06- DOMINGO
- Evangelho - Mc 7,31-37
Bom
dia!
Parece
ser um dos procedimentos ou técnicas mais usadas pela pedagogia de Jesus:
Retirar a pessoa do campo visual das pessoas.
É
preciso notar que esse afastamento não a retira do convívio em sociedade, da
comunidade, do grupo, mas a traz, nem que seja por um breve momento, a ter um
contato com Jesus um pouco mais próximo e reservado. Quantas pessoas conhecemos
que também andam por ai desmotivadas, cansadas, desgastadas, desesperaçosas,
(…) que a surdez, não física, mas da compreensão, já não as permite que ouçam
conselhos, direcionamentos ou ânimo.
Sim!
O cansaço físico, aliados ao mental, pode tornar alguém muito forte na fé,
ficar surdo. Esse processo é muito comum e peculiar a todo ser humano. Alguns o
chamam de desmotivação; outros preferem chamar de “branco mental’, mas a igreja
os chama de tibieza e acídia.
“(…)
A TIBIEZA é uma hesitação ou uma negligência em responder ao amor divino,
podendo implicar a recusa de se entregar ao dinamismo da caridade. A ACÍDIA OU
PREGUIÇA ESPIRITUAL chega a recusar até a alegria que vem de Deus e a ter
horror ao bem divino“. (§2094 Catecismo da igreja Católica)
Quem
lida com pessoas, projetos e ações, sejam elas inseridas ou não dentro de um
contexto pastoral, sendo assim o trabalho, a família, o estudo também se
incluem, não esta livre de momentos de “branco” espiritual. Por muitas vezes já
enfatizei que as grandes quedas não ocorrem durante as tempestades, mas nos
períodos de calmaria. Um tempo tranquilo que engana e nos faz “baixar a
guarda”.
Como
não estamos imunes a esse tormento é importante aceitar esse convite que o
Senhor nos faz de sair de vista, mas não de abandoná-lo. Se pudéssemos tornar
isso mais concreto, seria sentar no banco aquele que por anos coordenou; ser
mais um, no entanto sabendo que ainda é e será único; reinventar a motivação,
buscar novos desafios ou tornar os mesmos novamente novos. É tentar ser
novamente namorada(o) do seu marido (esposa); é se interessar pelas conversas
complicadas dos jovens; é partilhar o problema com que se confia; é permitir-se
novamente ser novo, abrir-se ao amor de Deus que insiste em dizer “(…) Efatá!,
que quer dizer: Abre-te!”
O
Senhor sabe a hora e o quanto suporta cada um; Ele sabe dar e reconhecer o
repouso dos justos, mas mesmos desanimados, perseguidos ou desmotivados Ele
propõe que nos abramos ainda mais. Esse estágio momentâneo de fragilidade nos
permite se aproximar Dele e por Ele sermos cuidados. Quem nunca sucumbiu ao
fundo do poço e da lá quando saiu, apareceu ainda mais forte?
“(…)
Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei.
Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e
humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é
suave e meu peso é leve”. (Mateus 11, 28-30)
Sabemos
que muitos também se “escoram” no colo de Jesus para justificar a sua infinita
fraqueza ou vontade de lutar. É preciso que todo cristão se emprenhe em olhar
pelos que mais sofrem, mas também cabe a aquele que também é vítima ou se
vitima, ter a coragem de levantar e encarar seus problemas com os olhos fitos
nele.
“(…)
§6. Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa (…).
Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades
que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé
comece a despertar, como uma secreta, mas firme confiança, mesmo no meio das
piores angústias… “. (Papa Francisco)
Sabemos
das desigualdades sociais, mas é preciso entender que a procura por vagas de
emprego e de estudo sejam sempre maiores que as do cadastro do bolsa família;
As horas em preces ou lamentações sejam menores que ou iguais ao tempo que
passamos também andando em busca de algo melhor. Sou sempre vítima?
Como
diz minha ex chefe (Adriana Rezende): Levanta! Para de reclamar! Vem correr!
Riso.
Um
imenso abraço fraterno!
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