DIA 28 SEXTA - Evangelho - Mc 10,1-12
Bom dia!
Uma realidade dura e sensível ao toque. Como assim? Falar, comentar,
tecer linhas sobre o matrimônio e sobre o divórcio geram apreensão, mas é
preciso falar sobre eles.
O casamento ainda é muito procurado, mas devemos investir mais no
matrimônio. Não é a mesma coisa? Não! O casamento é o ritual e o matrimônio é o
sacramento. Muitos irmãos fazem e investem em grandiosos rituais e muito pouco
no sacramento.
O matrimonio é um “contrato” de amor entre duas pessoas cuja amizade e o
amor entre eles os elevam a mais que simples amigos ou namorados: “(…) Por isso
o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se
tornam uma só pessoa”. Uma amizade, que aos poucos se transforma em
cumplicidade, parceria, um complemento, um tesouro… Reparemos o que diz a
primeira leitura:
“(…) Se queres adquirir um amigo, adquire-o na provação; e não te
apresses em confiar nele. Porque há amigo de ocasião, que não persevera no dia
da aflição. Há amigo que passa para a inimizade, e que revela as desavenças
para te envergonhar. Há amigo que é companheiro de mesa e que não persevera no
dia da necessidade. Quando fores bem sucedido, ele será como teu igual e, sem cerimônia,
dará ordens a teus criados. Mas, se fores humilhado, ele estará contra ti e se
esconderá da tua presença. Afasta-te dos teus inimigos e toma cuidado com os
amigos. Um amigo fiel é poderosa proteção: quem o encontrou, encontrou um
tesouro. Ao amigo fiel não há nada que se compare, é um bem inestimável. Um
amigo fiel é um bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem
teme o Senhor, conduz bem a sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo”.
(Eclesiástico 6, 7-17)
O parceiro, o cônjuge, vai além da amizade e quando isso acontece buscam
selar esse voto através do matrimônio e talvez seja essa o grande “X” da
questão: Os casais hoje procuram realmente o matrimônio, a cumplicidade, a
amizade ou as fotos da celebração, da festa, da lua de mel, morar juntos?
Porque ainda vemos pessoas incentivando jovens de 15 e 16 anos a “casar”? Por
que ainda vemos pais “empurrando” suas filhas, escolhendo parceiros (as) que
tenham poder aquisitivo em detrimento ao caráter? Por que ainda vemos pessoas
“tentando” resolver um assunto casando seus filhos?
Estranho dizer isso, mas o que acabei de citar é passível de nulidade,
mas nem tudo que vemos poderá ser desfeito. Um casal que ao tentar todos os
meios não viu outra solução a não ser se respeitar vivendo longe um do outro,
deve entender que o ritual pode ser apagado ou deletado do HD, mas o sacramento
ainda vive.
Um homem longe de sua esposa, uma esposa longe do seu marido: é assim
que a igreja os vê, portanto não os vê como pagãos e sim como filhos de Deus,
pois acima de tudo são batizados e por Ele muito amados e se mesmo longe
preservam cristo como seus nortes, mesmo não alimentando a esperança de uma
reconciliação, devem perseverar na fé e pelos frutos que surgiram.
“(…) A respeito dos cristãos que vivem nesta situação E GERALMENTE
CONSERVAM A FÉ e desejam educar cristãmente seus filhos, os sacerdotes e toda a
comunidade devem dar prova de uma solicitude atenta, a fim de NÃO SE
CONSIDERAREM SEPARADOS DA IGREJA, pois, como batizados, podem e devem participar
da vida da Igreja: Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a freqüentar o
sacrifício da missa, a perseverar na oração, a dar sua contribuição às obras de
caridade e às iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos
na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim
implorar, dia a dia, a graça de Deus” (CIC §1652)
Devemos investir mais na formação dos jovens, pois o curso de noivos não
vai ajudar a aumentar a amizade e o respeito entre eles; o padre não tem como
adivinhar se os motivos que levaram os nubentes ao altar são recheados de amor
ou “fogo de palha”
Um imenso abraço fraterno.
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