6º
DOMINGO DO TEMPO COMUM
17 de Fevereiro de 2019
Evangelho Lc 6,17.20-26
AS BEM-AVENTURANÇAS- Lc 6,17.20-26-José Salviano
Jesus
estava diante de uma multidão de famintos, desesperançados, doentes, pobres,
pecadores, etc. Porém, entre eles,
haviam os curiosos que estavam ali somente para ouvir o que Jesus iria falar,
com o intuito de pegar alguma palavra que pudesse ser usada para a sua própria
incriminação, e futura condenação.
Por
que Jesus, por onde andava, Ele atraía não somente os bons, como também os
maus, os mal-intencionados, invejosos e assim por diante.
E
então foi para aquela gente toda ali presente que Jesus proclamou as
Bem-aventuranças. Que na verdade, formam um conjunto de inversões de valores.
Uma inversão dos valores os quais pairavam nas cabeças dos judeus. Ou seja,
eles acreditavam que Deus amava os ricos e poderosos, e os pobres eram os
desprezados pelo Pai.
Assim
como acontece nos dias de hoje. A mídia nos faz uma verdadeira lavagem
cerebral, e semeia nas nossas mentes que o poder político, e o poder financeiro são os o melhores que
existem! E que o ser religioso é coisa do passado, sem nenhuma importância
vital. E também vemos muitos supostos evangelizadores, que usam a Bíblia para
ganhar poder político e muito dinheiro explorando os humildes e ingênuos, com
promessas de curas e prosperidade imediata.
O
Sermão em que Jesus proclama as bem-aventuranças, é dividido em oito partes,
sendo que as quatro primeiras dirigem-se aos que sofrem opressão e exploração
do sistema social, esperando a intervenção libertadora de Deus. São os pobres
que choram e esperam por justiça. As quatro últimas apontam para aqueles que se
empenham em uma prática transformadora do mundo. São os misericordiosos que se
solidarizam com os sofredores; os que são desapegados das riquezas e bondosos
para com os mais necessitados; os que promovem a vida e a paz, comprometendo-se
com a luta pela implantação da justiça característica do seguimento
de Jesus.
Nas
quatro primeiras bem-aventuranças Jesus fala para aqueles que sofrem por algum
tipo de deficiência, física (aleijados), mental (pouca inteligência), ou social
(injustiça).
Assim,
os pobres de espírito são aqueles que sabem que não são do mesmo nível social e
mental que aqueles com os quais convivem, e apesar disso não se revoltam, estão
conformados consigo mesmos, sofrem com paciência e apego com Deus. Esses um dia
terão o céu garantido pelo próprio Jesus Cristo. Mas porque essas pessoas
existem se Deus é amor, poderoso e bom? Elas existem para que possamos
praticar a caridade. Sem elas como poderíamos ser caridosos partilhando um
pouco do que temos através da esmola?
Os
que choram humildemente por algum tipo de sofrimento terreno tem os seus
pecados perdoados e serão consolados na Vida Eterna.
Os
humildes, aqueles que não se revoltam contra o Pai, aqueles que aceitam sem
reclamar a sua posição em relação aos poderosos e até servem os ricos, limpando
sua sujeira, preparando sua comida, cuidando dos seus bens, e que nem sempre
recebem o que merecem em forma de pagamento. Jesus prometeu que Deus vai lhes
recompensar por tanto prejuízo.
E
os que são caluniados e injustiçados pelo fato de servirem a Deus e ao Reino,
não se preocupem. Pelo contrário, fique feliz, porque na Vida Eterna, tudo será
diferente. Tudo vai ser recompensado como Jesus prometeu. Tudo será
transformado em alegrias infindas.
Os
outros quatro tipos de pessoas são aqueles que se compadecem dos pobres, e dos
deficientes de vários tipos. São aqueles que se compadecem de fato e não só de
palavras. São misericordiosos e tratam os excluídos com justiça, bondade e às
vezes com firmeza. Pois nem sempre é bom dar comida na boca de quem pede.
Nem sempre é bom dar o peixe, mais sim o anzol para ele ir pescar. Isso no caso
dos preguiçosos, se bem que a preguiça também é um tipo de deficiência nata.
Porém, quando a pessoa estiver mesmo caída, não tem jeito. Assim, se
tivermos misericórdia dessas pessoas, Deus também vai ter misericórdia de nós,
segundo a explicação de Jesus no Sermão da montanha.
Aqueles
de corações puros, que não tramam nenhum mal para os outros, que não
desejam o mal do próximo, que não cobiçam a mulher do próximo, que não levantam
falso testemunho, que não falsificam documento para lesar o parente com relação
à herança, que não pensam mal das pessoas, etc, esses verão a Deus. Que
maravilha!
E
aqueles que evitam brigas, que separam os que estão brigando, que se esforçam
para que haja paz, na família e na comunidade, na sociedade, e no mundo, serão
tratados como filhos de Deus.
E
os catequista, padres, freiras, ministros e todos aqueles que levam a mensagem
de Cristo às pessoas, e por isso são caluniados, injustiçados, e perseguidos,
não liguem para tudo isso! Não se preocupem! Pelo contrário, fiquem
alegres, porque grande será a nossa recompensa no Céu! E é bom repetir
aqui o que Jesus disse em outra ocasião, para aqueles que derem esmola. "Quem
dá 1,0 na Terra, receberá 100 no Céu" Este, com certeza, é o melhor
investimento, o melhor tesouro que podemos acumular.
José
Salviano.
SEGUNDA HOMILIA
Primeira
Leitura: Jeremias 17,5-8
Jeremias
compara o homem que confia no Senhor a uma árvore localizada às margens de um
rio a qual lança suas raízes até o lençol freático para obter água. Pode a seca
ser longa que essa árvore permanecerá verde, ao contrário, das suas vizinhas
que perdem as folhas e podem até morrer.
Assim
também é homem, ou a mulher que deposita sua confiança em Deus. Pode bater um
vento forte, uma tempestade, ou qualquer tipo de problema que ele está sempre
tranquilo, pois sabe que Deus vai protegê-lo ou providenciar uma solução. Em
sua volta muitos sofrem. Com o desemprego, com a falta de dinheiro, separação e
outros problemas. O homem de Deus ajuda na medida do possível seus amigos e
parentes que sofrem, mais nada vai acabar por completo o sofrimento deles. Pois
a solução de tudo aquilo se encontra em suas próprias mente, uma decisão,
apenas. Acreditar em Deus, ou voltar-se para Deus, e deixá-lo governar as suas
vidas.
SEGUNDA
LEITURA: 1º Coríntios 15, 12.16-20
Prezados irmãos, e irmãs. Hoje na carta de Paulo aos Coríntios vamos refletir sobre ressurreição de Jesus Cristo. Ora, sabemos que o ato de Jesus voltar à vida é fato consumado, é fato histórico, comprovado pelas suas várias aparições. Aquele que não acreditar nisso tem uma fé pela metade, mutilada incompleta.
Paulo,
o inspirado pelo Espírito de Deus, também nos explica que: Se é
só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em
Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima.
Isto porque tem
pessoas que até acreditam em Deus. Porém, vivem como se tudo terminasse aqui.
Como se não houvesse outra vida. Aqueles que podem, compram tudo que o dinheiro
pode comprar, comem, bebem, se divertem, como se tudo não passasse dessa vida
terrena. Para eles não existem a outra vida eterna, anunciada pelo próprio
Jesus Cristo.
Isso
é lastimável como disse Paulo. Mas nós, vamos trabalhar para reduzir estes
questionamentos de fé. Interpretando e explicando com a ajuda de Espírito Santo
o significado da ressurreição e da Vida Eterna para os nossos irmãos.
Evangelho: Lucas
6,17.20-26
Os
doutores da Lei que eram religiosos teóricos, pois eram eles quem faziam as
leis, ou os preceitos. E os fariseus, que eram os especialistas no cumprimento
da Lei e se vangloriavam disso, construíram uma escala de valores totalmente
absurda e desumana. Eles acreditavam, e faziam o povo também acreditar, que a
pobreza assim como a doença, eram castigos de Deus. E a riqueza, era um prêmio
deste mesmo Deus, aos seus filhos muito amados e, portanto felizes.
No
Evangelho de hoje, Jesus vira a mesa e inverte esta escala de valores ao dizer
que bem-aventurados ou felizes são os pobres, os que passam fome, os que choram
e especialmente os puros de espírito. Repare que Jesus está enfrentando a elite
dominante, sem nenhum medo. Ele está desmantelando toda a escala de
valores vigente, e construindo outra totalmente nova.
Parece
uma ironia quando Jesus diz que os pobres e os famintos são felizes. Mas
acontece que além de serem saciados na vida eterna, os pobres já são felizes
nesta vida, porque a situação de miséria aproxima as pessoas de Deus. Aquele ou
aquela que está carente sem ter para onde correr, sem ter para quem reclamar
seus direitos por que na prática não têm direito a nada, recorrem a Deus.
Entregam suas vidas ao Criador, e pedem diariamente um alívio para os seus
sofrimentos. E ao se aproximarem de Deus impelidos pelo sofrimento, o pobre se
purifica, se santifica e se torna merecedor da vida eterna. Porém, para que
tudo isso aconteça, é preciso que sejam puros de coração. A pureza de coração é
quase uma santidade. É ser um imitador de Cristo na sua caminhada para o
calvário, onde sofreu o flagelo sem dizer uma única palavra de revolta. Na cruz
Jesus ainda reza pedindo ao Pai que perdoasse aqueles que o estão matando, pois
se soubessem ou acreditassem que Ele era o Filho de Deus, não estariam fazendo
aquilo. Assim Jesus disse: "Pai. Perdoai-lhes porque não sabem o que
fazem". Portanto, o puro de coração é aquele que não tem inveja
daquele que tem, não reclama do seu sofrimento, não pensa mal dos outros, não
planeja a derrota do seu semelhante, não "joga sujo" com ninguém,
etc.
Mas
ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação. Ai de vós, que estais
fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e
chorareis! Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os
pais deles aos falsos profetas!
Estas
são as palavras do Filho de Deus. Não são nossas. Nós aqui apenas fazemos
comentários ou refletimos em cima do que Jesus disse. Repare que Jesus afirma
que os ricos já têm nesta vida a sua consolação, toda a alegria, que
os pobres não têm. Portanto, não terão mais nada a receber na outra vida.
Imaginemos
uma cidade A e uma cidade B. Na cidade A o agito era total. Havia
muita ambição e muita riqueza, muita alegria, muito prazer, nada de religião,
muito menos de Deus. A busca incansável pelas coisas materiais e pelo conforto
gerava cada vez mais uma grande insatisfação, pois o ser humano é
insaciável em termos de aquisição. Quanto mais temos, mais queremos
ter e nunca estamos satisfeitos com o que temos. Portanto, a vida na cidade A,
não obstante toda riqueza, todo luxo, todo prazer sem limites, chegou a um
ponto de saturação, de insatisfação, de sorrisos falsos, em fim, por incrível
que pareça, aquele vazio no interior daquelas pessoas gerado pela ausência de
Deus, as levou à infelicidade.
O
povo da cidade B não era rico, mais também não eram pobres. Possuíam apenas o
suficiente para viver. Não tinham ambição nem grandes preocupações com o dia de
amanhã. Acreditavam em Deus e em seus mistérios. Vivam
constantemente em comunhão dom esse Deus e em comunhão uns com os outros. A
falta de ambição era portanto, a marca principal daquelas pessoas. Alguns já
haviam vivido o delírio de uma experiência com Deus. E apesar de não
terem luxo, fartura, e conforto excessivo, aquelas pessoas pareciam muito
tranquilas e felizes.
Prezados
irmãos. Não estamos crucificando os nossos irmãos ricos e santificando os
pobres. Como sabemos, existem muitos pobres com mentalidade de ricos. A pobreza
também pode afastar uma pessoa da amizade com Deus. Depois de tanto
fracasso, de tanta miséria, algumas pessoas podem se revoltar contra o próprio
Criador, e as consequências deste fato não são nada agradáveis.
Por
outro lado, existem muitos ricos caridosos, de alma e coração bom. Jesus,
diante da pergunta dos apóstolos: Afinal, quem poderá se salvar? Respondeu:
"Para Deus, nada é impossível". Isso significa que toda regra tem
exceção, significa que não podemos afirmar que todo rico está condenado, porque
quem nos julgará é o próprio Jesus.
Jesus
ensinava através de parábolas. Então vamos tentar inventar aqui uma
parábola? É assim:
Era
uma vez um homem muito rico, na verdade, era o mais rico do mundo. Ele ficou
tão rico porque Deus lhe deu o dom de inventar um certo produto que
revolucionou o destino da humanidade. Esse homem riquíssimo era
muito bom. Havia criado várias instituições de caridade para os pobres nas
áreas mais carentes do Planeta.
O
seu maravilhoso produto passou a ser usado por milhões de pessoas no mundo
inteiro, e nem sempre pagavam o seu verdadeiro preço. E ele sabia que estava
sendo lesado. Mais não se importava, e até achava graça disso. Ele tinha
ganhado tanto dinheiro, mais tanto dinheiro que deixava o mundo
inteiro se beneficiar com a sua invenção. Afinal, ele tinha a consciência que
tudo aquilo foi Deus quem lhe deu. Esse milionário bondoso queria partilhar com
a humanidade, a sua imensa riqueza. Com certeza esse bom homem
estará um dia na glória eterna. Você não acha? Ah! Se você souber o
nome desse milionário bondoso, conta para nós!
José
Salvivano
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