SOLENIDADE PEDRO E PAULO 28/06/2014
1ª Leitura Atos 12, 1-11
Salmo 33(34),5 “Procurei o Senhor e ele me atendeu, livrou-me de
todos os temores”
2ª Leitura 2Timóteo, 4-6-8.17-18
Evangelho Mateus 16, 13-19
As Colunas da Igreja...
Festa de São Pedro e São Paulo, que celebramos nesse domingo, nos
faz pensar na origem de nossas comunidades. Como tudo começou? Quando foi a
primeira celebração, quem fez? Como é que a comunidade cresceu e se desenvolveu
para chegar aos dias de hoje? Uma coisa é muito certa, o fundador ou
fundadores, deve ter feito uma experiência muito profunda com Jesus Cristo,
pois sem isso, a comunidade não teria um alicerce, alguém em quem apoiar-se
para poder crescer e cumprir a sua missão.
Comecemos a falar primeiro de Paulo, cuja teologia, isso é, o modo
como ele começou a pensar as coisas de Deus, depois do encontro com Jesus no
caminho para Damasco, foi tão marcante na vida das comunidades, que esse
apóstolo é mencionado como o segundo fundador da nossa Igreja. De fato, seria
difícil pensarmos em uma igreja universal, presente no mundo inteiro, em outras
culturas e nações, sem nos lembrar de Paulo, aquele que pregou aos gentios que
eram pessoas de outra cultura. Paulo não ficou só na mística, se assim o
fizesse, teria fundado uma outra religião e arrastaria milhares de adeptos,
porém, sistematizou alguns pontos doutrinários importantes, organizou as
comunidades que havia iniciado, e o mais bonito, mesmo pensando um pouco
diferente do Chefe dos Apóstolos, manteve-se firme em comunhão com ele e os
irmãos da Igreja de Jerusalém, com quem aliás, sempre foi solidário , ao
organizar coletas que levava para a Igreja mãe.
São Paulo é o modelo fiel do cristão autêntico, que faz a
experiência com Jesus, se encanta com o seu ensinamento, desfaz o seu projeto
de vida por causa dele e torna-se um fiel seguidor do evangelho, dando por ele
a própria vida como aconteceu em seu martírio.São Paulo sempre acreditou nas
comunidades, mesmo quando havia indícios de desunião, problemas internos,
contendas e divisões, acreditava nas pessoas e mantinha com elas uma boa
relação, mesmo que se tratasse de Pedro, que tinha uma linha mais
tradicionalista, causa de algumas divergências bastante sérias entre ambos mas
Paulo nunca deixou de amá-lo por causa disso. Ele mesmo manifestava essa sua
flexibilidade, quando afirmava que se fazia um com todos e não tinha
dificuldade de conviver com as pessoas. Outra coisa importante na pessoa de
Paulo, é que ele promoveu uma ação evangelizadora em ambiente hostil á Cristo e
ao seu evangelho, era corajoso e nunca teve medo de anunciar a Verdade. Isso
nos leva a pensar que muitas vezes somos negligentes, quando ficamos esperando
que as pessoas venham procurar nossa pastoral ou movimento, parece que a gente
não se sente seguro para falar do evangelho no meio do mundo, lá onde as
pessoas precisam escutar esse anúncio, porque achamos que não vão gostar e que
algumas vão ser contra. Se São Paulo pensasse assim, milhares de pessoas, ontem
e hoje, não teriam conhecido a Jesus.
São Pedro é chamado o príncipe dos apóstolos, isso é, aquele que
iniciou o apostolado, e vemos no evangelho de hoje, porque o próprio Cristo o
constituiu chefe da sua igreja. Ele conseguiu enxergar em Jesus algo muito mais
do que se falava, o povo via nele um Messias Profeta, comparável a João Batista
ou a Elias, outro grande profeta na História de Israel, mas esse pensamento era
fruto de uma ideologia, e a era messiânica que todos aguardavam com ansiedade,
representava uma nova política, uma inversão do quadro, o Messias era um
libertador Político, enviado por Deus sim, porém, com uma missão terrena.
O apóstolo Pedro, que fala em nome do grupo, consegue fazer essa
transição, do Messias Histórico e Ideológico, para o Messias Espiritual, ele
não era enviado por Deus mas sim o próprio Deus. O que Jesus falava e fazia,
todos viam, e a partir disso embalavam o sonho e a esperança de dias melhores
para o povo de Israel, mas sempre em uma perspectiva terrena.
A confissão de Pedro manifesta pela primeira vez no meio do grupo,
a Fé em uma Salvação que supera toda e qualquer realização humana, onde o homem
atinge a plenitude do seu ser, divinizando aquilo que é humano. Cesaréia de
Filipe é terra de pagãos, cercado por rochas sobre as quais há edificações
habitadas pela elite do império romano. A igreja de Cristo está no meio do
mundo, porém edificada sobre a fé professada por toda comunidade, que tem como
base a fé professada por Pedro, naquele dia.
Como Pedro e Paulo, que sejamos nessa igreja um apoio seguro para
os que ainda não crêem, porque não conhecem a Cristo e acima de tudo, nunca nos
esqueçamos que Jesus Cristo edificou o reino sobre pessoas como Pedro e Paulo,
instrumentos aparentemente fracos, mas que pela ação da graça operante e santificante
do Batismo que receberam, tornaram-se perenes, transpondo fronteiras e todas as
barreiras que separa os homens, para anunciar Jesus Cristo, o Filho de Deus,
aquele que plenificou o nosso existir. (São Pedro e São Paulo MATEUS 16, 13-19)
Nenhum comentário:
Postar um comentário