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terça-feira, 16 de abril de 2019

Domingo de Páscoa-Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados

21/abril/2019 – Domingo de Páscoa

Evangelho: (Jo 20, 1-9)

No primeiro dia da semana, Maria Madalena veio ao sepulcro bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido removida do sepulcro. Então foi correndo até onde estava Simão Pedro e o outro discípulo a quem Jesus amava o e disse-lhes: “Tiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram”. Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro. Inclinando-se, viu as faixas de linho no seu lugar, mas não entrou. Depois chegou Simão Pedro, entrou no sepulcro e viu as faixas de linho no seu lugar e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus. O sudário não estava com as faixas de linho, mas enrolado num lugar à parte. O outro discípulo que chegou primeiro entrou também, viu e creu. De fato, eles ainda não se haviam dado conta da Escritura, segundo a qual era preciso que Jesus ressuscitasse dos mortos.

COMENTÁRIO

Estamos vivendo o Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor. É a maior festa do calendário litúrgico, é a vitória da Vida sobre a morte. A Ressurreição de Jesus trouxe vida plena, apagou o pecado, e nos reconciliou com Deus.

Em sua primeira carta aos Coríntios, São Paulo chama a atenção e questiona a fé daquele povo que duvidava da Ressurreição de Jesus. As palavras de Paulo devem servir de alerta não só aos Coríntios, mas sim para todos nós.

Se Jesus não tivesse ressuscitado dos mortos, seríamos falsas testemunhas de Deus. Seriam vazias a nossa pregação e a nossa fé. Sem a ressurreição de nada teria valido a paixão e morte de Jesus na cruz. Teria sido um sacrifício em vão, sem nenhum benefício para a humanidade. 

O mistério da Ressurreição é a base da nossa fé. Por isso, o verdadeiro cristão não pode se deixar levar pela fantasia e, muito menos, confundir ressurreição com reencarnação, pois se os mortos não ressuscitam, nem Cristo ressuscitou.

Pregar a reencarnação é o mesmo que chamar Jesus de mentiroso e charlatão. É o mesmo que dizer que somos brinquedos, que não passamos de marionetes nas mãos de um deus que não ama nem respeita seus filhos.

Aceitar a reencarnação é o mesmo que dizer que ninguém depende do amor misericordioso de Deus para salvar-se, pois bastaria viver várias vidas para conseguir a purificação e ganhar a salvação, por méritos próprios, e não pelo amor misericordioso de Deus.

Alegria, alegria, porque Deus é bom e misericordioso e como prova do seu infinito amor, enviou-nos seu Filho amado, que morreu por nós, mas que acima de tudo Ressuscitou verdadeiramente!

João fala que Maria Madalena foi sozinha, ao sepulcro de Jesus. Os demais evangelistas mencionam também outra Maria, Joana e Salomé. O importante não é saber quantas e quais eram essas mulheres, importante é ressaltar que, pelo menos, uma mulher foi testemunha da ressurreição.

Numa época em que as mulheres não tinham voz e nem vez, que não tinham espaço, que eram discriminadas e marginalizadas, Jesus, para provar que veio para mudar, fez questão de fazer delas as primeiras testemunhas do maior acontecimento da história da salvação.

A princípio imaginaram que o corpo de Jesus tivesse sido roubado. Pedro e João vão correndo ao sepulcro para confirmar se era verdadeira a notícia de Madalena.

Encontraram o sepulcro vazio e o sudário bem dobradinho à parte. Sem entender o que estava acontecendo, levados pela fé, lembraram-se das palavras de Jesus e começaram a acreditar no Mistério da Ressurreição. Ter fé não significa entender, porque a fé não nos leva ao entendimento, a fé nos leva à aceitação.

Pedro tinha um milhão de falhas, tinha seus momentos de fraqueza, e até mesmo de covardia, mas certamente, fé não lhe faltava. Por diversas vezes, deu provas disso. Sem demonstrar a menor dúvida, certa vez, ele disse: “Tu és o Messias, o Filho de Deus”- noutra, disse ainda - “A quem iremos, Senhor? Só tu tens Palavras de Vida!”

Assim que soube que a pedra havia sido retirada e que nada mais o separava do mestre, Pedro correu para junto de Jesus. Ele que, alguns dias antes, por três vezes, havia negado o Mestre, agora corre para Jesus com confiança, pois acredita no perdão e na Infinita Misericórdia de Deus.

É hora de fazer o mesmo: retirar as pedras que nos separam do Mestre e, com a mesma confiança de Pedro, correr para o Cristo Ressuscitado e pedir perdão.

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