25- de Junho-Quinta - Evangelho - Mt 7,21-29
As imagens do homem prudente e do homem
insensato, e o diferente resultado do modo de agir de um e de outro,
correspondem às fórmulas da aliança de Deus com Israel que se concluem com as
bênçãos e com as maldições. Tais bênçãos e maldições dependem da consistência
do meu e do seu agir e do fundamento sobre o qual se apoiam.
É certamente mais custoso construir sobre a
rocha do que construir sobre a areia. Mas a casa construída sobre a rocha é
sólida e resiste aos temporais e às enxurradas, enquanto a que é construída
sobre a areia facilmente se desmorona e cai em ruínas. A qualidade do
fundamento é, pois, decisiva.
A Palavra
de Jesus é o fundamento imperecível para apoiar as nossas obras e a nossa vida.
Não são as emoções fáceis resultantes de milagres ou de manifestações
espetaculares que dão fundamento seguro à nossa vida e à nossa realização
pessoal, mas a obediência filial à vontade de Deus. Veja o que Jesus nos diz
hoje: “Nem todo o que me diz ‘Senhor, Senhor’
entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está
no Céu”.
Meu irmão, o Advento é tempo de viver mais
intensamente a esperança e de crescer na confiança, porque Deus prometeu e vem
efetivamente nos salvar. Temos uma cidade forte. O Senhor nos protege, constrói
para nós a paz. É preciso pôr a nossa confiança no Senhor, porque Ele é a rocha
segura. É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem.
“Abri-me as portas da justiça: quero entrar e dar graças ao
Senhor”. Este é um
dentre os inúmeros gritos de confiança – que escutamos durante o tempo do
Advento – e que nos dão coragem e criam ao nosso redor uma atmosfera de
tranquilidade e segurança.
O
Evangelho diz-nos qual é o verdadeiro fundamento do discipulado e da nossa
confiança. Não são as coisas extraordinárias – os exorcismos, as curas, os
milagres – mas na Palavra devidamente escutada e posta em prática. Não é
suficiente dizer: “Senhor, Senhor!” para ser verdadeiro discípulo. É
preciso obedecer à Palavra do Senhor encarnada na vida. Também não posso
fundamentar a minha vida no excepcional, no aparente ou na vaidade das minhas
realizações efêmeras. Com isso, só “mascaro” a inconsistência da minha vida,
esquecendo-me de que, mesmo os menores gestos de bem que eu possa realizar, são
dom da graça que exige humildade e reconhecimento.
E, se repentinamente me vejo confrontado com a
minha fragilidade, deixo-me tomar pelo terror e pelo desespero – como quando
cai uma casa – porque verifico que não tenho morada na cidade forte, habitada
exclusivamente por um povo justo que cumpre com os seus compromissos e
fundamenta sua existência no Senhor, rocha eterna.
Diferente
será minha sorte se eu apoiar minha vida na Palavra do Senhor. Ela será para
mim solidez e proteção. Quem se gloria unicamente na bondade do Senhor, vê
abrirem-se-lhe as portas da cidade forte. E, assim, poderá entrar no Reino do
Filho muito amado do Pai. A promessa é de Jesus: “Quem
ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente
que construiu a sua casa sobre a rocha firme”.
Padre Bantu Mendonça
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