SEGUNDA FEIRA DA X II SEMANA
DO TEMPO COMUM 22/06/2015
1ª Leitura 2 Reis 17,5-8.13-15aa.18
Salmo 59(60), 7b “Ajudai-nos com vossa destra, ouvi-nos Senhor”
Evangelho Mateus 7, 1-5
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2014&mes=6&dia=23
O Evangelho nos traz orientações e exortações próprias para a vida
em comunidade. No rigorismo da Lei de Moisés, que era um Código de Normas
Religiosas, na relação com Deus e o Próximo, era possível saber quando uma
pessoa não estava agindo de acordo com a Lei de Deus.
Um exemplo bem prático disso está no nosso trânsito, facilmente
percebe-se quando a pessoa infligiu uma Lei, entrando na Contra Mão, parando em
lugar proibido, transitando com excesso de Velocidade permitida no local,
ultrapassando em locais proibidos demarcados pelas faixas contínuas nas
rodovias, entrando com o sinal vermelho, são erros mais que evidentes. Se não
há radar e nem um Agente da Lei por perto, não haverá punição alguma.
O Cristianismo ultrapassou a Lei, sem, entretanto alterá-la. Apenas
pôs a descoberto aquilo que está no bojo da Lei Divina: o Amor e a
Misericórdia! Portanto muda-se também as relações com Deus e o próximo. No
Velho Judaísmo olhava-se para o irmão de comunidade no crivo da lei, em Jesus Cristo as pessoas passaram a ser
olhadas em uma outra ótica, a do Amor e da Misericórdia. Foi assim que Jesus
olhou para Mateus, Zaqueu, Madalena, Nicodemos e outros mais. Eram pessoas que
no Judaísmo não teriam a menor chance de serem inseridas na Comunidade de
Israel.
Então o que mudou? Não há mais normas religiosas a serem seguidas?
Não há mais castigos nem punições humanas ou Divinas? Que religião é essa que
vai dar uma guinada de 90 graus na relação entre as pessoas da Comunidade?
Nada mudou na verdade. Herdamos do Judaísmo as Leis de Deus e as
Leis da Igreja, estão lembrados? Na
minha Catequese dos anos 60 tínhamos de saber de cor e salteado as dez Leis de
Deus e os cinco da Igreja. A grande
novidade do Cristianismo é justamente o modo de se relacionar, não mais a partir
da Lei, não mais dividindo a Comunidade em dois Grupos, o Grupo dos Santos e
Justos, e o Grupo dos Pecadores. Todos devem ser olhados do mesmo modo, com os
olhos de Deus que é todo Amoroso e Misericordioso.
É exatamente desse modo que Deus olha para todos e para cada um de
nós. Ele vê o nosso pecado, a nossa infidelidade, entretanto jamais prescinde
do Amor, da bondade, da compreensão e da Misericórdia. Deus nos conhece
intimamente, sabe muito quem somos, o que
fazemos e o que pensamos, quer estejamos sozinhos ou com outras pessoas. Não
tem como esconder de Deus algo tenebroso da nossa vida e que diga respeito a
nossa conduta moral. E o que Deus faz diante disso? Por acaso nos condena? Por
acaso nos despreza? Por acaso fica-nos indiferente? Claro que não! Vem em nossa
busca, a nossa procura, como no caso da moeda perdida, ou da ovelha desgarrada.
Seu grandioso e infinito amor por nós não cessa, por causa dos nossos erros e
pecados. Em resumo, é esse mesmo relacionamento de Deus para conosco que Jesus nos
pede neste evangelho, para que tenhamos com o próximo.
Os erros e pecados do nosso irmão não pode nos impedir de o amá-lo,
e se a nossa relação com os irmãos da comunidade, não tiver como fundamento o
Amor e a Misericórdia, é sinal mais que evidente que temos muito a nos
converter pois a tentação de imitarmos o Velho Judaísmo e a Lei de Moisés em
nosso meio, sempre é muito grande.
(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP
– E-mail cruzsm@uol.com.br
)
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