Lucas 9, 7-9
Naquele tempo: 7 O tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8 Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9 Então Herodes disse: 'Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?' E procurava ver Jesus.
Bom dia,
O povo esperava muito. Como não esperar?
As condições de vida, os impostos, a opressão dos poderosos sobre os fracos alimentavam a fé das pessoas. Ter fé funcionava também como refrigério de esperança que algo novo ou extraordinário pudesse transformar aquela realidade.
Gerações de dominadores (perceba que Herodes era tetrarca) se revezavam no poder trazendo angústia e sofrimento ao povo. Como todo domínio tirano ou ditatorial, não estariam nos seus planos um governo focado no povo ou na divisão de renda.
O salvador viria! Essa era a fé das pessoas. Saber quem era essa “ameaça” era o foco dos que queriam perpetuar no poder para continuar a viver no luxo e nas regalias. Jesus representava a esperança e a ameaça, esse julgamento dependia apenas sobre que olhos o observavam.
Nossos olhos ainda nos traem. Ainda temos problemas em olhar sem por nossos próprios interesses. Somos sim muito tendenciosos a observar em pontuar nossas afirmações naquilo que me trazem vantagem. Sim! Sobreviver, lei do mais adaptado, o mais forte, “farinha pouca meu pirão primeiro”...
A grande transformação não vai acontecer se uma revolução não incidir sobre nós. A chegada de Jesus, tão esperada pelos povos de ontem, hoje e de amanhã, não pode ser completa se eu de fato não o estiver esperando. Esperar por alguém requer um lençol limpo, uma varrida na casa, uma fragrância no ar diferente, uma faxina na minha casa.
“(...) Isto diz, agora, o Senhor dos exércitos: Considerai, com todo o coração, a conjuntura que estais passando: 6 tendes semeado muito, e colhido pouco; tendes-vos alimentado, e não vos sentis satisfeitos, bebeis e não vos embriagais; estais vestidos, e não vos aqueceis”. (Primeira leitura – Ageu 1,5-6)
Note que o profeta Ageu pede uma reflexão sobre o que faço: Faço pouco e reclamo muito; oro mas não vou atrás; falo de mudança sem me esforçar por ela, MAS quando o irmão, o vizinho, o amigo erra...
Quero ser de Deus, mas afasto as pessoas; ser um evangelizador e não ser a Palavra, querer que o mundo mude para que aceite as diferenças; cobrir-me de véus em sinal de pureza, mas manter um coração descoberto a amargurado e ressentimento. Uma canção antiga repetia várias vezes o verdadeiro foco da chegada do Salvador na minha vida: “A começar em mim”!
“(...) Ser cristão não se reduz a cumprir mandamentos, mas é deixar que Cristo tome posse da nossa vida e a transforme”. (Papa Francisco)
Eu, dentro da igreja, em minha casa, no meu trabalho, como espero Jesus?
Um imenso abraço fraterno
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