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terça-feira, 9 de abril de 2019

-RAMOS e PAIXÃO-José Salviano


RAMOS e PAIXÃO
14 de março de 2019
Evangelhos: Lc 19,28-40 e Lc 22,14-23,56;
 Is 50,4-7; Sl 22; Fl 2,6-11.

RAMOS - A festa de ramos marca o início da Semana Santa que, por sua vez, é o centro do grande acontecimento da nossa fé, ou seja, o Mistério da paixão, morte e ressurreição de N.S. Jesus Cristo.  Hoje Jesus vem a nós não como um rei soberano, tirano e dominador. Mas como um Rei humilde e servidor.
            Na  mesma cidade onde o rei Davi havia entrado com uma pomposa procissão, após a vitória sobre os filisteus e, entre cantos, trombetas, ramos de palmeiras o povo  o exaltava como o Rei vitorioso, o Rei Jesus  entrou de forma humilde montado em um simples jumento em vez de um pomposo cavalo para mostrar que o seu reino não é desse mundo.  E essa entrada triunfal de Jesus em Jerusalém  foi para mostrar também a presença de Deus no meio de seu povo.  Deus que está acima de todos os deuses, acima de todos os reis da Terra, desceu até nós para realizar o seu Plano de Salvação da humanidade.
            É comum a gente pensar que aquelas mesmas pessoas que aclamaram Jesus como rei no domingo de ramos foram as mesmas pessoas que o condenaram dizendo em coro: Crucifica-o! Crucifica-o!
            A bem da realidade dos fatos não foi bem assim que aconteceu.   Porque a multidão que aclamou Jesus em sua entrada triunfal pela cidade de Jerusalém, era formada de pessoas agradecidas pelas grandes maravilhas realizadas por Jesus, especialmente os milagres de curas. Foram pessoas que reconheceram a divindade, o poder e o imenso amor de Jesus principalmente para com os oprimidos.
            Ao contrário, aquele grupo de pessoas manipuladas pelos fariseus que revoltadas gritaram: Crucifica-o! não eram aquelas mesmas pessoas do domingo de ramos.
            Veja: Jesus ao condenar as atividades comerciais do Templo, um covil de ladrões como Ele disse,  ao condenar a exploração ali realizada para fins lucrativos, ao virar as mesas dos cambistas com um chicote na mão naquele camelódromo do Templo, Ele arrumou muitos inimigos. E foram exatamente esses inimigos insatisfeitos que os fariseus  arrebanharam  para aclamar a sua condenação diante de Pilatos. E veja que Pilatos percebeu isso. Pilatos estando consciente de que Jesus não tinha nenhum  pecado, apresentou um plano "B", sugerindo a morte de cruz ao ladrão Barrabás. Porém, as pessoas insufladas pelos judeus, não aceitaram. Finalmente, Pilatos lavou as mãos, se inocentando do sangue daquele inocente.   
        Por outro lado, notamos que na missa de Domingo de Ramos que a igreja fica lotada. Será mesmo que todos estão consciente que se trata do início da Semana Santa,  do seu significado e importância para a nossa salvação?  Ou será que muitos estão ali ansiosos para pegar o ramo bento e levá-lo para casa e se proteger de todo mal, numa atitude de quase superstição?
            Qual seria melhor? Um ramo bento ou levar para casa em sua própria pessoa o Cristo Eucarístico?  O ramo é bom. Além do seu significado, ele é bento. Mais é muito mais eficaz, o próprio Cristo na Hóstia consagrada, que recebemos na comunhão e o levamos para nossa casa para que haja paz,  harmonia e para que Cristo sacramentado nos livre de todos os males, principalmente do pior mal que é o mal de nos afastar de Deus.

PAIXÃO - Jesus morreu por nós. Jesus morreu pelos nossos pecados.  Jesus é o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. 
            Meus irmãos. Estas são frases que ouvimos sempre, principalmente da boca do padre, mas que nem sempre entendemos o seu significado, sem nunca questionar. Minha avó dizia isso e eu acredito. Acreditar sem entender não é uma atitude científica diante do fenômeno psicológico da fé, mais sim uma atitude de uma fé cega, que na adolescência pode cair, desfalecer, diluir-se diante das chacotas dos amigos incrédulos.
            Então vamos solidificar a nossa fé? Vamos entender para nunca duvidar? Compreender e acreditar para não ser presa fácil dos incrédulos que movidos por satanás, estão sempre tentando nos arrastar para a descrença?
            Então. Nos tempos antigos, no Antigo Testamento, Moisés, Abraão, Isaac, Jacob tiveram experiências com Deus, o qual mantinha com o seu povo através desses patriarcas, uma ALINANÇA, ou seja, um acordo de Pai para filhos.  E nessa Aliança, era aceito por Deus, os sacrifícios de animais.  Eles matavam o melhor novilho, ou o melhor cordeiro do rebanho, e queimavam-no, e como a fumaça da combustão subia, entendiam assim que estavam fazendo uma oferta a Deus, pelo perdão dos seus pecados. E aquilo era chamado de holocausto, diziam que o cordeiro foi imolado, oferecido ao Pai pelos pecados.
            Nos tempos de Jesus, o sacrifício de animais era um verdadeiro comércio. No Templo havia a sala dos sacrifícios, onde o povo queimava animais, como bois, cordeiros, e até pombas, que eram oferecidas pelos pobres, pois os animais grandes oriundos das fazendas dos saduceus, custavam caro.  Vinha gente de todo lugar, até dos países vizinhos, para se purificar dos seus pecados, mediante a queima de animais, o que deixava a elite judaica cada dia mais rica, com o comércio dos animais para o sacrifício.
            Jesus ficou indignado com aquilo, pois sabia muito bem que por traz da oferenda a Deus, estava a exploração do povo pelos judeus, os quais  ganhavam rios de dinheiro.
            Foi por isso que Jesus disse "Não quero sacrifício, mas sim CARIDADE".  Então, no lugar de matar e queimar um animal, de preferência um cordeiro, para oferecer a Deus, nós podemos e devemos fazer uma oferenda a Deus, na pessoa do irmão carente, pelo perdão dos nossos pecados veniais, ou leves. E dando uma esmola ao pobre, estamos dando a Deus e construindo um tesouro no Céu. "Todas as vezes que você der uma esmola a um pobre, foi a mim que você deu".
            Quanto ao holocausto, ao cordeiro imolado, Jesus virou a mesa, e propôs uma nova solução, Jesus anunciou  A NOVA ALIANÇA:  Disse Ele que a sua pessoa seria oferecida em sacrifício ÚNICO ao Pai pelos pecados de toda a humanidade, e que não precisaríamos mais sacrificar os animais, nem fazer nenhum tipo de sacrifício como oferenda pelos nossos pecados. "Não quero sacrifício, mas sim CARIDADE".
            Jesus é o cordeiro de Deus, porque  esse animal preferido nos holocaustos, morre calado, sem dar nenhum gemido, não faz nenhum barulho ao contrário dos demais animais. Jesus Morreu pelos nossos pecados, isto é, ofereceu-se ao Pai em sacrifício por nossa culpas, SEM RECLAMAR, SEM MEDO, SEM CHORAR. "Pai. Tudo está consumado. A ti entrego o meu espírito" 
CONCLUSÃO - Caríssimos. Que o verde dos ramos signifique para nós hoje, o verde da ESPERANÇA  de um mundo sem violência, de um mudo convertido, e o verde da esperança da vida eterna.
            Não façamos sacrifícios pelo perdão dos nossos pecados leves. Façamos caridade.  Fazer promessas, subir de joelhos a escadaria do morro até a capela de Nossa Senhora do Monte, nada disso agrada a Deus. Agrade-O na pessoa do irmão caído no chão, sem teto, sem roupa, sem alimento, sem nada.
Vá i faça o mesmo.
Comece a Semana Santa com o pé direito.


Bom domingo de ramos.


José Salviano

2 comentários:

  1. Santo comentário!
    Jesus te abençoe.

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  2. Cristo é nossa Esperança! Bem vindo o que vem em nome do Senhor! Uma santa e abençoada semana santa a todos!

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