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terça-feira, 26 de março de 2019

4o Domingo da Quaresma-Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados

31/março/2019 – 4o Domingo da Quaresma

Evangelho: (Lc 15, 1-3.11-32)

Disse Jesus: “Um homem tinha dois filhos. O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Depois de alguns dias, partiu para uma terra distante. Lá dissipou os seus bens numa vida desenfreada. [...]  Foi pedir serviço a um homem do lugar que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. [...] Ele caiu em si e disse: [...] irei para meu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou [...] Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos, [...] Este meu filho estava morto e tornou viver, estava perdido e foi encontrado. E começaram a festa.

COMENTÁRIO

Hoje é Domingo, dia do Senhor e aqui estamos para juntos, vivermos sua Palavra. Já estamos, praticamente, na metade do período da quaresma. Mais três semanas e comemoraremos o dia da salvação.

O Domingo de Páscoa é o grande dia para o cristão, o grande dia para a humanidade. O Pai, como prova de seu infinito amor, entregou seu próprio Filho para nos salvar. O Filho, vencendo a morte, voltou ao Pai e tornou real o seu sonho de reconciliação.

Bastou ter de volta um único filho para o pai fazer uma grande festa, imagine então como será a festa para receber seus milhares de filhos. Mais que uma túnica, mais que um anel e uma sandália, vai receber amor e carinho o filho que se arrepender, pedir perdão e voltar. Será recebido de braços abertos e com muita alegria.

Os fariseus e os mestres da lei viviam observando e seguindo os passos de Jesus, para poder acusá-lo. Para não fugir da rotina, no episódio de hoje, eles criticam Jesus por acolher pecadores e por comer com eles.

Para explicar porque veio, e para demonstrar a infinita misericórdia de Deus, Jesus conta a mais bela e comovente parábola de todo evangelho. Apesar de chamar-se a parábola do filho pródigo, nós não vamos analisar o comportamento do filho, mas sim a atitude do Pai. Esta passagem devia chamar-se a parábola do Pai misericordioso.

O filho mais novo representa cada um de nós, assim como, o comportamento do irmão mais velho tem tudo a ver com o nosso modo de ser. Somos humanos e por isso, chegamos até achar normal sua reação. No entanto, é quase impossível entendermos o amor desse Pai logrado, ludibriado pelo próprio filho.

Receber o filho sem um belo sermão? Sem exigir desculpas e sem pedir de volta tudo aquilo que levou? O Pai nem de longe se preocupou com essas coisas. Sua única preocupação era com o bem-estar daquele filho desmiolado que partiu, esbanjou a sua herança e caiu na miséria.

Quando o jovem não tinha mais nada, quando nem sequer um centavo lhe sobrara, foi cuidar de porcos. Essa era uma das mais humilhantes ocupações daquele tempo, pois o porco era considerado um animal impuro. Aos pecadores, aos miseráveis e marginalizados, era reservada a tarefa de cuidar dos porcos.

Diariamente o Pai ia esperá-lo. Sonhava poder revê-lo e apertá-lo junto ao peito. Olhava ao longe sem perder a esperança de reencontrar seu filho, até que finalmente o avistou. O jovem deveria estar malcheiroso, sujo e suado da viagem. Nem por isso o Pai deixou de correr ao seu encontro e recebê-lo com beijos e abraços.

Um Pai misericordioso e cheio de bondade que, diante das primeiras palavras, diante do primeiro sinal de arrependimento do filho… perdoou. Era tudo o que queria. Seu filho arrependido estava ali, em seus braços. Gratuitamente, numa demonstração de extremo amor, acolheu aquele que estava perdido e fora encontrado, que estava morto e revivera.

Veja que boa notícia: apesar dos pecados que nos tornam sujos e malcheirosos, Deus Pai nos ama e, de braços abertos, espera pacientemente por você e por mim. Basta o arrependimento e o desejo de aproximação para participar da Grande Festa que Ele preparou.

Além de túnica, sandália e anel, milhares de abraços e beijos estão reservados para quem seguir o exemplo desse jovem e pedir perdão e que, a exemplo do Pai, também souber amar e perdoar.
(1534)


Um comentário:

  1. Sempre maravilhosas suas reflexões, Jorge, sempre o admirei. Suas reflexões são parâmetros para todos.

    Maria de lourdes

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