Comentários Prof.Fernando*
5ºpós-Pentec=13ºtempo Comum – 28 de junho de 2015
... que a mensagem fosse ouvida por
todas as nações(2Timóteo4,17)
Os apóstolos (colunas da Igreja) foram 12 ou 13?
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A solenidade tradicional do dia 29 de junho recorda os
dois apóstolos, Pedro e Paulo, que formam
a síntese da fundação do cristianismo, chamados as “colunas da Igreja”, isto é,
os pilares da construção do cristianismo primitivo.
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Note-se que a expressão tem origem em “hói dokoúntes stýloi” – texto grego da
carta ao Gálatas cap.2,verso9 onde Paulo a usa referindo-se aos apóstolos
Tiago, Céfas e João. Képhas é o nome (em língua aramaica) dado por
Jesus a Simão – cf. João1,42 onde se dá o sentido do termo aramaico = Pedra ou rocha (idem em grego “koiné” – a “língua comum” universalmente
usada como hoje o inglês no mundo). A lingua portuuesa, como o grego,
diferencia feminino e masculino nos termos pétra/Pétros,
pedra/Pedro.
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O contexto desta Carta aos Gálatas é a questão dos judaizantes: se os cristãos provenientes do paganismo
deveriam ser submetidos aos costumes judaicos, problema ainda em discussão na
Galácia, apesar do acordo do chamado concílio
de Jerusalém (cf.Atos15). Assim escreve Paulo (cf. Gál2,7-9): ao verem que me fora
confiada a evangelização dos incircuncisos [=não
judeus] como a Pedro a dos circuncisos [=judeus]
– pois aquele que agiu em Pedro para a
missão de apóstolo dos circuncisos, operou também em mim em favor dos gentios –
e ao reconhecerem a graça que me havia sido dada, Tiago, Cefas e João, considerados
como as colunas, estenderam-nos a mão direita, a mim e a Barnabé, em sinal de
comunhão, para irmos, nós aos gentios e eles aos circuncisos. Paulo
reafirma aqui sua missão de Apóstolos e sua aceitação no colégio apostólico
como o “décimo terceiro” entre os 12 ...
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Os pilares do cristianismo
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Paulo refere-se aqui a Tiago, Pedro e João, como os
três pilares da Igreja porque Jerusalém era a igreja-mãe no tempo dos
apóstolos, polo da união de todas as comunidades, inclusive daquelas que
(sobretudo pela atividade paulina) espalharam os núcleos do cristianismo por
muitas nações diferentes (os chamados “gentios” ou pagãos). Uma vez consolidado
o cristianismo, seja entre judeus da Palestina ou da Diáspora, seja em outras
nações, a história da Igreja acabou por resumir a fundação da Igreja em torno
de Pedro e Paulo com a expressão “as duas colunas da Igreja”. O primeiro pilar
dessa construção foi o apóstolo que se dirigiu prioritariamente aos
descendentes do povo bíblico. Outro foi aquele que estabeleceu as bases da
expansão da fé em meio à diversidade cultural do mundo antigo, como diz o
“Prefácio da Solenidade”: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé,
fundou a Igreja sobre a herança de Israel. Paulo anunciou aos pagãos o
Evangelho da salvação”.
Em 2015: 29 de junho ou 28 (domingo)?
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Em outras Igrejas cristãs como Anglicana, Luterana e Ortodoxa esta festa
segue a data tradicional, 29 de junho, prevista também no calendário Católico
em todo o mundo, exceto no Brasil, onde
a liturgia é transferida para o domingo. Em 28/06 em 2015 os Ortodoxos celebram
o 4ºdomingo de Pentecostes = 4ºdomingo
de Mateus”. Leituras: Romanos6,18-23; Mateus8,5-13, evangelho que fala da
cura do escravo de um oficial romano e sua famosa frase: não sou digno de que entres em minha casa: dize uma só palavra e meu
servo será curado, a que responde Jesus com a não menos famosa indicação de
que o Reino não depende de etnia ou de religião (israelita/judaica), mas da fé,
pela qual o Reino se abre a todos os
povos: não encontrei
semelhante fé em ninguém de Israel. Multidões virão do Oriente e do Ocidente e
se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó, enquanto os filhos do
Reino serão lançados nas trevas.
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Nas Igrejas que seguem
o LCR-Lecionário Comum Revisado como, no Brasil: Anglicana, Luterana,
Presbiteriana Unida, Metodista, as leituras são do “Próprio8” neste 5ºdomingo de Pentecostes: 2Samuel1,17-27 ou: Sabedoria1,13-15;2,23-24/Lamentações3,21-33;
2Coríntios 8.7-15 (ou6,1-13). O evangelho de Marcos5,21-43 traz duas
palavras de cura: à mulher com hemorragia, à filha do chefe da sinagora = filha tua fé te curou / menina, levanta-te.
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Na solenidade de S.Pedro e S.Paulo lê-se Atos12,1-11; 2ªTimóteo4,6-8.17-18 e, em
Mateus16,13-19 o texto da chamada “confissão de Pedro” (Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo) seguido do nome simbólico
dado por Cristo a Simão: Rocha pois sua confissão é movida pelo Espírito e não
por conclusões humanas.
A terceira festa junina e a
popularidade de uma das “Colunas”
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As Festas Juninas
até esvaziam o Congresso Nacional, pois – sobretudo no Nordeste – são momento
importante na cultura de inúmeras cidades. Elas têm uma longa história, desde
as origens do reino de Portugal, quando “cristianizaram” outras festas ainda
mais antigas que existiam por vezes há séculos, em diversas culturas. Em suas
raízes elas comemoravam o início do verão na Europa, celebrando a fertilidade
da vida e a alegria de quem espera boas colheitas. No Brasil, apesar de acontecer
no início do inverno, as festas juninas já trouxeram assimilaram as tradições
das Festas dos Santos Populares de
Portugal: 1) Santo Antônio de Lisboa (onde nasceu) – dia 13; 2) São
João do Porto: São João Batista – dia 24 para o cristianismo – parece ter
absorvido totalmente outra devoção que se tinha a outro João, um eremita do
século 9º muito venerado na cidade do Porto onde nascera; 3) o dia 29 completa
o ciclo de festas voltadas para os santos mais populares de Portugal. São Pedro
é um símbolo forte num país de pescadores, que muito se alimenta da pesca e que
cresceu junto ao mar.
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A memória cristã do martírio de Pedro e Paulo, por sua
vez, já existia no século 4º, pois há
notícias de que nesse dia em Roma havia 3 celebrações: uma num templo erigido
sob o nome de São Pedro, outra na igreja de São Paulo-fora-dos-muros e a 3ª nas
catacumbas de São Sebastião por se acreditar que ali teriam sido escondidos
(das invasões bárbaras) os corpos dos dois mártires.
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É próprio da cultura popular misturar nos costumes e
tradições elementos míticos e lendários com outros de origem religiosa. Também
os hebreus mudaram festas que originalmente celebravam a vida rural (por ex. Páscoa,
Pentecostes, Festa dos Ázimos, das Tendas) com novos sentidos, ligados à
rememoração de eventos da história do povo de Israel. Às vezes sem maiores
explicações, a devoção popular atribui aos santos títulos de protetores dos
pescadores, dos comerciantes, de causas perdidas, etc. Em Portugal os 3 santos
populares de junho (não só Santo Antônio) são todos “casamenteiros”...
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Entre comidas e músicas típicas continuam realizam as festas
populares.
À liturgia nas comunidades cabe celebrar não só os desejos e pedidos (que nascem espontaneamente do ciclo das estações e colheitas, que regulam a produção de alimentos e a reprodução da vida), mas querem celebrarar principalmente, a Fé, no louvor devido ao Criador. Àquele que fez o céu e terra em que vivemos e nos deu a Vida. Mesmo sendo difícil “separar” costumes “profanos” de sentidos “sacros”, religiosos, é bom recordar que a festa em memória de Pedro e Paulo é celebração do seu martírio, um crucificado, outro decapitado, segundo antigas tradições. Eles foram “colunas da Igreja” que deram testemunho de maneiras diversas do único evangelho anunciado por Jesus Cristo (D.Odilo Scherer, CNBB 8/7/2013). A Fé acontece no seguimento ao que os apóstolos transmitiram à primeira geração cristã. Cremos pessoalmente, mas não só individualmente, mas com a Igreja (Idem).
À liturgia nas comunidades cabe celebrar não só os desejos e pedidos (que nascem espontaneamente do ciclo das estações e colheitas, que regulam a produção de alimentos e a reprodução da vida), mas querem celebrarar principalmente, a Fé, no louvor devido ao Criador. Àquele que fez o céu e terra em que vivemos e nos deu a Vida. Mesmo sendo difícil “separar” costumes “profanos” de sentidos “sacros”, religiosos, é bom recordar que a festa em memória de Pedro e Paulo é celebração do seu martírio, um crucificado, outro decapitado, segundo antigas tradições. Eles foram “colunas da Igreja” que deram testemunho de maneiras diversas do único evangelho anunciado por Jesus Cristo (D.Odilo Scherer, CNBB 8/7/2013). A Fé acontece no seguimento ao que os apóstolos transmitiram à primeira geração cristã. Cremos pessoalmente, mas não só individualmente, mas com a Igreja (Idem).
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As festas juninas às vezes perdem muitos de seus
antigos elementos (comidas músicas típicas substituídas pelo fast-food e música techno), mas continuam, ora mais ora menos, fieis à
tradição popular. Assim também a Fé deve permanecer fiel em sua essência ao
“ensino dos apóstolos”, mesmo que costumes e normas mudem para agrado/desagrado
de uns ou de outros. Na velocidade de nossa cultura atual, é preciso levar
poucas malas e não esquecer o essencial. Não esqueçamos os ensinamentos (cf.
Atos e muitas Cartas, de Pedro e Paulo) onde está o resumo de nossa Fé. Ou no “credo
apostólico”: Creio em Deus que é Pai, é poderoso e em seu Filho... e na vida
eterna, Amém!
oooooooooo ( * ) Prof.(1975-2012-Edu/Teo/Fil)
fesomor2@gmail.com
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