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Setembro 2019
Lectio
Primeira leitura: Colossenses 2, 6-15
Irmãos: ao mesmo modo que recebestes Cristo
Jesus, o Senhor, continuai a caminhar nele: 7enraizados e edificados nele,
firmes na fé, tal como fostes instruídos, transbordando em acção de graças.
8Olhai que não haja ninguém a enredar-vos com a filosofia, o que é vazio e
enganador, fundado na tradição humana ou nos elementos do mundo, e não em
Cristo. 9Porque é nele que habita realmente toda a plenitude da divindade, 10e
nele vós estais repletos de tudo, Ele que é a cabeça de todo o Poder e
Autoridade. 11Foi nele que fostes circuncidados com uma circuncisão que não é
feita por mão humana: fostes despojados do corpo carnal, pela circuncisão de
Cristo. 12Sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que fostes
ressuscitados, pela fé que tendes no poder de Deus, que o ressuscitou dos
mortos. 13A vós, que estáveis mortos pelas vossas faltas e pela incircuncisão
da vossa carne, Deus deu-vos a vida juntamente com Ele: perdoou-nos todas as
nossas faltas, 14anulou o documento que, com os seus decretos, era contra nós;
aboliu-o inteiramente, e cravou-o na cruz. 15Depois de ter despojado os Poderes
e as Autoridades, expô-los publicamente em espectáculo, e celebrou o triunfo
que na cruz obtivera sobre eles.
Paulo alerta os Colossenses para certas
crenças, passadas como filosofia ou assumidas por alguns filósofos, em nome da
insuficiência de Cristo para a salvação: «Olhai que não haja ninguém a
enredar-vos com a filosofia, o que é vazio e enganador, fundado na tradição humana
ou nos elementos do mundo» (v. 8). Em Cristo ressuscitado reúnem-se o mundo
divino e o mundo criado, a humanidade e o cosmos. Cristo não precisa de ser
completado, porque, "agora", tem o controlo de tudo.
O cristão, pelo baptismo, participa no triunfo de Cristo morto e ressuscitado sobre a morte, sobre a influência das forças cósmicas e misteriosas. Pela sua cruz, aboliu a lei antiga e obrigou essas forças a seguirem ordenadamente o seu cortejo triunfal. Assim o Apóstolo afirma, com toda a clareza e decisão, que Cristo é suficiente para a salvação. Depois da sua morte e ressurreição, as forças cósmicas, espirituais ou materiais, estão-lhe submetidas e não podem causar qualquer mal.
O cristão, pelo baptismo, participa no triunfo de Cristo morto e ressuscitado sobre a morte, sobre a influência das forças cósmicas e misteriosas. Pela sua cruz, aboliu a lei antiga e obrigou essas forças a seguirem ordenadamente o seu cortejo triunfal. Assim o Apóstolo afirma, com toda a clareza e decisão, que Cristo é suficiente para a salvação. Depois da sua morte e ressurreição, as forças cósmicas, espirituais ou materiais, estão-lhe submetidas e não podem causar qualquer mal.
Evangelho: Lucas 6, 12-19
Naqueles dias, Jesus foi para o monte fazer
oração e passou a noite a orar a Deus. 13Quando nasceu o dia, convocou os
discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos:
14Simão, a quem chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago, João, Filipe e
Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelote;
16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.
17Descendo com eles, deteve-se num sítio plano, juntamente com numerosos
discípulos e uma grande multidão de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de
Tiro e de Sídon, 18que acorrera para o ouvir e ser curada dos seus males. Os
que eram atormentados por espíritos malignos ficavam curados; 19e toda a
multidão procurava tocar-lhe, pois emanava dele uma força que a todos curava.
Como outras vezes, Lucas refere que Jesus se
retira para a montanha a fim de rezar, passando lá toda a noite (v. 12). Ainda
que não haja uma referência explícita à relação entre a oração de Jesus e a
escolha dos Doze, é possível, à luz da fé, estabelecer essa relação. O gesto
que Jesus está para realizar tem uma enorme importância. Daí a necessidade de
dialogar com o Pai. A escolha dos Doze inclui um chamamento: «convocou os
discípulos e escolheu doze dentre eles». Vocação e missão são inseparáveis. Sem
a vocação, a missão não é mais que profissão. Por outro lado, a vocação, sem a
missão, seria um gesto incompleto.
«Aos quais deu o nome de Apóstolos» (v. 13b): parece um anacronismo, pois "apóstolo" é um nome tipicamente pós-pascal. Mas é a luz da Páscoa já projectada sobre o tempo do ministério público de Jesus, como que a dizer-nos que essa luz também se projecta sobre a nossa vida e a nossa história.
Finalmente, a relação de Jesus com a multidão é, mais uma vez caracterizada de duas maneiras: as multidões vêm para escutar Jesus e para ser curadas das suas doenças (v. 18). Em ambos os casos, trata-se, na perspectiva de Lucas, de uma "força" que dá autoridade à sua doutrina e eficácia aos seus gestos taumatúrgicos.
«Aos quais deu o nome de Apóstolos» (v. 13b): parece um anacronismo, pois "apóstolo" é um nome tipicamente pós-pascal. Mas é a luz da Páscoa já projectada sobre o tempo do ministério público de Jesus, como que a dizer-nos que essa luz também se projecta sobre a nossa vida e a nossa história.
Finalmente, a relação de Jesus com a multidão é, mais uma vez caracterizada de duas maneiras: as multidões vêm para escutar Jesus e para ser curadas das suas doenças (v. 18). Em ambos os casos, trata-se, na perspectiva de Lucas, de uma "força" que dá autoridade à sua doutrina e eficácia aos seus gestos taumatúrgicos.
Meditatio
Paulo pede aos Colossenses que «transbordem em
acção de graças» (v. 7). O verbo transbordar é característico do temperamento
generoso do Apóstolo. «Transbordar de alegria, transbordar de amor, transbordar
de fé» são expressões que encontramos repetidas nos seus escritos. No texto que
hoje escutamos, convida os Colossenses a «transbordarem em acção de graças», a
fazerem "eucaristia"... Porque transbordar em acção de graças, em
amor reconhecido? Porque fomos repletos de graças.
Escreve o Apóstolo: «Em Cristo, fomos sepultados e ressuscitados» (cf. v. 12). O mistério pascal de Cristo não é um evento individual. Cristo tomou-nos consigo: «Sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que fostes ressuscitados...vós, que estáveis mortos pelas vossas faltas... deu-vos a vida juntamente com Ele» (v. 12s.). Fomos repletos de graça por Deus. Não podemos esquecer tal facto, para vivermos naquela relação de amor reconhecido, que é absolutamente fundamental na vida espiritual.
Como cristãos, havemos de tomar a sério a recomendação do Apóstolo, e «transbordar em acção de graças». Por vezes, detemo-nos em lamentações, porque nos damos conta dos nossos defeitos, e reconhecemos que a nossa vida espiritual não é o que devia ser. Mas a fé ensina-nos a pôr essa insatisfação em segundo lugar. A nossa primeira atitude há-de ser sempre reconhecer os dons de Deus, e agradecê-los. Assim cresceremos no amor de modo muito mais eficaz do que se nos detivermos a acentuar os nossos pobres esforços, ou nos abandonarmos a lamentações. Dar graças a Deus, como nos ensina a liturgia eucarística, é um dever que nos enche de alegria, é uma fonte de alegria perene. Por isso, Paulo dizia aos Tessalonicenses: «Sede sempre alegres. Orai sem cessar. Em tudo dai graças.» (1 Ts 5, 16-18).
A nossa vida há-de tornar-se «uma eucaristia permanente» (Cst 5), não só por causa da nossa oblação perene, mas também por causa da nossa acção de graças contínua.
Escreve o Apóstolo: «Em Cristo, fomos sepultados e ressuscitados» (cf. v. 12). O mistério pascal de Cristo não é um evento individual. Cristo tomou-nos consigo: «Sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que fostes ressuscitados...vós, que estáveis mortos pelas vossas faltas... deu-vos a vida juntamente com Ele» (v. 12s.). Fomos repletos de graça por Deus. Não podemos esquecer tal facto, para vivermos naquela relação de amor reconhecido, que é absolutamente fundamental na vida espiritual.
Como cristãos, havemos de tomar a sério a recomendação do Apóstolo, e «transbordar em acção de graças». Por vezes, detemo-nos em lamentações, porque nos damos conta dos nossos defeitos, e reconhecemos que a nossa vida espiritual não é o que devia ser. Mas a fé ensina-nos a pôr essa insatisfação em segundo lugar. A nossa primeira atitude há-de ser sempre reconhecer os dons de Deus, e agradecê-los. Assim cresceremos no amor de modo muito mais eficaz do que se nos detivermos a acentuar os nossos pobres esforços, ou nos abandonarmos a lamentações. Dar graças a Deus, como nos ensina a liturgia eucarística, é um dever que nos enche de alegria, é uma fonte de alegria perene. Por isso, Paulo dizia aos Tessalonicenses: «Sede sempre alegres. Orai sem cessar. Em tudo dai graças.» (1 Ts 5, 16-18).
A nossa vida há-de tornar-se «uma eucaristia permanente» (Cst 5), não só por causa da nossa oblação perene, mas também por causa da nossa acção de graças contínua.
Oratio
Ó Jesus, hoje, quero rezar-te com as palavras
de Leão Dehon, inspiradas nas de Maria: A minha alma glorifica-Te por todos os
teus
benefícios: pela tua vinda na incarnação, pelos teus ensinamentos luminosos, pela efusão do teu sangue, pela instituição da Eucaristia, pelo dom do teu coração, sobretudo, e pelas graças pessoais com que me cumulas todos os dias. Amen. (OSP 4, p 22-23)
benefícios: pela tua vinda na incarnação, pelos teus ensinamentos luminosos, pela efusão do teu sangue, pela instituição da Eucaristia, pelo dom do teu coração, sobretudo, e pelas graças pessoais com que me cumulas todos os dias. Amen. (OSP 4, p 22-23)
Contemplatio
Maria entoa o cântico de acção de graças e o
seu cântico ficará como a expressão de acção de graças de todos os filhos de
Deus. Como dizer o enlevo do seu Coração? Ela atribui tudo à glória de Deus,
esquecendo-se de si mesma. É o sentido de todo o seu cântico. Foi Deus quem fez
nela grandes coisas. É a obra da sua misericórdia. Veio no poder do seu braço
para humilhar os soberbos e para levantar os pequenos. Veio despojar os que se
agarravam aos bens da terra e enriquecer com os seus dons os que estavam em
necessidade. - Veio cumprir as promessas feitas aos patriarcas. Em todo este
mistério da Visitação transbordam a caridade do Coração de Jesus que derrama as
suas graças sobre aqueles que visita, e o humilde reconhecimento do coração de
Maria, que nos ensina a dizer a Deus toda a nossa gratidão atribuindo-lhe
fielmente todo o bem que opera em nós, seus pobres servidores bem humildes e
bem pequenos. O Magnificat servir-nos-á de cântico de acção de graças para
agradecermos ao Sagrado Coração de Jesus as suas visitas e a sua permanência em
nós pela Eucaristia e pela graça. (Leão Dehon, OSP 4, p. 22).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«A minha alma glorifica o Senhor» (Lc 1, 46).
«A minha alma glorifica o Senhor» (Lc 1, 46).
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