SÃO JOÃO BATISTA,
O PROFETA DO ALTÍSSIMO – Maria de Lourdes Cury Macedo
Quarta-feira, 24 de junho de 2015
Evangelho de Lc 1, 57- 66.80
O último profeta do Antigo Testamento foi Malaquias que viveu cerca
de 400 anos antes de Cristo. Depois dele, houve 4 séculos de silêncio de Deus,
pois não havia profetas falando em nome do Senhor. Até que, no deserto aparece
João Batista. João Batista foi o último profeta do Antigo Testamento e o 1º
santo do Novo Testamento.
Seu pai Zacarias
que estivera mudo durante a gestação de João, no dia da circuncisão, recupera
sua fala e diz que o nome do menino seria João. Cheio do Espírito Santo, entoou
um cântico de louvor a Deus e disse como profeta: “E tu, menino, serás chamado
profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar seus caminhos”
(Lc 1, 76).
O nome João
significa “Deus se mostrou misericordioso”. A misericórdia de Deus se
manifestou no nascimento desse profeta.
João nasceu numa
pequena aldeia cerca de seis quilômetros de distância de Jerusalém. A sua
educação foi grandemente influenciada pelas ações religiosas e pela vida no
templo, porque seu pai era um sacerdote e sua mãe pertencia a uma sociedade
chamada "as filhas de Araão".
Em Judá não existia escola, seus pais foram seus professores e o
ensinaram a ler e a escrever e o instruíram nas atividades comuns próprias da
sua cultura.
Aos 14 anos ingressou num grupo que exigia abstenção de bebidas intoxicantes,
tinha de deixar o cabelo crescer, e não tocar nos mortos. Quando João tinha 18
anos perdeu seu pai, assumiu a responsabilidade de zelar por sua mãe até a
morte dela, dez anos após.
Quando Isabel morreu, João ofereceu todos os seus bens de família
ao grupo, ao qual pertencia e iniciou a sua preparação para aquilo que se
tornou um “objetivo de vida” - pregar aos gentios e admoestar os judeus,
anunciando a proximidade de um “Messias” que estabeleceria o “Reino do Céu”.
O Discurso principal de João era a respeito da vinda do Messias,
grandemente esperado por todos os judeus. O Messias era a fonte de todas as
esperanças deste povo em restaurar a sua dignidade como nação independente.
Cheio do Espírito
Santo desde o ventre de sua mãe, João Batista optou por uma vida de oração e
pobreza radical. O pequeno João Batista, educado em família sacerdotal, pois seu
pai Zacarias era Sacerdote do Templo, tinha tudo para ser sacerdote. Era sem
dúvida, piedoso, contemplativo, discreto e de muita obediência, de oração e de
jejum. Mas a sua missão profética já anunciada do alto e a fascinação pelo
deserto e por uma vida solitária afastaram-no do Templo. Lá no deserto longe
das seduções do mundo consegue se voltar unicamente a Deus. João tinha um
temperamento ardente, mas era social, solidário, amigável e capaz de encontros
com seus irmãos e irmãs. E depois de preparar-se longamente no deserto, o Espírito
Santo o inspirou a sair de lá para a sua missão pública e de grande profeta do
Altíssimo, Jesus.
Era costume
judaico batizar pessoas estrangeiras que queriam participar da crença
judaica. Mas João não batizava de acordo
com o conceito judaico, esse já era uma
cerimônia praticada. A novidade de João foi introduzir o batismo de conversão
pelo arrependimento dos pecados. Ao longo do Rio Jordão, João pregava e
batizava. Ele dizia que a decisão de arrepender-se dos pecados é que levaria a
pessoa participar da Aliança com Deus, e não a raça a que a pessoa pertencia.
A palavra arrependimento
significa mudança de visão de vida, dar meia-volta em direção a Deus. Ou
mudamos nossos velhos costumes e nos arrependemos sinceramente diante de Deus
ou nunca haverá comunhão com Ele. Para os que se arrependiam de seus pecados, o
sinal externo desta decisão era o batismo.
O que fez o Precursor para ser definido como um profeta, e mais, “o
maior dos profetas”? (Lc7,28) Antes de tudo, seguindo os passos dos antigos
profetas de Israel, pregou contra a opressão e a injustiça social. O que facilmente
nos faz reconhecer a ideia que atualmente temos do profeta: alguém que
impulsiona à mudança, que denuncia as deformações do sistema, que aponta seu
dedo contra o poder em todas suas formas: religioso, econômico, militar... e se
atreve a gritar na cara do tirano: “Não te é lícito!” (Mt 14, 4).
Mas João Batista faz
também uma segunda coisa: dá ao povo o “conhecimento de salvação pelo perdão de
seus pecados” (Lc 1, 77). Os antigos profetas anunciavam uma salvação futura,
mas João Batista não anunciava uma salvação futura, indicava uma que está
presente. Ele é quem aponta seu dedo para uma pessoa e grita: “Aqui está!”
(João 1, 29). “Aquilo que se esperou durante séculos e séculos está aqui, é
Ele!”. “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” “Não sou digno de
lhe desatar as correias das sandálias”! (Jo 1, 29)
Os profetas tradicionais
ajudavam seus contemporâneos a olhar para o futuro, mas João ajuda o povo
entender e permite descobrir o Messias oculto por trás do aspecto de um homem
comum como os demais. O Batista inaugurava assim a nova profecia cristã, que
não consiste em anunciar uma salvação futura (“nos últimos tempos”), mas em
revelar a presença escondida de Cristo no mundo.
O que tudo isto tem a nos dizer? Que também devemos manter juntos
estes dois aspectos do ministério profético: compromisso pela justiça social e
anúncio do Evangelho. Um anúncio de Cristo, sem o esforço pela promoção humana,
resultaria na descrença; um compromisso pela justiça, sem o anúncio da fé e do
contato transformador da Palavra de Deus, não daria em nada.
João Batista não pregava contra os abusos, como agitador
social, mas como mensageiro do Evangelho, “para preparar ao Senhor um povo bem
disposto” (Lc 1, 17).
Vejamos o que o
próprio Jesus falou a respeito de João Batista.
“Quando vocês foram ao deserto para encontrar com João, que
é que esperavam ver? Uma folha sacudida pelo vento? Ou seja, um homem sem princípios
e sem saber o que quer na vida? Que é que vocês foram ver? Um homem bem
vestido? De fato, os que se vestem bem vivem no luxo, moram nos palácios. Digam
então, que é que esperavam ver? Um Profeta? Sim, eu afirmo que vocês viram
muito mais do que um Profeta” (cfr Lc 7,24-27).
Concluindo: Como vimos, João
possui todas as qualidades de profeta.
- O profeta tem vida de
intimidade com Deus, isto é, vida de oração de escuta da palavra.
- Ele fala em nome de Deus.
Ele é a boca de Deus.
- Anuncia a Palavra de Deus e
denuncia os erros, injustiças e tudo o que é contrário ao Plano de Deus.
- Ele interpreta o presente e
fala do futuro. Fala da esperança.
- Fala com força, coragem e
entusiasmo.
- Defende os pobres, os
pequenos e prega a fraternidade e a justiça entre os homens.
- Prega a conversão, isto é,
mudança de vida.
Pelo batismo e pela crisma recebemos a missão de sermos profetas, e
temos em João Batista, um lindo modelo e exemplo a seguir.
Celebrando a
festa de São João Batista, rogamos que sua proteção se faça constante e que sua
mensagem sempre nos encoraje para a construção de uma sociedade cada vez mais
cheia de vida marcada pelos os valores de Jesus Cristo.
São João Batista,
grande profeta do Altíssimo, rogai por nós agora e sempre. Amém!
Depois do café da manhã, sempre leio algumas reflexões. Hoje, lendo esta profunda reflexão da Maria de Lourdes, que é um verdadeiro tratado sobre João Batista, onde encontramos resumidamente tudo sobre o maior dos profetas, eu não preciso mais ler outras reflexões por agora. Parabéns, Lourdes, e obrigado por você estar aqui conosco evangelizando para o mundo. José Salviano
ResponderExcluirMaria de Lourdes, vocês não estão fazendo este trabalho para receber parabéns, más eu digo parabéns a todos vocês, por este belo trabalho evangelizador que nos mostra o carinho de todos. Gosto do trabalho de todos, más esta reflexão trouxe-me um conhecimento sobre João Batista que eu ainda não conhecia como no inicio desta reflexão. Que Deus abençoe todos vocês.
ResponderExcluirAMÉM!!!!
ResponderExcluirAMÉM!!!!
ResponderExcluirAMÉM!!!!!
ResponderExcluirAMÉM!!!!!
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