação de hoje desejando muita paz para você
conterrânea e conterrâneo amigo. Conterrâneo... essa palavra é bastante
utilizada no norte e nordeste do Brasil e tem o mesmo significado de
concidadão, compatriota ou patrício. São pessoas nascidas na mesma terra, na
mesma cidade.
No evangelho de hoje, Jesus aparece entre seus amigos de infância.
Rodeado por pessoas, de todas as idades, que o conheciam desde pequeno. Muitos
dos presentes devem ter frequentado a mesma escola e partilhado, com Ele, dos
mesmos brinquedos.
Sabendo de tudo isso, não conseguiam aceitar que um
"conterrâneo", alguém nascido e criado ali, pudesse demonstrar tanta
sabedoria e realizar milagres. Não é fácil admitir, mas realmente, é difícil de
aceitar que as virtudes possam estar presentes nas pessoas humildes ou num
simples carpinteiro.
Assim como eu, você também já deve ter comprado eletroeletrônicos,
eletrodomésticos, roupas, relógios, brinquedos e outras centenas de produtos
importados, crente que eles nunca iriam quebrar. Infelizmente é assim que
pensamos. O simples fato de serem importados traz a sensação de serem
superiores em qualidade e resistência.
Parecem até mais bonitos e bem acabados que os nossos. Chega a ser
desleal a concorrência quando comparamos esses produtos com os nacionais. Por
mais que se queira disfarçar, existe um grande preconceito quanto aos produtos
fabricados em nosso país, em relação aos importados.
O mesmo acontece com as pessoas, profissões e entidades. Não vamos
contestar os recursos técnicos e a capacidade de alguns profissionais, mas a
verdade é que esperamos verdadeiros milagres dos médicos do exterior e, diante
de uma simples dor de cabeça, não acreditamos no poder de cura do analgésico,
só porque foi receitado pelo médico do Posto de Saúde.
Os mais abastados fretam avião, hospedam-se em hotéis luxuosos e
pagam "fortunas" por uma consulta médica no exterior, enquanto em sua
terra estão excelentes profissionais, muito conhecidos e afamados lá fora.
Mas, pelo visto, não é novidade esse modo de pensar e agir. Jesus
também foi rejeitado, teve que exercer seu ministério longe da sua terra.
O evangelista diz que: "Ficaram escandalizados por causa
dele". Seus amigos e vizinhos se escandalizaram com a sabedoria, com as
palavras e com os milagres que estava fazendo um simples jovem, filho daquela
terra.
Também não é novidade que um profeta não é bem aceito, pois suas
palavras incomodam, machucam. Geralmente, não é bem vindo quem diz verdades,
quem luta por igualdade que prega honestidade e amor. Generalizando: esse nós
afastamos, ou nos afastamos dele. Quanto mais distante, melhor.
Não quero parecer maldoso, mas quantas vezes recebemos como
verdadeiro herói aquele mau caráter de colarinho branco. Cheios de admiração
nós enaltecemos aquele que lesa as pessoas e o patrimônio público. Não raro,
até banda de música está presente na recepção de um desses famosos políticos
que dirigem nosso país.
Jesus ficou admirado com a
falta de fé que encontrou, e ali não fez nenhum milagre. Magoado com tudo que
presenciou, diante da incompreensão do povo, Jesus foi procurar nos povoados da
redondeza, pessoas que fizessem por merecer seus milagres.
Vamos encerrar nossa meditação com um
questionamento: Dois mil já anos se passaram. Imagine então, Jesus chegando
agora em nosso “povoado”...
Será que estamos fazendo por merecer tantos
milagres que recebemos no nosso dia a dia? Será que Jesus não irá se
decepcionar novamente?
(2445)
Jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br –
08/julho/2018
Eu, Jair Ferreira da cidade de Cruz das Almas - Ba todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo.
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