07 DE MARÇO Evangelho
- Mt 9,14-15
Isaías 58, 1-9 – “o verdadeiro jejum”
Por meio do profeta Isaías o próprio Senhor
denuncia os crimes do povo de Israel que se vangloriava de cumprir a lei e de
praticar a justiça somente porque jejuava e buscava a Deus. Para
eles, o fato de que jejuassem e fizessem sacrifícios e mortificações era o
suficiente para agradar a Deus ainda que, ao mesmo tempo, litigassem uns com os
outros e cada um se preocupasse apenas com os seus próprios negócios. Diante
disso, o Senhor lhes recomendou: “Não façais jejum com esse espírito,
se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu!” A leitura
de hoje, portanto, nos motiva a fazer uma reflexão atenciosa sobre a maneira
como estamos oferecendo sacrifícios ao Senhor neste tempo da Quaresma. A oração
e o jejum que oferecemos a Deus devem ser acompanhados de um espírito de
caridade, de acolhida, de reconciliação, de partilha, do contrário não terão
valor nem sentido. Aos
olhos de Deus o verdadeiro jejum é aquele que nos leva a pôr um termo às
injustiças, para acolher o que estão necessitados, vendo no rosto de cada
irmão, outro Cristo. Jejum e oração não têm razão de ser se não forem
vivenciados acompanhados de um verdadeiro espírito de caridade e de obras de
justiça. Assim fazendo a nossa luz brilhará nas trevas e veremos atendidos os
nossos pedidos de socorro. –
Com que espírito você jejua? – O que você acha mais importante: jejuar às sextas feiras ou perdoar a
alguém que o (a) ofendeu? – O jejum que você pratica tem alguma razão de ser ou
é apenas para cumprir uma tabela?
Salmo 50 – “Ó Senhor, não desprezeis um
coração arrependido!”
O arrependimento é a porta para o perdão e é muito
mais importante do que holocaustos ou sacrifícios. O salmista, arrependido, diz
que o seu sacrifício é a sua alma penitente, isto é, arrependida, suplicante. O
pecado nos afasta dos irmãos e por isso, nos afasta de Deus, mas a misericórdia
do Senhor nos faz voltar ao convívio com os nossos irmãos e nos aproxima do céu
porque Deus nunca despreza um coração arrependido.
Evangelho – Mateus 9, 14-15 – “jejum de coração”
Jesus Cristo veio ao mundo também para nos ensinar
a dar sentido a todas as nossas ações. No Evangelho de hoje Ele nos orienta a
como praticar os atos religiosos, de coração, e não por obrigação. Precisamos
ter em conta de que Deus conhece o nosso coração e percebe claramente as
nossas motivações, portanto, quando jejuamos devemos fazê-lo com muita
disposição e por amor, sem lamentos nem justificativas. Há
momentos na nossa vida que não nos cabem jejuar nem fazer sacrifícios, mas sim
aproveitar a ocasião que nos é oferecida. De que adianta para nós o jejum se o
nosso coração não está contrito no sacrifício? Um coração ressentido,
vingativo, revoltado não consegue amar nem fazer nada por amor, muito menos
jejuar. Para nós, cristãos o jejum deve ter um
significado de vida e de alegria e uma motivação coerente para a nossa ação. Em
outras palavras, deve haver uma razão de ser para o jejum e não somente jejuar
por jejuar, sem um motivo que toque o nosso coração. Os discípulos
de Jesus partilhavam com Ele de todos os eventos com alegria e submissão à Sua
vontade e aos Seus ensinamentos. Eles estavam perto de Jesus e usufruíam
da Sua presença e da Sua companhia, portanto, não tinham clima para jejuar, nem
precisavam disso. Há que se ter uma causa nobre e sincera para que pratiquemos
o jejum e o sacrifício. –
Quando você jejua você se sente em paz? – Você gosta de mostrar aos outros que
está jejuando? – O que Jesus acha do seu jejum? - Você é uma pessoa que
sabe curtir o momento presente como um presente de Deus?
Helena Serpa
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