30 Março
2019
Lectio
Primeira leitura: Oseias 6, 1-6
Primeira leitura: Oseias 6, 1-6
1 «Vinde, voltemos para o Senhor; Ele
feriu-nos, Ele nos curará; Ele fez a ferida, Ele dará o penso. 2 Der-nos-e de
novo a vida em dois dias, ao terceiro dia nos levantará, e viveremos na sua
presença. 3 Conheçamos, esforcemo-nos por conhecer o Senhor; iminente, como a
aurora, está a sua vinda; Ele virá para nós como a chuva, como a chuva da
Primavera que irriga a terra.» 4Que posso fazer por ti, ó Efraim? Que posso
fazer por ti, ó Judá? O vosso amor é como a nuvem da manhã, como o orvalho
matutino que logo se dissipa. 5 Por isso os castiguei duramente pelos profetas,
e os matei pelas palavras da minha boca, e o meu julgamento resplandece como a
luz
6 Porque Eu quero a misericórdia e não os
sacrifícios, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos.
São muitas as desgraças que afectam o povo de
Deus. Israel e Judá estão em guerra. A aliança com a Assíria levou à perda das
regiões setentrionais de Israel, no ano 732 a. C. No contexto de um acto
litúrgico penitencial, o profeta avisa o povo: tudo isto se deve ao afastamento
de Deus, a um culto meramente formal e vazio de amor. E clama: há que estar
alerta, há que converter-se, pois já se divisa no horizonte o dia do castigo
messiânico (Os 5, 9).
Com uma imagem frequente na Sagrada Escritura,
o povo reconhece estar doente (Os 5, 13) e invoca a Deus como único médico
capaz de curar a ferida que Ele mesmo provocou em vista da correcção (v. 1).
Deus é o Senhor da história. Sabe que o arrependimento do povo é interessado
(v. 3) e efémero (v. 4). Mas não se cansa de chamar à conversão. A sua palavra
é uma espada que fere para curar. Pede amor e não holocaustos (v. 6), confiança
e não simples actos de culto, ainda por cima praticados com hipocrisia.
Evangelho: Lucas 18, 9-14
Naquele tempo, Jesus Disse também a seguinte
parábola, a respeito de alguns que confiavam muito em si mesmos, tendo-se por
justos e desprezando os demais: 10 «Dois homens subiram ao templo para orar: um
era fariseu e o outro, cobrador de impostos. 110 fariseu, de pé, fazia
interiormente esta oração: 'á Deus, dou-te graças por não ser como o resto dos
homens, que são ladrões, injustos, adúlteros; nem como este cobrador de
impostos. 12 Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto
possuo.' 130 cobrador de impostos, mantendo-se à distância, nem sequer ousava
levantar os olhos ao céu; mas batia no peito, dizendo: 'á Deus, tem piedade de
mim, que sou pecador.' 14Digo-vos: Este voltou justificado para sua casa, e o
outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha
será exaltado. »
No contexto da subida a Jerusalém, Jesus vai
apresentando as exigências para a entrada no Reino. A página que hoje escutamos
apresenta-nos duas personagens em oração. O seu modo de rezar revela o seu modo
de viver e de se relacionar com Deus e com os outros. O fariseu realça os seus
méritos e julga-se credor diante de Deus. No fundo, não precisa d ' Ele, ainda
que formalmente lhe agradeça tê-lo feito tão perfeito. Mais ainda: a sua
justiça leva-o a julgar impiedosamente os outros. O excesso de autoestima e de
autoconfiança levam-no a desprezar os outros (v. 11). O publicano, pelo
contrário, consciente dos seus pecados, tudo espera da misericórdia de Deus.
Vergado pelos seus pecados, está lançado para o céu. Batendo com a mão no
peito, bate à porta do Reino, que lhe é aberta.
Meditatio
A parábola que o evangelho hoje nos apresenta
é um verdadeiro dom de Deus, particularmente no tempo da Quaresma que estamos a
viver. Com efeito, pode assaltar-nos a tentação de pensarmos que, com as
práticas penitenciais que nos propusemos, e vamos praticando, somos melhores
que os outros. Ceder a esta tentação, seria arruinar todo o bem que, com a
graça do Senhor (é bom sempre lembrá-lo!), temos praticado.
«Quero a misericórdia e não os sacrifícios, o
conhecimento de Deus mais que os haocsastos», diz-nos o Senhor pela boca de
Oseias. Conhecer a Deus, e conhecernos a nós mesmos em Deus, é o caminho da
sabedoria e da vida. Foi o caminho que os santos de todos os tempos
percorreram: «Que Te conheça, que eu me conheça», pedia Santo Agostinho. Quem
somos nós, sem Deus? Somos certamente pecadores, cheios de orgulho e cheios de
desprezo pelos outros; somos prisioneiros do nosso egoísmo e do nosso pecado.
Quem somos nós com Deus? Somos ainda pecadores, mas pecadores que sabem que a
experiência de pecado pode tornar-se o lugar em que Deus, o Misericordioso, nos
revela o seu rosto.
Um excelente exercício para a nossa Quaresma
consistirá em unir-nos à misericórdia de Deus, revelada em Jesus Cristo, que
aceitou ser contado entre os pecadores, que carregou sobre Si as culpas de
todos, e aceitou morrer para nossa salvação. Por isso, não só não se separou
dos pecadores, mas aceitou conviver com eles, para a todos revelar o amor
misericordioso do Pai. Cada cristão há-de continuar a ser sinal desse amor
misericordioso junto dos irmãos, particularmente daqueles que nos parecem
maiores pecadores. Tudo o mais que fizermos, jejuns, orações, esmolas, ou
outras penitências, deve ser oferecido pelos nossos próprios pecados. Se nos julgamos
mais perto de Deus, devemos prová-lo a nós mesmos com uma proximidade maior
junto dos outros, uma proximidade permeada de misericórdia e de amor fraterno,
de amor oblativo.
Jesus aproxima-Se das pessoas com muita
compreensão, com doçura e humildade. Ama as pessoas, como nos demonstra também
na parábola do pai bom e do filho pródigo. As palavras do pai não são um
sermão, não avançam queixas e muito menos acusações. Não é um debate e, muito
menos, uma polémica. À humilde confissão do filho: "Pai, pequei contra o
céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filhd' (Lc 15, 21), o pai
responde beijando-o e abraçando-o; apenas fala com o seu amor: "Depressa,
trazei o vestido mais belo e vesti-lho, ponde-lhe o anel no dedo e sandálias
nos pés. Trazei o vitelo gordo, matai-o, comamo-lo e façamos festa ... "
(Lc 15, 22-23).
É este o modo como também havemos de actuar
com os nossos irmãos, mesmo com aqueles de quem tenhamos alguma queixa.
Oratio
Senhor, ajuda-me a libertar-me das máscaras
com que tento esconder a pobreza do meu ser, a mesquinhez do meu coração, a
dureza dos meus preconceitos. Sinto-me realmente doente, carecido de salvação.
Sinto-me, também eu, fariseu. Mas não consigo esconder-Te a minha verdade: tu
sabes que o meu coração não é puro, que a minha vida não é santa, que, muitas
vezes, julgo, desprezo e condeno os outros, tentando justificar-me com obras
que são só aparência. A tua graça faz-me, hoje, tomar consciência de tudo isso,
e faz-me experimentar um enorme vazio dentro de mim. Como o publicano da
parábola, dobro-me a teus pés e digo: «tem piedade de mim, q
ue sou pecador». Sei que, também a mim, queres dar a graça de reconhecer a minha humildade, e de experimentar a tua misericórdia imensamente maior que os meus preconceitos e os meus pecados. Por isso, Te digo: Senhor, se quiseres, podes curar-me. Amen.
ue sou pecador». Sei que, também a mim, queres dar a graça de reconhecer a minha humildade, e de experimentar a tua misericórdia imensamente maior que os meus preconceitos e os meus pecados. Por isso, Te digo: Senhor, se quiseres, podes curar-me. Amen.
Contemplatio
Mesererel... Não sentimos a necessidade de
implorar a misericórdia divina, quando pensamos nas nossas faltas e em toda a
indiferença e ingratidão que mostrámos ... para com o Sagrado Coração de Jesus?
Se a nossa vida foi daquelas que se dizem
piedosas, acautelemo-nos para não nos envaidecermos como o Fariseu, imitemos
antes a humildade do Publicano, porque, se fizemos pouco mal, acaso fizemos
todo o bem que Nosso Senhor esperava de nós?
Não temos de tremer ao examinarmos a proporção
entre as graças recebidas e o pouco fruto que delas tirámos?
O livro da Imitação pede-nos a extirpação de
um defeito por ano, chegámos aí? Pensemos também na tibieza de tantas almas que
provocam os vómitos de Nosso Senhor; pensemos nos pecados que mais ferem o seu
Coração, os do povo escolhido, os dos culpados que escandalizam as crianças. O
nosso acto de desagravo hoje deve ser incessante por todos estes pecados ...
(leão Dehon, OSP 4, p.603).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Tem piedade de mim, que sou pecador» (Lc 18,
13).
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que perde um pouco do seu tempo em refletir passando os seus ponto de vista que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos nós. Abraço.
ResponderExcluirObrigado Senhor, obrigado Dehonianos !!!
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