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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

8o Domingo do Tempo Comum-Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados

03/março/2019 – 8o Domingo do Tempo Comum

Evangelho: Lc 6, 39-45

Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre. Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão. Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons; porque toda árvore é conhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem se apanham uvas de plantas espinhosas. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, mas o homem mau tira do seu mal coisas más, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio”.

Mais uma vez nos reunimos para meditar a Palavra de Deus. No Evangelho de hoje, nos deparamos com Jesus falando aos seus discípulos, sem rodeios e sem meias palavras. Jesus nos deixa hoje uma verdadeira aula de catequese.

Usando parábolas realistas, Jesus quer mostrar aos seus discípulos que não é possível evangelizar sem preparo. Mostra também que falhas e defeitos não são exclusividades dos outros, nós também temos os nossos defeitos, e não é preciso procurar muito para encontrá-los.

Os seguidores do Mestre, terão que transmitir com fidelidade a Boa Nova da Salvação. Precisam pregar o evangelho a toda criatura. Jesus sabe que eles só terão êxito nessa tarefa se estiverem bem preparados, por isso não perde tempo e inicia o treinamento.

“Pode um cego guiar outro cego?” Com essa pergunta Jesus quer saber se, pode ensinar retidão quem caminha por estradas tortuosas? Se pode levar à luz, quem caminha nas trevas? O verdadeiro discípulo tem que ser autêntico e não pode usar o método do faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço.

“O discípulo não está acima do Mestre; nem o servo acima do seu Senhor”. O discípulo bem formado, será como o Mestre, viverá as palavras que diz, porém precisa ter cuidado, precisa estar atento, manter os pés no chão e lutar contra a tentação de querer ser maior do que o Mestre.
O apóstolo, o discípulo é o pastor, é o amigo que o rebanho segue confiante, é o responsável pelo bem-estar e pela integridade de cada uma das ovelhas. Precisa ser sincero e leal, pois, se não tiver credibilidade, se não transformar suas palavras em gestos concretos, será como um cego guiando outro cego.

Jesus fala da árvore boa e de seus frutos. Essa comparação é muito significativa e refere-se a cada um de nós. Uma postura humilde, a procura constante da verdade, da justiça e do amor, são os bons frutos do verdadeiro discípulo.

Jesus fala também de uma outra árvore, aquela ruim, que não produz bons frutos. O descaso com os menos favorecidos, a falta de dignidade, o abuso de poder, a arrogância e a prepotência, são alguns dos piores frutos que produzimos quando nos afastamos do Mestre ou quando queremos ser maiores que Ele.

Como distinguir a boa árvore da má, como diferenciar o bom e o mau pastor? Jesus nos ensina também como distingui-los e como saber quem merece a nossa confiança. Por suas palavras podemos reconhecê-los, é no falar que o homem se revela. As palavras e as ações revelam o valor interior das pessoas.

Jesus ensina de um modo novo, e não como os escribas e fariseus. Ele prega uma nova justiça, aquela que vem do coração; feita de sinceridade, humildade e amor. A pessoa reta e justa produz frutos de santidade para o próximo e para si própria. Até mesmo numa roda de amigos, é bom observar o conteúdo do assunto, pois o nível da conversa é o atestado do caráter.

Falar menos com a boca e mais com o coração, esse é o segredo do verdadeiro seguidor de Jesus. Quem fala com o coração promove e defende a vida. As palavras só convencem se proclamadas com fé e alegria. A fé tem que ser traduzida em testemunho de vida, e a alegria tem que estar carregada de sinais de vivência cristã.

(02126)





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