DIA 20 QUINTA - Evangelho - Mc 8,27-33
Jesus,
sempre com Sua pedagogia espetacular, procurando entrar na nossa para que
possamos entrar na d’Ele, resolve – passando por Cesareia de Felipe – fazer uma
pergunta que não poderia ter um outro lugar mais propício para fazê-la. Em Cesareia de Felipe existiam os mais
pelos jardins, que contornavam um dos mais belos palácios da região; era
exuberante o lugar, onde, vendo toda aquela opulência, não se tinha como não
pensar em morar, em ter um lugar daquele para viver. Ao chegar diante deste
lugar encantador, Jesus resolve puxar um assunto e perguntar: “Quem dizem os
homens ser o Filho do homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João
Batista; outros que é Elias; outros ainda que é Jeremias ou algum dos
profetas.” Então Jo Senhor lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro – o único – respondeu: “Tu és o
Messias, o Filho do Deus Vivo.”
Impressionante, quando era para falar a
respeito daquilo que os outros pensavam, todos deram sua resposta; todos sabiam
acerca daquilo que passava na vida dos outros; é sempre assim: nos preocupamos
mais com aquilo que passa na vida do outro do que aquilo que deveríamos cuidar
e nos envolver . Todavia, quando Cristo lhes pergunta – não mais sobre os
outros – mas sobre quem seja Ele, somente um teve a capacidade de responder:
Simão Pedro, o qual, depois de uma experiência profunda com o Mestre, responde
com clareza: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Aliás, quem cuida da sua
vida sempre dará o que há de melhor para ela, ou seja, Deus, a Sua Palavra;
quem não cuida da própria vida, consequentemente, sempre estará muito ocupado
com a vida do outro; mas nunca para ajudar.
Simão Pedro responde com a alma, com o
coração e não com a inteligência somente; só pode dar a resposta após uma
experiência feita do amor de Deus. Por que Jesus escolhe aquele cenário?
Escolhe para fazer cada discípulo se questionar acerca da motivação que faz com
que caminhem nas passadas d’Ele; Jesus nunca prometeu nada para este mundo, mas
para a eternidade: a vida eterna junto d’Ele. Aquele cenário questiona os
discípulos; eles se perguntam se vale a pena continuar seguindo o Mestre, tendo
que deixar tudo, inclusive o desejo de poder, de grandeza, de prazeres que este
mundo propõe e oferece. Os discípulos – exceto Simão Pedro – não conseguem
responder não por não conhecerem o Mestre, mas porque ainda estavam em dúvida
quanto ao seguir Alguém que não lhes garantiria nada em troca para este mundo,
mas para o Céu.
A resposta nunca conseguirá ser dada por
nós a partir de um conhecimento e até mesmo de um querer puramente humano, mas
poderá ser dada por aqueles que querem a Jesus e a Sua consequência: a cruz!
Muitos de nós não conseguimos dar a resposta, pois estamos muito ocupados em
buscar e querer a cura de Deus e não o Deus da cura; quem busca seguir o Deus
da cura, dará a resposta; quem está atrás da cura de Deus – somente -, não
conseguirá dar a resposta, pois Deus só se dá àqueles e àquelas que querem
amá-Lo e não àqueles e àquelas que querem se amar n’Ele. Este tipo de “amor” é
pobre, mesquinho, interesseiro, nojento!
As chaves para que possamos resolver os
problemas em nossa vida serão dadas àqueles que resolverem buscar a Deus e Seu
projeto de amor, o qual consequentemente passará pela cruz. Sem cruz não há
ressurreição! Quem
busca seguir Jesus em busca de uma vida regada de conforto, de ter, de prazer,
sem nada de sacrifício e luta… este ser humano nunca conseguirá dar uma
resposta à sua existência, fazendo-a valer a pena; dando sentido para ela. “Quem quiser vir após mim, tome a sua
cruz e siga-me”. Jesus nunca prometeu que não teríamos luta e sofrimento;
prometeu a vida eterna àqueles que conseguissem ir até o final.
“E para você: quem sou eu?” É Cristo
quem pergunta e exige uma resposta!
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário