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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Evangelhos Dominicais Comentados-Jorge Lorente



04/outubro/2015 – 27o Domingo do Tempo Comum

Evangelho: (Mc 10, 2-16)

Alguns fariseus chegaram e, para testar Jesus, perguntaram-lhe se era permitido ao homem repudiar a mulher. Ele lhes respondeu: “O que Moisés vos ordenou?” Eles disseram: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedir a mulher”. Jesus continuou: “Foi devido à dureza de vossos corações que ele vos deu esta lei. Mas no princípio da criação Deus os fez homem e mulher. Por isso o homem deixará pai e mãe para unir-se à sua mulher, e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus uniu”. De volta para casa, os discípulos perguntaram-lhe novamente sobre o mesmo assunto. Jesus lhes respondeu: “Quem divorciar-se de sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar do marido e casar com outro, comete adultério”. Alguns traziam a Jesus crianças para que as acariciasse, mas os discípulos os repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e lhes disse: “Deixai vir a mim as crianças e não as impeçais, pois o reino de Deus é daqueles que são como elas. Eu vos asseguro: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, jamais nele entrará”. Jesus abraçava as crianças e as abençoava, impondo as mãos sobre elas.

COMENTÁRIO

O Evangelho de hoje nos fala de um tema importantíssimo. O assunto de hoje é a família e, de modo particular, destaca o significado do casamento. Vivemos uma época difícil onde a família virou brinquedo nas mãos dos produtores de novelas, e o Sacramento do Matrimônio é encarado como um jogo de azar.

Milhares de casais se perguntam se ainda vale a pena insistir na tentativa de conciliar uma relação que começou errada e que vai se arrastando por anos e anos de forma insustentável e sem perspectivas de reconstrução.

Aquela chama ardente do amor que aquecia o lar e que mantinha unida a família desapareceu. Não há mais carinho, respeito, fidelidade, nem sequer harmonia. Quando o casamento chega nesse estágio, a paz é a primeira a desaparecer do lar.  

Todos sofrem. Os filhos acabam se envolvendo no fracasso de seus pais e, no final, todos se perguntam: “Será que Deus prefere vê-los juntos brigando ou ficaria mais feliz com a separação? Será que vale a pena continuar juntos? Não é melhor que cada um siga seu caminho e tente reconstruir sua vida?”


A essas perguntas a lógica humana responde sem hesitar: é melhor a separação!  Também os fariseus pensam assim e tentam apanhar Jesus numa armadilha ao fazerem esta pergunta: “É lícito ou não o homem repudiar sua mulher?”

Pergunta cheia de veneno, pois o divórcio era praticado pelos judeus com muita naturalidade. A lei mosaica era clara quanto à legalidade da separação. Se Jesus dissesse que era lícito, estaria indo contra a sua posição de defender a mulher, se dissesse que não, iria contra a lei de Moisés. O que dizer?

Jesus esvazia o argumento dos fariseus, indo buscar nas Escrituras, no relato da criação, o fundamento bíblico do matrimônio. Com autoridade Jesus diz que Moisés fez concessão ao divórcio por causa da dureza dos corações do povo, porém no início dos tempos, não era assim.

Jesus finaliza afirmando que o matrimônio é indissolúvel, porque esse é o Projeto de Deus. A mulher não é objeto, ou propriedade do homem que pode dispor dela como achar melhor. Não pode ser usada como um produto descartável; usa-se hoje e joga-se fora, amanhã.

Jesus faz questão de ressaltar que Deus quer a igualdade entre o homem e a mulher, pois os fez à sua imagem e semelhança. O homem e a mulher foram criados um para o outro, para se completarem, procriarem e viverem no amor. 

Por tudo isso, o homem deixará pai e mãe, se unirá à sua mulher e formarão uma só carne. Todas as diferenças, todos os problemas serão superados pela persistência, pela união profunda, pelo diálogo e pela oração. 

Diante dessa posição dura em relação à separação, até mesmo os discípulos de Jesus ficam perplexos, pois não era assim que encaravam a lei. Jesus, porém finaliza reafirmando: “Quem repudia a própria mulher e casa com outra, comete adultério e o mesmo acontece com a mulher”.

Todo seguidor de Jesus deve saber que o casamento é um Sacramento santo e indissolúvel porque, na união matrimonial, Deus esta presente. Por isso, Jesus afirma: “Não separe o homem o que Deus uniu!”  

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