Domingo, 28 de junho de 2015.
Evangelho de Mt 16,13-19
Pedro era um pescador do Mar da Galileia. Ele se chamava
Simão, que significa broto de bambu, varinha fina que se dobra ao vento. Quando
Jesus teve seu primeiro encontro com
Simão, Jesus disse que seu nome seria mudado para Pedro, que é traduzido
como Rocha (Jo 1,42). Portanto Foi Jesus quem trocou o seu nome de Simão por
Pedro, pedra, rocha, para indicar sua nova missão. Dar um novo nome é mudar a
situação da pessoa. No Antigo Testamento
somente Deus era chamado de rocha.
Simão era um galileu
que habitava em Cafarnaum, cidade próxima ao mar da Galileia, onde ele era
pescador com seu irmão André. Sabemos que Pedro era casado porque o evangelho
fala que ele vivia com sua sogra em Cafarnaum.
André, irmão de
Pedro, era discípulo de João Batista. João Batista apresentou aos seus
discípulos, Jesus dizendo que Jesus era o Cordeiro de Deus. André contou a
Pedro que ele havia conhecido o Mestre e levou Pedro para conhecê-lo. Portanto,
Pedro conheceu Jesus, quando lhe foi apresentado por seu irmão André, as
margens do rio Jordão, onde tinha ido, atraído pela fama de João Batista.
Pedro
provavelmente, pertencia a um grupo de pessoas que lutavam contra a dominação
romana, esse grupo era chamado zelotas.
Como podemos perceber
pelas narrativas dos Evangelhos, Pedro tinha um temperamento explosivo e
espontâneo, falava tudo o que sentia, era franco, leal e generoso, de
iniciativas ardentes e de raciocínio rápido, era precipitado (apressado) e ao
mesmo tempo um tanto medroso, receoso, tímido.
Um dia, Jesus caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois
irmãos: Simão e André, que lançavam a
rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”. Imediatamente
deixaram suas redes e seguiram Jesus. E foi assim, sem vacilar, sem pensar duas
vezes, que ele atendeu ao chamado de Jesus para torna-se um “pescador de
homens”.
A partir deste
encontro Pedro nunca mais se afastou de Jesus e esteve presente em todos os
momentos muito importantes da vida de Jesus como: a transfiguração de Jesus no
Monte Tabor, onde Jesus revela a sua divindade. Pedro falou para Jesus: “vamos
fazer três tendas para ficarmos aqui”. Tamanha era a felicidade, alegria e paz
que sentiu.
Certa vez Jesus foi
ter com os apóstolos no barco, no mar da Galiléia, à noite, e foi andando sobre
as águas, Pedro ao ver o Senhor andando sobre as águas, quis também andar e
Jesus disse a ele, “Venha”. Pedro
foi, mas teve medo e começou a afundar. Jesus o repreendeu, dizendo: “Homem fraco na fé, porque duvidaste?”
Mas, mesmo com toda a
sua teimosia e ignorância foi Pedro que deu o primeiro testemunho de fé quando
Jesus perguntou: “Quem vocês dizem que eu sou?“ Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo!”
Jesus, que conhece
intimamente cada um dos seus seguidores, que mesmo diante de todas as fraquezas
de Pedro conhecia sua força, ao ouvi-lo proclamar sua Fé, lhe disse: “Feliz és
tu, Simão, filho de João, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou
isto, mas Meu Pai que está nos Céus. E eu te declaro: Pedro, tu és pedra e
sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não
prevalecerão sobre ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: Tudo o que
ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será
desligado nos céus.” ( Mt, 17-19)
Pedro recebe uma
missão especial: em nome do Senhor deve ensinar e julgar, isto é, ser porta-voz
da vontade de Deus. Jesus simboliza a missão que está dando a Pedro pela
entrega das chaves do Reino dos céus. O poder de ligar e desligar indica a
autoridade para transmitir a doutrina do Mestre e decidir o que é de acordo ou
contrário ao evangelho.
Assim Jesus institui
sua Igreja na profissão de fé em Cristo, feita por Pedro. Jesus confia a Pedro a missão de ser o chefe deste novo povo, a
Igreja. Pedro recebe das mãos de Jesus a missão de ser o primeiro papa,
aquele que tem como missão confirmar os irmãos na fé e a responsabilidade em
manter a unidade da fé em Cristo e na Igreja. Pedro ficaria no lugar de Jesus
para comandar o grupo dos apóstolos e todos que se convertessem ao
cristianismo.
Pedro que conviveu
com Jesus, que recebeu dele tantas lições de vida para o amor, para a renúncia,
para a obediência, para conhecer suas próprias limitações; esse mesmo Pedro que
jurou morrer por seu Mestre, que lhe jurou fidelidade na última ceia; que até
mesmo tentou defendê-lo dos soldados cortando a orelha do soldado Malco, na
hora da prisão de Jesus, quando vão levá-lo para julgar, condenar e crucificar,
na hora difícil de Jesus, Pedro se enfraqueceu. Esse Pedro-pedra, forte,
explosivo, sentindo medo e talvez até mesmo decepção acompanha Jesus de longe,
se esconde atrás de uma fogueira e nega conhecê-lo por três vezes, na noite que
prenderam Jesus para julgá-lo, condená-lo e matá-lo. Assim que o galo cantou,
Pedro se lembrou das palavras de Jesus, que ele Pedro o trairia três vezes.
Então Pedro chora amargamente por ter traído o seu Mestre, o seu querido amigo,
e recorda tudo o que Jesus ensinou e da missão recebida das mãos de Jesus.
Pedro dormiu na 5ª
feira-santa quando Jesus em agonia no getsêmane pede que ore uma hora com Ele.
Mas, na madrugada do Domingo da ressurreição Pedro corre até o túmulo e entra
sem medo para verificar se o corpo do Senhor estava lá. Pedro encontra o túmulo
vazio.
Depois da
ressurreição, Jesus vai até ao mar da Galileia, Pedro está no barco e quando
reconhece Jesus se joga nas águas de roupa e tudo e nada 100 metros para se
encontrar com Jesus.
Jesus se encontra com os seus apóstolos na praia e enquanto lhes
prepara um peixe, assando-o na brasa, pergunta a Pedro por três vezes: Pedro tu
me amas? E Pedro responde: Sim Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus:
Apascenta os meus cordeiros. Quando Jesus acabou de perguntar pela terceira
vez, Pedro se entristeceu porque se lembrou que também o negou por três vezes.
Depois da ascensão de
Jesus aos céus, quando Jesus envia o Espírito Santo sobre os apóstolos no
cenáculo, foi Pedro quem fez o discurso para uma multidão convertendo mais de
três mil pessoas, provando que não estavam embriagados de vinho doce, mas sim
repletos do Esp. Santo. Assim iniciou-se
a igreja missionária, a qual Jesus confiou a Pedro a missão de ser o
chefe.
Aquele Pedro medroso
enfrenta qualquer um em nome de Jesus e da Igreja.
Em nome de Jesus
Pedro realiza milagres e prodígios. Um dia subindo ao Templo encontrou com um
aleijado de nascença pedindo esmolas. Pedro disse-lhe: “Não tenho nem ouro nem
prata, mas o que tenho, eu te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te
e anda!” E o aleijado ficou curado.
Cada vez mais aumentava a
multidão dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor. De maneira que
traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que
quando Pedro passasse ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles e ficassem
curados. Vinha gente de todo o lugar trazendo doentes e os atormentados por
espíritos imundos, e todos eles eram curados.
Assumindo a missão que o Mestre lhe confiou, Pedro dirigiu as
primeiras pessoas da Igreja de Jesus, as primeiras comunidades. A sua primeira sede de trabalho apostólico
foi a cidade de Antioquia, mas no ano de 42 mudou-se para Roma, onde fundou uma
comunidade de cristãos.
De Roma, Pedro mandou
pregadores do Evangelho para outras partes do mundo. Depois de cinco anos foi
expulso da cidade pelo imperador. Voltou para Jerusalém onde presidiu o
primeiro Concílio da nossa Igreja por volta do ano 49, o Concílio de Jerusalém.
Pedro foi preso
diversas vezes por pregar o nome de Jesus e por seus milagres. Foi torturado,
mas não se intimidava. Tendo retornado para Roma, aí permaneceu até ser
martirizado por ordem do imperador Nero. Depois de ser açoitado, foi amarrado numa
cruz, no dia 29 de junho, provavelmente no ano 64. Diz a tradição que ele mesmo
pediu para ser crucificado de cabeça para baixo por não se achar digno de
morrer da mesma forma que Jesus.
Pedro governou a
Igreja por aproximadamente 33 anos. Sua vida mostra concretamente a
transformação ocorrida nele depois de Pentecostes. Podemos perceber a diferença
que aconteceu em Pedro, a transformação. Podemos observar que Pedro do
evangelho é um, Pedro dos atos dos Apóstolos é outro, porque está repleto do
Espírito Santo, e com alegria e disposição deu a sua vida por Jesus, pela
missão a ele confiada de dirigir a igreja e de levar a palavra de Deus até os
confins do mundo.
O Espírito Santo nos transforma, nos encoraja, nos dá forças como
deu a Pedro para cumprir sua missão. É só nos entregarmos a Ele, nos
encharcarmos dele e deixar-nos guiar pelos seus dons e carismas.
Pedro é exemplo para nós. Somos como Pedro, imperfeitos por isso
nos identificamos com ele, nos sentimos semelhantes a ele. A vida e a
transformação de Pedro nos mostram que também nós podemos nos transformar, que
todos temos capacidade de crescer e nos fortalecer na fé. Podemos, assim como
Pedro, buscar forças nos ensinamentos de Jesus, na Palavra Sagrada e nos
Sacramentos, para vencer nossa teimosia, ignorância e limitações, para seguindo
seu exemplo, nos tornarmos mais uma “pedra” a ser colocada na construção do
Reino.
Queridos irmãos e irmãs, vamos ser pedras vivas, fortes, duras como
rochas, como pedra, como Pedro para instalar o Reino de amor, justiça e paz
aqui na terra. AMÉM!
Maria de Lourdes; bela reflexão, como todas deste SITE, leio todas e de todos, Deus a de continuar estendo as mãos sobre vocês evangelizadores. Este trabalho de vocês tem nos ajudados como ministros da palavra, assim podemos levar nossos trabalhos a outros cristãos. Que Deus abençoe todos vocês.
ResponderExcluirAMÉM!!!!
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