01 de Maio de 2019
Evangelho Jo 13,54-58
Hoje a Igreja celebra a festa de São José operário,
e por tanto, fazemos nossas homenagens ao trabalhador. Aquele que gera a
riqueza da nação, aquele e aquela que trabalha muito e ganha pouco. Pois quem
trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro. Assim dizem os espertos da nossa
sociedade.
Na verdade, só o trabalho gera riqueza. Pois mesmo
se for encontrada uma imensa mina de ouro, será necessário muito trabalho, e muitos
trabalhadores para extrair, transportar e depositar toda aquela riqueza. Do
mesmo modo, uma jazida de petróleo, ou de outros minerais.
O trabalhador é aquele que gera a riqueza nacional,
porém, é o que menos tem direitos. Ele trabalha muito e não sobra tempo para o
devido descanso, para o lazer, e para curtir a vida como o fazem outros que com
muito menos esforço, ficam ricos com muita facilidade.
Ao trabalhador não lhe é permitido reclamar seus
direitos, e quando se reúnem para protestar, podem ser fortemente reprimidos e
retaliados.
Nos tempos da escravidão a coisa era bem pior.
Porém, nos tempos atuais, muitas coisas vem acontecendo em desfavor do
trabalhador, que muitos até dizem que os tempos da escravidão estão voltando!
Precisamos valorizar mais aqueles e aquelas que na
lavoura plantam e colhem o nosso alimento, aqueles e aquelas que na cidade,
limpam o nosso lixo, cuida da nossa segurança e das nossas crianças,
transportam tudo o que consumimos, lavam as nossas privadas, a nossa roupa, o
nosso carro, e muitas outras coisas mais. Eles merecem o nosso respeito, pois
fazem tudo com resignação, muito embora revoltados por dentro, por não
desfrutar dos mesmos confortos que desfrutam aqueles e aquelas que vivem do
outro lado da realidade econômica.
Portanto, hoje rendemos as nossas homenagens a
todos trabalhadores, aqueles que nos dias de calor trabalham nos fornos muito
quentes das siderúrgicas, aqueles e aquelas que nos dias de chuva limpam as
nossas ruas, e às vezes, mesmo quando doentes têm de comparecer ao trabalho.
Os meios de comunicação de massa sempre valorizam
as coisas excepcionais. O cantor que tem a voz mais bonita, o atleta que
venceu, o corredor mais veloz, e os criminosos mais furiosos... Quanto ao
humilde trabalhador, este sempre fica na obscuridade, no anonimato.
Jesus que fez sua opção pelos fracos, nos mostra
que quem quer ser o maior deve ser o menor. Deve servir. E é isso que faz o
nosso trabalhador, assim como o fez José operário, pai adotivo de Jesus.
Será que a mídia hoje falará de José o Operário? Do
trabalhador? Provavelmente não! Mais falará dos nossos empresários bem
sucedidos. Das empresas que mais se destacam, e talvez nem se lembrarão dos
seus operários.
É claro! A mídia tem de fazer o jogo dos poderosos,
tem de estar do seu lado, pois o dinheiro sempre fala mais alto do que o
trabalho.
Jesus passou 30 anos de sua vida no anonimato de
uma pobre oficina, como auxiliar de carpinteiro, de José, o seu tutor.
A vida cristã não é feita de grandes lances, como o
quere muitos. Assim, a nossa fé é composta das pequenas coisas do nosso dia a
dia, do trabalho diário feito com dedicação e amor.
O trabalho dá saúde ao corpo e paz a
nossa alma. Por que o dinheiro honesto, suado, embora injusto,
insuficiente que se ganha, é usado para o sustento da família, e abençoado por
Deus, que tem seus olhos voltados para os fracos, para os explorados, os que
não têm para onde correr, do ponto de vista político. Mas todos somos filhos de
um Pai poderoso que nos ama, e nos atende quando recorremos ao seu socorro com
fé, humildade e esperança.
José Salviano.
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