DIA 21 SEXTA - Evangelho - Mc 8,34-9,1
Nesta passagem do
Evangelho Jesus indica o caminho para nossa felicidade terrena e eterna. Se
alguém me quer seguir, tome sua cruz, renuncie a si mesmo e me siga. Com esse
ensinamento podemos perceber que o sofrimento nem sempre causa a infelicidade.
Sobretudo quando é visto como um completar na carne o que falta a Paixão de
Cristo, como nos ensina São Paulo.
Seguir
a Jesus significa vivenciar seus ensinamentos, tornar prática a fé que temos na
sua pessoa, porém, tudo isso feito conscientemente e não levados apenas pelas
circunstâncias e com resignação. Já que não tenho outra saída então que seja
assim.
É
necessário termos plena consciência de que Jesus não veio para organizar o
mundo pelo exercício do poder, mas para transformar o mundo pela prática do
amor humilde e solidário. Isto implica sacrifício, jejum, penitência, partilha
e despojamento. Por isso, Jesus, retoma a instrução aos discípulos quanto ao
despojamento de si mesmos e à disponibilidade a serem assumidos por eles.
Perder
a vida por causa de Jesus é desprezar os sedutores projetos de sucesso de
enriquecimento e consumismo, oferecidos pelos poderosos deste mundo. Perder sua
vida é ser para o outro, estar a serviço dos mais necessitados e excluídos,
como Jesus. É viver o amor, comprometendo-se com a luta em vista da restauração
da vida e da conquista da Paz.
Senhor
Jesus Cristo, muitas vezes eu e os da minha família estamos bem agarrados à
nossa vida. Não queremos abandoná-la mas guardá-la totalmente para nós.
Queremos possuí-la, não oferecê-la. Mas tu nos precedes e mostras-nos que é
apenas dando a vida que a podemos tê-la em plenitude e eternamente. Tu nos
ensinas: o caminho para que isto aconteça é a cruz.
Tu
nos dizes que a cruz é a oferenda de nós mesmos. Todavia, isto nos pesa
bastante. Dai-me a graça de entender que na Tua Via Sacra, tu levaste também a
minha cruz e não a levaste apenas num momento qualquer do passado, uma vez que
o Teu amor é contemporâneo à minha existência. Leva-la hoje, comigo e por mim,
e, de maneira admirável, queres que também eu, hoje, como outrora Simão de
Cirene, leve contigo a Tua cruz e, acompanhando-Te, me ponha contigo ao serviço
da redenção do mundo.
Ajuda-me
não só a acompanhar-Te com nobres pensamentos, mas a caminhar pelo Teu caminho
com o coração, mais ainda com os passos concretos da vida do meu dia-a-dia.
Liberta-me da vergonha, do medo da cruz, do medo diante do que as pessoas
possam dizer de mim até mesmo os da minha casa, da minha família, da troça dos
outros, do medo que a minha vida possa escapar-me se não aproveitar tudo o que
ela me oferece.
Ajuda-me
a desmascarar as tentações que me prometem a vida, mas cujas consequências me
deixam, no fim, sem objectivo e desiludido.
Ajuda-me
a não me fazer senhor da minha vida nem da dos outros. Pois a Ti pertence.
Dai-me força e coragem para renunciar-me a mim mesmo e a tomar a minha cruz
todos os dias e Te seguir.
Acompanhando-Te
pelo caminho do grão de trigo que cai na terra para dar muito fruto (Jo12,24),
ajuda-me a encontrar, “perdendo a minha vida”, o caminho do amor, o caminho que
me dá verdadeiramente a vida, a vida em abundância.
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