08- Quinta - Evangelho - Lc 11,5-13
No evangelho de ontem, Jesus responde ao pedido: “Senhor, ensina-nos a orar”, instruindo seus discípulos nos elementos da oração apropriada, pelo modelo de oração que ele dá. Hoje ele dá ênfase na importância da fé na oração feita com persistência conforme aparece claramente na parábola do amigo a meia-noite.
Nesta
parábola, um homem é surpreendido na calada da noite por um hóspede inesperado
e está embaraçado por não ter nada para alimentá-lo. Para cumprir esta
exigência da hospitalidade do Oriente Médio, ele vai ao seu amigo vizinho, à
meia-noite, pedindo três pães. A resposta é abrupta e insensível: “Não me
importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão
deitados. Não posso levantar-me para dá-los.”
A
reação do suplicante, contudo, é insistir, sem se acanhar, até que seu “amigo”
veja que há menos inconveniência em honrar o pedido do que continuar uma
discussão a essa hora da noite. A moral da história, indicada no versículo
oito, é que a “persistência” ou a “falta de acanhamento” do hospedeiro
embaraçado conseguiu seu objetivo numa situação em que os laços de amizade e de
afinidade mostraram-se ineficazes. Portanto, a aplicação da parábola é para
encorajar a persistência e a fé esperançosa na oração.
Pedi,
e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que
pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á.
É
importante reconhecer que esta parábola é simplesmente ilustrativa, e não
simbólica, pois Deus não é certamente um amigo insensível e de má vontade e Ele
não nos vê como vizinhos importunos, desavergonhados. O argumento, então,
raciocina do menor para o maior, do pior para o melhor. Se verdadeiramente
somos amados de Deus em vez de desprezados e se Ele está ansioso antes que
hesitante para ouvir nossos pedidos, por que a fidelidade na oração não
produziria, não somente um ouvido atento, mas uma boa vontade em dar tudo o que
pedimos que for consistente com sua sabedoria divina?
Jesus
completa suas instruções em Lucas 11 sobre a fidelidade na oração indo além da
certeza de que Deus ouve a oração de seu filho, a uma concentração no objeto da
súplica. Enquanto há, certamente, exemplos de abusos cometidos contra crianças
em volta de nós, a maioria das pessoas, não importa se são más, não dão
intencionalmente aos seus filhos presentes perigosos. Se vós, que sois maus,
sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o
Espírito Santo àqueles que lho pedirem? De novo, o argumento é feito
contrastando o pior com o melhor. Se pudermos confiar nos humanos para fazerem
a coisa certa pela razão errada ou por causa da “afeição natural” por seus
filhos, não podemos ser absolutamente confiantes em que Deus, que é mais do que
apenas um amigo e pai, tanto ouvirá como dará suas melhores dádivas (seu Filho
e a influência de seu Espírito) àqueles que lhe imploram persistente e
fielmente?
Esta mensagem de Lucas 11 deve fazer do teu
coração o lugar da acolhida do projeto de Deus na tua vida. Com fé, esperança e
confiança, bate a porta, suplique, chore apresentando todas
as preocupações. Tenho plena certeza de que o Todo-Poderoso ouvirá, atenderá, e
responderá abundantemente de acordo com o tamanho da nossa oração. O desafio se
chama: persistência, disciplina e fidelidade na oração. Portanto, como disse
Paulo aos novos convertidos de Tessalônica também digo a ti: reze sem cessar,
ou seja: Não pare de rezar!
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