SEXTA FEIRA DA 7ª SEMANA DO TC 28/02/2014
1ª Leitura Tiago5,9-12
Salmo102(103), 8 a “O Senhor
é bom e Misericordioso”
Evangelho Marcos 10,1-12
- Diac. José da Cruz
Não há quem não goste
de originalidade, é assim no mundo das artes e no processo de produção
principalmente no ramo de autopeças. Peça original custa mais caro, justamente
porque é original. Nas artes há o direito autoral, que visa assegurar entre
outras coisas que a obra não será descaracterizada, pois caso isso venha a ocorrer,
ela se torna uma falsificação e perde o seu valor
Sobre a importância de
uma peça original em um veículo, por exemplo, nem é preciso argumentar sobre a
qualidade e o desempenho, além da sua vida útil, que é bem maior quando a mesma
é original
Nos anos 70, durante a
“febre” dos produtos importados, quando se queria desdenhar do objeto de
alguém, a gente dizia de maneira irônica que aquele objeto era do Paraguai,
isso significava falsificado.
O texto é uma denúncia
explícita sobre a “falsificação” que os homens fizeram da união do homem e da
mulher, idealizada pelo Criador. Ás vezes deparo com casais em segunda união,
cuja primeira fui eu quem assisti em nome da Igreja, que fazem questão de dizer
que agora sim, são felizes. Na misericórdia ensinada por Jesus, não nos deve
faltar a compreensão, mas lá no fundo eu volto aos meus tempos de jovem e digo
para mim mesmo “É do Paraguai, não tem nada de original. Uma lei, mesmo de
caráter religioso como era a Lei de Moisés, nunca poderá permitir a separação
do casal, porque vai contra o Plano do Criador ao falsificar sua obra prima,
tirando dela o seu traço mais original: o amor ágape, da entrega e doação um ao
outro, do amor que busca o bem e a felicidade do outro, do amor capaz de
renunciar-se a si mesmo, do amor que sabe ser fiel sem que isso represente um
peso insuportável, do amor que busca constantemente o diálogo, a compreensão, o
perdão, do amor que se alegra, que é sempre caridoso e compassivo. Essas
virtudes fazem da união conjugal o sinal mais evidente do amor de Deus original
Na obra da criação nada
há mais perfeito que o homem e a mulher, pois os rios, florestas, montanhas e
planícies, na sua beleza e esplendor falam-nos de Deus, mas nunca serão à sua
imagem e semelhança por isso, na criação do homem e da mulher, toda a obra da
Criação é exaltada e atinge o seu cume.
Homem e mulher formam
uma unidade perfeita, só comparável a união de Cristo e da sua Igreja, como
ensina o Apóstolo Paulo. O próprio homem reconhece essa perfeição quando
exclama, diante da mulher “Essa sim é osso dos meus ossos e carne da minha
carne”. Jesus não só confirma a legitimidade e autenticidade dessa união, como
a coloca em nível de sacramento, tornando-a um sinal do Amor de Deus. Ninguém
em sã consciência faltará ao respeito para com o Pavilhão Nacional, mesmo
porque se for feito em público, o transgressor sofrerá punição da Lei, é isso
que Jesus coloca como exortação a todos – Por isso o Homem não separe aquilo
que Deus uniu
Os discípulos não
entenderam toda a magnitude da comunhão de vida entre o homem e a mulher, e em
casa falaram reservadamente ao Mestre. Jesus vai então deixar bem claro “O
homem que deixar sua mulher e se unir à outra, cometerá adultério contra a
primeira, e se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério”
Que nunca falte de nossa parte enquanto Igreja, a
misericórdia e o acolhimento a tantos recasados, mas que também não falte a
eles, a humildade de reconhecer que romperam um vínculo sagrado, preferindo
falsificar uma união, porque não acreditaram no poder e na força da Graça que
um dia receberam no altar, quando manifestaram diante de Deus a decisão de
viver juntos a vida inteira.
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