DIA 03- QUINTA - Evangelho- Jo 5,31-47
Há alguém que vos
acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança.
Neste Evangelho,
Jesus mostra a obcecação e má fé dos judeus, através de vários argumentos
contundentes. Eles não seguem nem Moisés (Cf cena do bezerro de ouro na
Primeira Leitura), no qual colocam a sua esperança. Assim como Moisés, o
próprio Filho de Deus teve de enfrentar a incompreensão e má vontade dos chefes
judeus.
“João deu
testemunho de mim... mas eu tenho um testemunho maior que do João: as obras que
eu o Pai me concedeu realizar.” De fato, as nossas obras são o nosso maior
testemunho. Elas falam alto a nosso favor ou contra nós. “É pelos frutos que se
conhece a árvore”.
“Vós examinais as
Escrituras... no entanto, elas dão testemunho de mim, mas não quereis vir a
mim.” A nossa leitura da Bíblia deve ser cercada de humildade, abertura de
coração e muita oração, a fim de não colocarmos nela o que ela não diz, ou não
entendermos o que ela fala. A pessoa obcecada facilmente torce as palavras da
Bíblia, levando-as a dizer aquilo que a pessoa quer.
O certo é que Jesus
usou de todos os recursos para evitar que as autoridades fizessem o maior crime
da história: matar o Messias, enviado de Deus; mas não adiantou. Jesus resume
tudo, dizendo que a razão principal da recusa dos chefes a ele era porque as
suas obras eram más. A vida em pecado obscurece a inteligência e torna duro o
coração. “Eles preferiram as trevas à luz, porque as suas obras eram más”.
Jesus está presente
hoje em sua Igreja una, santa, católica e apostólica. No rosto da Igreja está o
rosto de Jesus, assim como no rosto de Jesus está o rosto de Deus Pai. Mas só
quem acolhe e observa os mandamentos pode chegar a essa verdade (Cf Jo 14,21).
Jesus teve de suportar
a incredulidade e incompreensão dos seus contemporâneos. Igualmente os seus
discípulos de hoje têm de enfrentar a incredulidade e má vontade do povo. De
tanto “bater em ferro frio”, muitos líderes sentem a tentação do desânimo e do
pessimismo. Mas isso é esquecer a história; todos os tempos foram assim, desde
Jesus.
Que nessa quaresma
pelo menos nós nos convertamos e nos tornemos seguidores mais fiéis do
crucificado.
Certa vez, um
bêbado encheu demais a cara, aprontou umas bagunças e foi preso. Entrando na
cadeia, ele viu uma imagem de S. José e começou a zombar. O soldado falou:
“Cuidado, respeite. Ele é esposo de Maria e pai de Jesus”. No outro dia ele foi
solto.
Na semana seguinte,
ele encheu de novo a cara e desta vez ficou mal e foi levado para o hospital.
Lá, ele viu uma imagem de Nossa Senhora e começou a zombar. A enfermeira falou:
“Cuidado, respeite. Ela é esposa de José e mãe de Jesus”. No dia seguinte, ele
teve alta.
Dias depois, ele
estava andando na rua e viu a procissão de Corpus Chisti. Uma enorme multidão
cantando e dando vivas a Jesus. No meio, ia o padre segurando o hostensório com
a hóstia consagrada. Ele começou a rir e a zombar.
Um senhor ouviu e
lhe disse: “Cuidado, respeite. Ele é Jesus, filho de Maria e de José”. Então o
bêbado disse: “Onde já se viu? O pai na cadeia, a mãe no hospital e ele aqui na
rua fazendo festa?”
Nós estamos nos
preparando para celebrar, não a festa de Jesus, mas a sua injusta condenação,
prisão, torturas, morte e ressurreição. Tudo isso fruto da incredulidade do
povo de ontem e de hoje.
Cuidado! Não vamos
deixar passar mais esta graça, esta presença de Deus em nossa vida, pedindo-nos
a conversão.
Campanha da
fraternidade. O povo brasileiro tem um sonho de ser um povo harmonioso, sem
preconceitos de raça ou de cor, e de que as pessoas sejam valorizadas pelo que
são, não pela nacionalidade. Este sonho não encontra correspondência na
realidade, o que é percebido principalmente pelos que sofrem as discriminações.
A melhor maneira de não resolver um problema, ou de agravá-lo, é fingir que ele
não existe. E essas discriminações geram violência.
Maria Santíssima
falou pouco, mas a sua vida foi um testemunho tão forte que se tornou a maior
colaboradora do seu Filho na redenção. Que ela nos ajude a testemunhar sempre a
nossa fé.
Há alguém que vos
acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança.
Padre Queiroz
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