04- de julho- Sábado- Evangelho - Mt 9,14-17
João Batista, cujo ministério tinha por
finalidade preparar o povo para a chegada do Messias, tinha discípulos que
ainda haviam ficado com ele durante o princípio do ministério do Senhor Jesus.
Eles observavam os discípulos do Messias, alguns dos quais também
haviam sido de João, e vieram perguntar porque eles não jejuavam como os de
João e os fariseus faziam? Era uma crítica, pois o ritual do jejum representava
muito para eles.
Para compreendermos melhor o que se passou naquela ocasião, devemos
lembrar que João Batista fora ainda um profeta do Velho Testamento, e ele e os
seus discípulos ainda estavam presos à lei de Moisés, com seus preceitos e
rituais. Ele apresentara o Messias, e foi Este que deu início a uma nova era,
ou dispensação, introduzindo o Novo Testamento entre Deus e a humanidade com a
propiciação feita com o Seu sangue.
O curto ministério do Messias aqui na terra foi um intervalo
durante o qual Ele anunciou o início do Seu reino e preparou os Seus discípulos
para a nova dispensação.
Os “filhos das bodas” mencionados na resposta são uma expressão
idiomática da época significando os convidados a um casamento. O jejum entre os
judeus era um ato de abnegação devido a tristeza e contrição. Assim como os
convidados não podem demonstrar tristeza na presença de um noivo no seu
casamento, também não era próprio para os discípulos demonstrarem tristeza
enquanto o seu Salvador estivesse junto com eles.
Mas haveria ocasião para jejum quando Ele voltasse para o céu,
completada a obra de redenção que viera fazer, quando então estaria fisicamente
ausente dos seus discípulos.
Não existe um mandamento para jejuar como havia no Velho
Testamento. O jejum é encontrado junto com a oração na igreja primitiva, em
ocasiões em que a direção de Deus era pedida para a tomada de grandes decisões.
Também, nas versões mais antigas, aparece com a oração em 1 Coríntios 4:5. É um
ato de abnegação diante de Deus, aprovado aqui pelo Senhor Jesus.
Em seguida o Senhor usa duas ilustrações para
mostrar a mudança da dispensação do Velho Testamento para a do Novo Testamento,
e para ensinar que os seus princípios não devem ser misturados: Ninguém
usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo
encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em
odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os
odres ficam estragados. Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e
assim não se perdem nem os odres nem o vinho
A utilidade do Velho Testamento, com a lei de Moisés, estava no
fim, e o Senhor Jesus não veio para lhe dar continuidade mediante alguns
remendos pois estes só podiam piorar a sua situação. O Velho Testamento não
podia conter o Evangelho da salvação unicamente mediante a fé na obra redentora
de Cristo.
O Senhor Jesus veio para introduzir uma veste totalmente nova, um
vinho completamente novo, para substituir de uma só vez o que existia naquela
época. O apóstolo João abrevia isso assim “a lei foi dada por Moisés; a graça e
a verdade vieram por Jesus Cristo”.
Pelo jejum devemos proclamar que temos fome de Deus e significar
que só encontramos sentido para nós na verdadeira liberdade face a tudo que é
terreno e material. O nosso coração só encontra felicidade quando repousa em
Deus.
Pai dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao
projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a
novidade do Reino.
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