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sábado, 16 de março de 2019

“ESTE É O MEU FILHO, O ESCOLHIDO. ESCUTAI O QUE ELE DIZ!”-Olívia Coutinho

“ESTE É O MEU FILHO, O ESCOLHIDO. ESCUTAI O QUE ELE DIZ!”

2º DOMINGO DA QUARESMA

Dia 17 de Março de 2019

Evangelho de Lc9,28b-36

Estamos no segundo Domingo da quaresma, nos preparando para vivermos de maneira intensa, alegre, a  Páscoa do Senhor Jesus!
Este tempo reflexivo, nos sugere um retiro interior, um aprofundamento no mistério do amor do Pai, bebendo da água viva que jorra do coração misericordioso do seu Filho Jesus! 
Enxertados em Jesus, não vamos encontrar dificuldades em viver a nossa realidade dentro do plano de Deus, no respeito e no cuidado com o que lhe é de mais precioso: a vida humana!
Junto com a Quaresma, a Igreja nos apresenta a Campanha da Fraternidade, com suas preocupações e desafios: “FRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS.” Lema: “SERÁS LIBERTADO PELO DIREITO E PELA JUSTIÇA.” Is1,27. É a Igreja, no Brasil, mais uma vez, nos convidando a seguir o exemplo de Jesus no cuidado com a vida em toda sua dimensão!
Como seguidores de Jesus, não podemos cruzar os braços diante o sofrimento de  tantos irmãos, que ainda não tem elementos básicos para viverem com dignidade.
É  importante conscientizarmos: há  uma pequena diferença, entre matar ou deixar morrer. Quando nos omitimos, calando diante as injustiças sociais porque temos recursos próprios para a nossa subsistência, estamos deixando alguém morrer, os  que não tem voz, que dependem dos recursos públicos para sobreviverem, como saúde, educação, o direito a uma vida digna. 
Na liturgia deste tempo da Quaresma, há sempre um apelo de conversão, a conversão nos abre à luz de Cristo, nos tira da escuridão das trevas, nos fazendo  enxergar e desmascarar aa estruturas de morte, os projetos que mantém o povo às margens da sociedade. 
Quando deixamos nos iluminar pela Luz de Cristo, tornamos uma luz peregrina, a iluminar as situações de trevas que vamos encontrando pelo o caminho e que devem ser dissipadas.
Em muitas situações, ser luz, pode implicar em grandes riscos, porém, o pior de todos os riscos, é o  de não aceitarmos o desafio de ser luz, o que pode nos condenar à pior de todas as trevas: estar longe de Jesus!
Aproveitemos, pois, este tempo precioso para revisar o quanto há de luz e o quanto há de sombras em nossa vida!
Somos filhos amados de Deus, que mais uma vez, deseja percorrer o caminho que Jesus percorreu, atualizando esta caminhada no contexto do mundo de hoje.
O Evangelho que a liturgia deste Domingo nos convida a refletir, nos fala da belíssima cena da transfiguração de Jesus!
“Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante.” 
No ato da  transfiguração, Pedro, Tiago e João, puderam visualizar o encontro de Jesus com o Pai. A partir de então, estes três discípulos, que andavam tristes com as últimas revelações de Jesus, quanto ao desfecho trágico de sua trajetória terrena, recobraram a alegria, pois diante de Jesus transfigurado, eles tiveram a certeza de que a vida e a ação Jesus, não terminariam com a sua morte. 
Pedro Tiago e João, tiveram a alegria de testemunhar a glória de Jesus junto ao Pai, um testemunho, que eles deveriam guardar, e que, por exigência de Jesus, só deveria ser revelado aos outros discípulos, logo após a sua morte, o que seria um grande consolo para eles: saber que a morte de Jesus, não poria fim no relacionamento deles.
Assim como Pedro desejou construir três tendas para que eles pudessem ficar no alto da montanha com Jesus, longe dos perigos e sem precisar batalhar a vida, nós também, certamente, desejaríamos o mesmo! Essa,  pode ser a nossa grande tentação nos dias de hoje: querer  buscar a nossa comodidade, o nosso bem estar, sem pensar na necessidade do outro. 
Rezar, ouvir e meditar a palavra de Deus, o agrada muito, mas Ele quer que façamos muito mais, Deus quer que desçamos do alto da “montanha”, que voltemos à planície, pois é aqui, neste chão duro, que Ele quer contar conosco, na construção de um mundo melhor, no amparo a tantos irmãos, desfigurados, vítimas das injustiças sociais que os impede de terem uma vida digna.
Precisamos sair de nossas tendas, abrir mão da nossa zona de conforto, descruzar os nossos braços, desvendar os nossos olhos e nos por à caminho, afinal, há muito o que fazer neste mundo tão desigual, um mundo, que a cada dia vai perdendo de vista, o horizonte da paz.
A transfiguração de Jesus, testemunhada por Pedro Tiago e João, trouxe-nos a certeza, de que há uma vida melhor por vir!
Este episódio deve nos animar, afinal, foi transfigurado, que Jesus nos mostrou o lado positivo da cruz! Estejamos certos: A cruz não é sinal de morte, e sim, um sinal de vida, da vitória da vida sobre a morte!
Conduzidos por Jesus não haveremos de temer a cruz, pois com Ele, estaremos seguros, cientes de que a cruz, não será definitiva na nossa vida, como não foi definitiva na vida Dele.
Não deixemos que os ventos contrários, apaguem o brilho do rosto transfigurado de Jesus refletido no rosto de cada irmão que ajudamos, cultivemos este brilho, na certeza, de que ele será o farol, que irá clarear a nossa passagem pelos os túneis escuros de nossas vidas.
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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