21/06/2015
– XXII Domingo do tempo comum – 1ª. leitura – Jó 38,1.8-11 - “Só Deus sabe o porquê e o para que”
Neste
trecho do Livro de Jó o Senhor Deus na Sua grande sabedoria e onipotência faz a
ele alguns questionamentos que se ajustam a nós, hoje. Quantas vezes nós também nos arvoramos de
juízes dos acontecimentos e queremos desvendar as causas e os porquês das
nossas venturas ou desventuras! Quantas vezes nós mesmos (as) censuramos a Deus
por ter permitido que os nossos planos fracassassem e O culpamos pelas coisas
que não dão certo na nossa vida! No entanto, diante das indagações que Ele
próprio nos faz nesta leitura, nós constatamos que, na verdade, nós não sabemos
nada e que não nos cabe julgar o modo divino de proceder, mas aceitar humildemente
tudo quanto Deus julga oportuno enviar-nos, confiando na força do Seu Amor
poderoso por cada um de nós. E a primeira manifestação do Amor e do Poder de
Deus se revela ao homem através da Sua Criação. Ninguém jamais poderá explicar,
ou querer entender o porquê das coisas criadas por Deus. Por que são assim ou
poderiam ser diferentes! Ele sabe o porquê e o para que, foram feitas todas as
coisas. O mar, as nuvens, o vento, o fogo, o sol, a lua, as estrelas, são obras
de Deus que nos revelam o Seu poder e manifestam o Seu grande amor para com o
homem que na sua limitação pode apenas admirar, preservar e delas usufruir. A
nós cabe simplesmente, usando da nossa liberdade, agir coerentemente dentro do
que o Senhor nos ensina e confiar na Sua providência e na Sua Misericórdia para
viver com alegria a graça que Ele nos dá, mesmo que estejamos no meio das
tempestades. - De que sentimento
você é tomado quando contempla a
natureza? – Você compreende os altos e baixos do mar? – Com que olhos você
enxerga as coisas da criação: somente com os olhos físicos ou também com os
olhos do seu coração? – Você tenta explicar os acontecimentos imprevistos na
sua vida?
Salmo 106 – Daí graças ao Senhor, porque ele é bom,
porque eterna é a sua misericórdia!
Os
prodígios do Senhor são testemunhados por nós e como diz o salmo todo aquele
que percebe a ação de Deus no mundo deve dar graças por sua bondade e
misericórdia. Estamos no mundo sujeitos às intempéries da vida, no entanto,
temos confiança no Senhor que escuta o nosso grito e conhece a nossa aflição,
por isso, transforma as nossas tempestades em bonança. O Senhor
nos leva ao porto da santidade e nos encoraja na caminhada.
2ª. Leitura – 2 Coríntios
5, 14-17 - “ Cristo faz nova todas as
coisas”
Em Cristo
somos novas criaturas, e as coisas e o modo de ser do passado não têm mais
sentido. “Tudo agora é novo”! São
Paulo nos revela que quando isto acontece, nós não agimos mais conforme a nossa
natureza humana, da mesma forma que não mais enxergamos a Cristo como homem,
mas como Deus. É o nosso lado humano que vai se divinizando conforme a nossa
entrega a Cristo. “Portanto, se alguém
está em Cristo, é uma criatura nova”, diz São Paulo. A paixão, morte e ressurreição de Cristo, por
amor a nós, nos motivam a enxergar o Deus Pai de Amor que Ele veio nos revelar,
por isso, São Paulo, fala na sua carta que “o
amor de Cristo nos pressiona”. Jesus veio dar dignidade à nossa humanidade,
e, na medida em que nos apossamos de Cristo, nós percebemos a nossa
transformação interior. O parâmetro, então, para que percebamos se somos
criaturas novas, é justamente, o nosso modo de agir segundo Cristo, orientados
conforme o Evangelho e vivendo a caridade como a regra de ouro das nossas
ações. É muito bom a gente meditar sobre a profundeza desta novidade que habita
em nós porque, passo a passo, nós vamos seguindo as pegadas de Jesus e, cada
vez mais, nos vamos configurando a Ele. – Pense nisto! – As suas ações já têm
sintonia com as de Jesus? – Você tem sido transformado (a) interiormente? –
Você já se considera um homem, uma mulher nova?
Evangelho Marcos 4, 35-41 -
“medo ou falta de fé?”
Naquela
tarde Jesus ordenou aos Seus discípulos que O acompanhassem para a outra margem
do mar da Galiléia e eles prontamente obedeceram ao Seu chamado sem saber o que
lhes iria acontecer. Nós também, muitas vezes somos chamados por Jesus para irmos com Ele para a “outra
margem”, e nós saímos da tranquilidade da nossa vida e enfrentamos a
tempestade, porque confiamos no Seu plano para nossa vida. Sabemos que o seguimento de Jesus implica em
que saiamos da comodidade da nossa “vidinha” para entrar na Sua barca que na
maioria das vezes enfrenta o mar bravo onde a ventania lança ondas fortes e
tenta nos afogar. No entanto, mesmo sabendo que Jesus está conosco, somos, como
os discípulos, inclinados a deduzir que Ele dorme enquanto a tempestade nos
ronda e que nos deixou entregues à nossa própria sorte. Por que temos medo?
Será que nos falta a fé? Realmente, a nossa falta de fé em Jesus é a causa do
medo que sentimos nos nossos momentos difíceis. Como o próprio Jesus falou, “Ainda não temos fé”, ou melhor, ainda
não nos apossamos deste dom precioso. Por isso, acordamos Jesus e reclamamos a
sua assistência com revolta: “e tu não te
importas?” Entretanto, o homem novo, cheio de fé tem confiança em que Jesus está perto, no
barco da sua vida e embora que às vezes pareça estar “dormindo”, nunca o
abandonará. O medo, embora faça parte da nossa humanidade, não deve, porém,
dominar nossa nova criatura. A fé é como uma ponte que se move debaixo dos
nossos pés quando atravessamos as dificuldades com Jesus – De que você tem medo? – Você confia que
Jesus está perto de você? – Você também
costuma arguir a Deus porque as coisas não são diferentes? – Você suporta o
sofrimento confiando no poder e no Amor de Deus? – Qual é a sua reação diante
dos seus fracassos? – Você já entrou na barca com Jesus?
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