24- de Junho-Quarta - Evangelho - Lc 1,57-66
A Igreja celebra o nascimento de João como
algo sagrado, e é o único nascimento que se festeja: celebramos o nascimento de
João e o de Cristo; e o seu nascimento foi motivo de alegria para muitos.
Quando São João Batista nasceu, a Virgem Maria estava em sua casa. Quanta
alegria e doçura reinavam naquele lar! Os dias da Virgem na casa de Zacarias
foram de grande gozo para todos. Maria dava um novo sentido aos pequenos
sucessos cotidianos. Esta alegria era contagiosa, e dela participavam os
vizinhos e os parentes que ouviram dizer que Deus a cumulara com sua
misericórdia e com ela se alegraram.
Os
vizinhos e parentes também se alegraram por Isabel ter sido agraciada por Deus:
“Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher,
vai te dar um filho, ao qual porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e
muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do
Senhor; não beberá vinho, nem bebida embriagante; ficará pleno do Espírito
Santo ainda no seio de sua mãe” (Lc 1, 13-15).
Hoje,
infelizmente, muitos se enchem de inveja e de ódio, quando ficam sabendo que
uma pessoa recebeu alguma graça ou que está progredindo na vida. Essa é a
atitude de pessoas amigas e discípulas do demônio. Tu sabes quais são os sinais
para saber se uma pessoa é invejosa?
1º Alegrar-se com o mal alheio. Se você
percebe que uma pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer
por qualquer insucesso ou fracasso do próximo, então já descobriu uma pessoa
invejosa. Em 1 Pd 2,1 diz: “Rejeitai… qualquer espécie de inveja”. Cuidado com
esse tipo de gente; isto é, cuidado com a pessoa que se alegra com o mal
alheio, a mesma é pior que o diabo. Os invejosos são piores que o diabo, pois o
diabo não inveja os outros diabos, ao passo que os homens não respeitam sequer
os participantes da sua própria natureza.
2º Entristecer-se com o bem alheio. Se você
percebe que uma pessoa se entristece, só porque viu alguém subir de cargo, tome
cuidado, ela é invejosa e venenosa. O invejoso não consegue se controlar diante
do sucesso do próximo, ele fica inquieto e se transforma num monstro: enruga a
testa, cerra os dentes, torce o nariz, fica com o semblante azedo e olhos fixos
no chão. A inveja quando não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!
3º Reprimir os louvores dados aos outros. O
invejoso não suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo contra a pessoa
que foi elogiada; o mesmo encontra defeito em tudo. Aos olhos do invejoso
qualquer defeito dos outros é grande. O invejoso também vê o bem, mas sempre
com maus olhos. Até das pessoas santas o invejoso tenta tirar alguma coisa, não
podendo negar o louvor aos santos, ele o faz com avareza e reserva. Quanta
maldade!
4º Falar mal do próximo. A língua do invejoso
se assemelha a uma metralhadora incontrolável; a sua inveja é tão grande, que
ele fala mal do próximo publicamente e também em segredo; quanto aos defeitos
dos outros, o invejoso sempre aumenta ou inventa. Da inveja nascem o ódio, a
maledicência e a calúnia.
No Antigo Testamento a circuncisão era um rito
instituído por Deus para assinalar com uma marca os que pertenciam ao povo
eleito. Deus mandou a circuncisão a Abraão como sinal da Aliança que
estabelecia com ele e com toda a sua descendência (cf. Gn 17,10-14), e
prescreveu que se realizasse no oitavo dia do nascimento. O rito realizava-se
na casa paterna ou na sinagoga, e além da operação sobre o corpo do menino,
incluía bênçãos e a imposição do nome.
Com a instituição do batismo cristão cessou o
mandamento da circuncisão. Os Apóstolos, no Concílio de Jerusalém (cf. At
15,1ss.), declararam definitivamente abolida a necessidade do antigo rito para
os que se incorporassem na Igreja. A libertação da voz de Zacarias, no
nascimento de João, é o mesmo que o rasgar-se do véu do templo, pela cruz de Cristo.
Se anunciasse a si mesmo, João não abriria a boca de Zacarias. Se solta a
língua, é porque nasce a voz; já a prenunciar o Senhor. Com razão se soltou em
seguida a sua língua, porque a fé desatou o que tinha atado a incredulidade. É
um caso semelhante ao do apóstolo São Tomé, que tinha resistido a crer na
Ressurreição do Senhor, e acreditou depois das provas evidentes que lhe deu
Jesus ressuscitado (cf. Jo 20,24-29). Com estes dois homens, Deus faz o milagre
e vence a sua incredulidade; mas ordinariamente Deus exige-nos fé e obediência
sem realizar novos milagres. Por isso repreendeu e castigou Zacarias, e
censurou o apóstolo Tomé: “Porque Me viste acreditaste; bem-aventurados os que
sem ter visto acreditaram” (Jo 20, 29).
As pessoas ali presentes compreenderam que
estavam diante de algo sobrenatural, ainda que não tivessem um conhecimento
completo do que estava a suceder: “… e por toda a região montanhosa da Judéia
comentavam-se esses fatos”. E diziam: ‘Que virá a ser esse menino? ‘ E, de
fato, a mão do Senhor estava com ele”. Que São João Batista abra os nossos
olhos e a nossa língua, porque estamos cegos e mudos espiritualmente, os vícios
nos cegaram e taparam nossa boca, não conseguimos enxergar e falar da grandeza
da vida de santidade.
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto,
como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua
Providência.
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