27 de Fevereiro
Evangelho Mc 9, 38-40
Ninguém tem o monopólio da verdade e do bem. Os discípulos ficaram
irritados pois havia um outro expulsando demônios, e eles o proibiram pelo fato
daquele homem não ser da turma deles...
Jesus os repreendeu, dizendo que: Quem não é contra nós, está ao nosso favor.
Meus irmãos e irmãs. Este ocorrido seria como um leigo engajado
proibir alguém que estivesse rezando o terço, ou até mesmo fazendo uma
celebração da palavra em uma capela onde não houvesse nenhum padre disponível
por perto.
É claro, que aquele irmão poderia até não ter o devido preparo,
mas, quem não tem cão caça com gato mesmo. O que não pode acontecer, é a capela
ficar completamente desativada, sem nenhuma prática da espiritualidade...
Não podemos julgar ninguém que se predispõe a fazer o bem.
Veja por exemplo o caso desse curandeiro de nome João de Deus. Será
que ele não poderia ser mesmo um milagroso? E até certo ponto ele fez o bem.
Depois de um certo tempo, ele teria se envaidecido, e o poder teria lhe corrompido,
lhe subido a cabeça, e ele então começou a fazer coisas inadmissíveis?
Só Deus pode nos julgar. Por tanto, não vamos julgar e expulsar do
nosso meio, cristãos que embora não sejam do nosso reduto paroquial, tenham o
dom de evangelizar, de cantar, ou até mesmo de curar! Deixemos isso para que o
nosso pároco resolva, ou mesmo o nosso bispo. Porém, nós mesmos, jamais temos o
direito de tomar nenhuma medida ou iniciativa no sentido de proibir alguém que
esteja rezando na comunidade distante, lá na periferia, ou mesmo fazendo o bem.
O Ecumenismo nos mostra que devemos respeitar todas as demais
religiões, e até mesmo nos confraternizar, e colaborar uns com os outros. Nunca
podemos nos julgar os donos da verdade, os detentores da palavra, os únicos que
podem falar de Deus para os irmãos.
Não! Lembremo-nos que a justiça de Deus não confere com a nossa
justiça. E Jesus deixou isso bem claro em suas palavras. “Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.
Explicando isso. Nós os católicos, pertencentes da única Igreja
fundada por Jesus Cristo, nunca temos o direito de nos julgar os únicos que
irão para o Céu, nem muito menos os únicos que poderão fazer o bem.
Não podemos julgar e excluir apressadamente qualquer cristão que se
nos apresenta. Sob a desculpa de que
estamos defendendo a pureza e a integridade da nossa comunidade católica,
muitos de nós poderá cometer o engano, o erro de discriminar algum cristão só
pelas suas aparências. Cuidado. Um dia Jesus vai nos cobrar tudo isso!
A parábola do joio e o trigo nos mostra que na sociedade estão
misturados bons e maus. E nenhum deles exibe uma placa onde lemos: Mau, ou Bom
menino. O joio está misturado no meio do trigo, e precisamos tomar cuidado para
não condenar inocentes, para não excluir do nosso convívio religioso alguém que
sem que o percebamos, pensa e age como nós, e tem muito para dar pela
construção do Reino de Deus na Terra.
José Salviano
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