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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A didática de Jesus-Alexandre Soledade

06-        DOMINGO - Evangelho - Mc 7,31-37



Bom dia!
Parece ser um dos procedimentos ou técnicas mais usadas pela pedagogia de Jesus: Retirar a pessoa do campo visual das pessoas.
É preciso notar que esse afastamento não a retira do convívio em sociedade, da comunidade, do grupo, mas a traz, nem que seja por um breve momento, a ter um contato com Jesus um pouco mais próximo e reservado. Quantas pessoas conhecemos que também andam por ai desmotivadas, cansadas, desgastadas, desesperaçosas, (…) que a surdez, não física, mas da compreensão, já não as permite que ouçam conselhos, direcionamentos ou ânimo.
Sim! O cansaço físico, aliados ao mental, pode tornar alguém muito forte na fé, ficar surdo. Esse processo é muito comum e peculiar a todo ser humano. Alguns o chamam de desmotivação; outros preferem chamar de “branco mental’, mas a igreja os chama de tibieza e acídia.
“(…) A TIBIEZA é uma hesitação ou uma negligência em responder ao amor divino, podendo implicar a recusa de se entregar ao dinamismo da caridade. A ACÍDIA OU PREGUIÇA ESPIRITUAL chega a recusar até a alegria que vem de Deus e a ter horror ao bem divino“. (§2094 Catecismo da igreja Católica)
Quem lida com pessoas, projetos e ações, sejam elas inseridas ou não dentro de um contexto pastoral, sendo assim o trabalho, a família, o estudo também se incluem, não esta livre de momentos de “branco” espiritual. Por muitas vezes já enfatizei que as grandes quedas não ocorrem durante as tempestades, mas nos períodos de calmaria. Um tempo tranquilo que engana e nos faz “baixar a guarda”.
Como não estamos imunes a esse tormento é importante aceitar esse convite que o Senhor nos faz de sair de vista, mas não de abandoná-lo. Se pudéssemos tornar isso mais concreto, seria sentar no banco aquele que por anos coordenou; ser mais um, no entanto sabendo que ainda é e será único; reinventar a motivação, buscar novos desafios ou tornar os mesmos novamente novos. É tentar ser novamente namorada(o) do seu marido (esposa); é se interessar pelas conversas complicadas dos jovens; é partilhar o problema com que se confia; é permitir-se novamente ser novo, abrir-se ao amor de Deus que insiste em dizer “(…) Efatá!, que quer dizer: Abre-te!”
O Senhor sabe a hora e o quanto suporta cada um; Ele sabe dar e reconhecer o repouso dos justos, mas mesmos desanimados, perseguidos ou desmotivados Ele propõe que nos abramos ainda mais. Esse estágio momentâneo de fragilidade nos permite se aproximar Dele e por Ele sermos cuidados. Quem nunca sucumbiu ao fundo do poço e da lá quando saiu, apareceu ainda mais forte?
“(…) Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve”. (Mateus 11, 28-30)
Sabemos que muitos também se “escoram” no colo de Jesus para justificar a sua infinita fraqueza ou vontade de lutar. É preciso que todo cristão se emprenhe em olhar pelos que mais sofrem, mas também cabe a aquele que também é vítima ou se vitima, ter a coragem de levantar e encarar seus problemas com os olhos fitos nele.
“(…) §6. Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa (…). Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta, mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias… “. (Papa Francisco)
Sabemos das desigualdades sociais, mas é preciso entender que a procura por vagas de emprego e de estudo sejam sempre maiores que as do cadastro do bolsa família; As horas em preces ou lamentações sejam menores que ou iguais ao tempo que passamos também andando em busca de algo melhor. Sou sempre vítima?
Como diz minha ex chefe (Adriana Rezende): Levanta! Para de reclamar! Vem correr! Riso.
Um imenso abraço fraterno!



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