DIA 24 SEGUNDA - Evangelho - Mc 9,14-29
Jesus, após transfigurar-se na presença de Pedro, Tiago e João, no Monte
Tabor, desce a montanha e encontra os demais apóstolos que haviam ficado; ou
seja, ao chegarem a montanha, Jesus toma Pedro, Tiago e João e sobem a
montanha, deixando os demais no sopé do monte, num pequeno vilarejo. Quando
descem, encontram os demais num total apuro: estão tentando expulsar o demônio
de um menino epilético. O pai do menino corre em direção a Cristo
suplicando-Lhe que cure o filho.
O pai do menino, após suplicar a cura, comunica ao Senhor que Seus
discípulos nada fizeram. Jesus chama a atenção deles: “Ó gente sem fé e
perversa! Até quando deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei?”
Cristo expulsa o demônio daquele menino imediatamente, deixando-o
curado, liberto. Os discípulos vão a Ele e questionam o fato de não conseguirem
realizar o “exorcismo”. O Messias lhes responde que não conseguiram porque a fé
deles era demasiado pequena.
O grande problema conosco é que somos profundamente – muito, eu digo –
descrentes acerca daquilo que Cristo quer fazer em nós a através de nós. Nós não
conseguimos caminhar, muitas e muitas vezes, porque não temos a coragem e a
decisão de expulsar certos demônios de cada um de nós e, por isso, não
conseguimos ajudar ninguém; visto que ninguém dá o que não tem. Estamos
parados, entrevados, epiléticos, porque estamos olhando para a montanha e não
estamos olhando para as pedras que estão à frente, por isso, tropeçamos sempre,
sempre no mesmo lugar. Para dizer que ninguém tropeça em montanha, mas nas
pequenas pedras que estão à frente de todos nós. Por isso devemos clamar
sempre: “Senhor, não quero ver o horizonte, mas que me ilumines o meu primeiro
passo”.
Ter fé significa, muito mais que fazer, ser, ou seja, ser aquilo que
Deus quer que sejamos: santos, de confiança, misericordiosos capazes de nos
colocarmos no lugar dos outros. Aliás, uma das dificuldades dos discípulos para
expulsar aquele demônio, por conta da falta de fé, é que não conseguiram se
colocar no lugar daquele menino que estava sofrendo; o ser de fé sempre terá
compaixão dos outros, ou seja, conseguirá se colocar com a paixão, com a dor do
outro. Jesus é mestre nisso.
O ser de fé sempre alimentará a sua fé numa profunda vida íntima com
Jesus Cristo. Existem certos tipos de demônios que só podem ser expulsos pela
força da oração. E nada mais! Como está a nossa vida de intimidade com o
Senhor? Como estão as nossas participações da Santa Missa dominical e ou
semanal? Como se encontra a nossa vida íntima com a Palavra? É uma vida íntima
com a Palavra? Existem muitas pessoas muito atentas e ocupadas quanto ao
manuseio do Corpo e Sangue de Cristo nas espécies eucarísticas; não perdem
nenhum fragmento, pois ali está Jesus. Perfeito que Deus sempre nos dê este
zelo! Agora, como se encontra o manuseio e a receptividade da Palavra – O Verbo
se vez Carne – em nossa vida? Como a Palavra está sendo fragmentada e dispersa,
perdida, por cada um de nós! E depois queremos perguntar por que as coisas não
vão bem em nossa vida, por que certos tipos de demônio não saem de nós e dos
nossos? Tomemos consciência enquanto ainda é tempo.
Padre Pacheco
Excelente comentário era o que estava precisando hoje
ResponderExcluirPadre, obrigada pela bela explicação que nos auxilia no entendimento do Evangelho!
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