24/09/2015
Tempo Comum -
Anos Ímpares - XXV Semana - Quinta-feira
Lectio
Primeira leitura: Ageu 1, 1-4
No segundo ano do reinado de Dario, no
primeiro dia do sexto mês, a palavra do Senhor foi dirigida, por intermédio do
profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué,
filho de Joçadac, Sumo Sacerdote, nestes termos: 2«Eis o que diz o Senhor do
universo: Este povo diz: ‘Não chegou ainda o momento de reedificar o templo do
Senhor.’» 3E a palavra do Senhor foi dirigida por meio do profeta Ageu, nestes
termos: 4«É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto
esta casa está em ruínas?»
Ageu, profeta pós-exílico, é o primeiro dos
chamados “profetas menores”. Não é que a sua inspiração profética seja menor
que a dos outros. Mas, tendo tido grande importância na reconstituição de
Israel como povo, é relativamente insignificante para nós, o Novo Israel, pela
extensão e pelo conteúdo da sua obra. A sua mensagem está centrada na
reconstrução do templo. Para que o povo seja abençoado pelo Senhor, para que
tenha uma vida rica de sentido, deve empenhar-se na reconstrução do templo,
causa da presença visível, sensível, de Deus de Israel.
O seu primeiro oráculo, que hoje escutamos, é um insistente convite a que se termine as obras do templo. O profeta responde, certamente, às objecções dos que apontam as reais dificuldades da obra. O templo é mais importante que uma habitação cómoda e segura: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (v. 4). Sem o templo, falta algo de muito importante para a vida do povo.
O seu primeiro oráculo, que hoje escutamos, é um insistente convite a que se termine as obras do templo. O profeta responde, certamente, às objecções dos que apontam as reais dificuldades da obra. O templo é mais importante que uma habitação cómoda e segura: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (v. 4). Sem o templo, falta algo de muito importante para a vida do povo.
Evangelho: Lucas 9, 7-9
Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu dizer
tudo o que se passava; e andava perplexo, pois alguns diziam que João
ressuscitara dos mortos; outros, 8que Elias aparecera, e outros, que um dos
antigos profetas ressuscitara. 9Herodes disse: «A João mandei-o eu decapitar,
mas quem é este de quem oiço dizer semelhantes coisas?» E procurava vê-lo.
Herodes está perplexo: quem é Jesus de quem
todos falam? Fazem-se diversas conjecturas: é João ressuscitado, é Elias, é um
profeta. O povo apercebe-se da grandeza de Jesus. Mas erra ao compará-lo com
figuras do passado. Jesus é uma novidade absoluta. Para compreendê-lo é preciso
olhar para Ele, e mais ninguém.
Herodes é um homem culto e prático. Quer encontrar Jesus e dar-se pessoalmente conta da sua identidade. Se fosse movido por boas intenções, como no caso de Zaqueu (cf. Lc 19, 3), seria uma atitude positiva. Mas não era esse o caso. Já o confessar a si mesmo, cinicamente e sem remorsos, ter matado João Baptista, para calar a sua voz incómoda, mostra como a sua vontade de ver Jesus era apenas curiosidade superficial. Tudo isso ficará claro na narrativa da paixão (cf. Lc 23, 8-10). Herodes representa o homem curioso que não quer tornar-se discípulo de Jesus, mas apenas quer ver fenómenos extraordinários, talvez até realizados por Jesus. É o prurido de ouvir novidades, que também Paulo condenará.
Herodes é um homem culto e prático. Quer encontrar Jesus e dar-se pessoalmente conta da sua identidade. Se fosse movido por boas intenções, como no caso de Zaqueu (cf. Lc 19, 3), seria uma atitude positiva. Mas não era esse o caso. Já o confessar a si mesmo, cinicamente e sem remorsos, ter matado João Baptista, para calar a sua voz incómoda, mostra como a sua vontade de ver Jesus era apenas curiosidade superficial. Tudo isso ficará claro na narrativa da paixão (cf. Lc 23, 8-10). Herodes representa o homem curioso que não quer tornar-se discípulo de Jesus, mas apenas quer ver fenómenos extraordinários, talvez até realizados por Jesus. É o prurido de ouvir novidades, que também Paulo condenará.
Meditatio
O livro do profeta Ageu, apesar de não ter
para nós, novo povo de Deus, a importância que teve para o antigo povo de Deus,
conserva ainda aspectos de grande actualidade. A mensagem do profeta está
centrada na reconstrução do templo, habitação de Deus no meio do seu povo.
Como lemos no livro de Esdras, Ciro permitiu o regresso dos exilados a Jerusalém. Passados muitos anos, já no tempo de Dário, o povo vivia em boas casas, mas tinha descuidado a reconstrução do templo, a morada do Senhor. Surge, então, o profeta Ageu, que clama: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (v. 4). Esta advertência do profeta é uma boa ocasião para fazermos um exame de consciência e verificarmos se não caímos, também nós, na tentação de nos interessarmos primeiro pela nossa “casa”, deixando ao abandono a casa de Deus. A casa de Deus, hoje, é a Igreja. Também ela precisa de cuidados, de serviços feitos com zeloso e coragem, de testemunhos entusiastas e perseverantes. O aviso do profeta, que encontrou eco no coração de tantos santos e santas, por exemplo, em Francisco de Assis, continua actual: «Subi à montanha, trazei madeira e reedificai a casa; ela me será agradável e nela serei glorificado» (1, 8).
Há que trabalhar na Igreja, para que, cada vez mais, resplandece no mundo como sinal e instrumento da salvação realizada por Jesus Cristo. Trabalhar pela Igreja, segundo os carismas e os ministérios de cada um, não é tarefa fácil. Mas é, sem dúvida, apaixonante. Dá sentido à vida. Por isso, tantos irmãos e irmãs se entregaram e entregam a ela, muitas vezes a vida inteira. Pensemos nos sacerdotes, nos religiosos e religiosas, nos missionários e missionárias, em tantos leigos e leigas comprometidos ao serviço do povo de Deus. Infelizmente, talvez sobretudo nos países de antiga tradição cristã, são ainda muitos aqueles que se contentam com uma religiosidade descomprometida, que apenas procura o sensacionalismo, que não passa de conversa inútil e superficial, semelhante à de Herodes Antipas.
Seguir Jesus implica compromisso pessoal para que se realize o seu projecto de reunir o povo de Deus para o tempo da salvação. Peçamos ao Senhor a graça de um zelo ardoroso em servi-lo. Que não nos limitemos a buscar os nossos interesses.
«Longe de nos alhear dos homens, a nossa profissão dos conselhos evangélicos torna-nos mais solidários com a sua vida. Na nossa maneira de ser e de agir, pela participação na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo, devemos testemunhar eficazmente que é o Reino de Deus e a sua justiça que se devem procurar antes de tudo e acima de tudo (cf. Mt 6,33). «E não se julgue que os religiosos, pela sua consagração, se alheiam dos homens ou se tornam inúteis à sociedade terrena. Pois, embora algumas vezes não se ocupem directamente dos seus contemporâneos, têm-nos presentes, de modo mais profundo, nas entranhas de Cristo e colaboram espiritualmente com eles, a fim de que a edificação da cidade terrena se alicerce sempre no Senhor e para Ele se oriente, não suceda trabalharem em vão os construtores» (LG 46) (Cst 38).
Como lemos no livro de Esdras, Ciro permitiu o regresso dos exilados a Jerusalém. Passados muitos anos, já no tempo de Dário, o povo vivia em boas casas, mas tinha descuidado a reconstrução do templo, a morada do Senhor. Surge, então, o profeta Ageu, que clama: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (v. 4). Esta advertência do profeta é uma boa ocasião para fazermos um exame de consciência e verificarmos se não caímos, também nós, na tentação de nos interessarmos primeiro pela nossa “casa”, deixando ao abandono a casa de Deus. A casa de Deus, hoje, é a Igreja. Também ela precisa de cuidados, de serviços feitos com zeloso e coragem, de testemunhos entusiastas e perseverantes. O aviso do profeta, que encontrou eco no coração de tantos santos e santas, por exemplo, em Francisco de Assis, continua actual: «Subi à montanha, trazei madeira e reedificai a casa; ela me será agradável e nela serei glorificado» (1, 8).
Há que trabalhar na Igreja, para que, cada vez mais, resplandece no mundo como sinal e instrumento da salvação realizada por Jesus Cristo. Trabalhar pela Igreja, segundo os carismas e os ministérios de cada um, não é tarefa fácil. Mas é, sem dúvida, apaixonante. Dá sentido à vida. Por isso, tantos irmãos e irmãs se entregaram e entregam a ela, muitas vezes a vida inteira. Pensemos nos sacerdotes, nos religiosos e religiosas, nos missionários e missionárias, em tantos leigos e leigas comprometidos ao serviço do povo de Deus. Infelizmente, talvez sobretudo nos países de antiga tradição cristã, são ainda muitos aqueles que se contentam com uma religiosidade descomprometida, que apenas procura o sensacionalismo, que não passa de conversa inútil e superficial, semelhante à de Herodes Antipas.
Seguir Jesus implica compromisso pessoal para que se realize o seu projecto de reunir o povo de Deus para o tempo da salvação. Peçamos ao Senhor a graça de um zelo ardoroso em servi-lo. Que não nos limitemos a buscar os nossos interesses.
«Longe de nos alhear dos homens, a nossa profissão dos conselhos evangélicos torna-nos mais solidários com a sua vida. Na nossa maneira de ser e de agir, pela participação na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo, devemos testemunhar eficazmente que é o Reino de Deus e a sua justiça que se devem procurar antes de tudo e acima de tudo (cf. Mt 6,33). «E não se julgue que os religiosos, pela sua consagração, se alheiam dos homens ou se tornam inúteis à sociedade terrena. Pois, embora algumas vezes não se ocupem directamente dos seus contemporâneos, têm-nos presentes, de modo mais profundo, nas entranhas de Cristo e colaboram espiritualmente com eles, a fim de que a edificação da cidade terrena se alicerce sempre no Senhor e para Ele se oriente, não suceda trabalharem em vão os construtores» (LG 46) (Cst 38).
Oratio
Senhor, infunde em mim o teu Espírito, para
que ame o teu templo, a tua Igreja. Quando me parecer ofuscada por defeitos e
pecados, que não a despreze, mas ponha mãos à obra de a reedificar, como fez
outrora Francisco de Assis. Com o auxílio da tua graça, quero, como ele,
reparar as ruínas da tua casa, esquecendo os meus próprios interesses e sonhos.
Ensina-me, Senhor, a não buscar sinais prodigiosos, mas a contentar-me com a
Palavra, que cada dia me ofereces, para meditar e rezar. Que em tudo e sempre,
eu procure a tua glória. Amen.
Contemplatio
Grande santo, S. Leão Magno, conduzi-me pelos
vossos caminhos. Fazei-me saborear o amor de Nosso Senhor, especialmente nos
mistérios da Incarnação, da paixão e da Eucaristia. Ensinai-me a humildade, o
zelo, o amor pela Igreja. Mas sobretudo obtende-me a graça de uma união mais
íntima com Nosso Senhor no espírito de amor e de reparação. (Leão Dehon, OSP 3,
p. 436).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Reedificai a casa; nela serei glorificado» (Ag 1, 8).
«Reedificai a casa; nela serei glorificado» (Ag 1, 8).
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