8 de Novembro - Terça
- Evangelho - Lc 17,7-10
Bom dia!
Temos a impressão nesse evangelho que nosso trabalho, nossa labuta
e esforço não são reconhecidos por esse Senhor que chega, come, não agradece e
vai embora sem se despedir, mas reparem que o servo que esta servindo é aquele
que irá em breve lavar os pés dos seus e mesmo assim irá terminar numa cruz.
Já notaram como tratamos Jesus? Parecemos esse senhor que se
aproxima, exige milagres, favores, olhares, mas ao fim não agradece, não
permanece fiel, não muda! Na primeira vez que lemos temos o olhar de Deus como
mestre, mas o que vemos hoje é um mundo preso a religiões e praticas que serão
populares se Deus for funcionário dos seus seguidores…
É triste, mas é verdade!
Desde aquela época Jesus era amado e idolatrado, pois trazia não
somente a Boa Nova, mas por trazer alivio as dores e mazelas daqueles que o
cercavam. Seu manto era tocado, sua sombra era disputada, sua atenção era
preciosa… Mas quando teve que ir para cruz teve que enfrentar a solidão, o
descaso e a ingratidão até mesmo dos seus. O engraçado é o gesto nobre do
Senhor, que mesmo prevendo tudo isso diz: “(…) Por acaso o empregado merece
agradecimento porque obedeceu às suas ordens”?
Se voltarmos o nosso olhar para muitas (e nossas também)
comunidades veremos o que? Ministros de música que querem receber pagamento pra
tocar nas missas; veremos alguns pregadores profissionais que esquecem que o
Apóstolo Paulo tecia tendas para se sustentar e defendia que as pessoas
deveriam somente comer se trabalhassem.
“(…) Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, e sua
mulher Priscila. Eles pouco antes haviam chegado da Itália, por Cláudio ter
decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo uniu-se a eles. Como
exercessem o mesmo ofício, morava e trabalhava com eles. Eram fabricantes de
tendas”. (Atos dos Apóstolos 18, 2-3)
Acho estranha essa inversão de valores que meio nos assola e
atormenta. Ministros, padres, lideranças que se acham mais importantes que o
próprio Deus que se faz pão; Quando minha vaidade é tão grande que o microfone
não abaixa do 12; quando minhas homilias mais são ataques e desabafos a aqueles
que não gosto ou aturo… E no meio disso um povo sem saber o que esta
acontecendo…
Chato ver pessoas que acreditam em Deus brigar, sendo elas da mesma
ou de outra religião. Será quem é o Senhor? Quem é o servo? Estamos
confundindo?
Pastores enriquecendo e pedindo que as “ovelhas” abdiquem do
dinheiro, do que é material, (…) é meio contra-senso, não acham? Ver pessoas
saindo da comunidade por dificuldade com os irmãos também é. Qual é nossa
função então? “(…) Prepare o jantar para mim, ponha o avental e me sirva
enquanto eu como e bebo. Depois você pode comer e beber”.
Façamos nossa função. Exerçamos nosso ministério com respeito e
afinco. Não percamos ninguém por nossas diferenças. Façamos realmente o que
Deus quer.
Um imenso abraço fraterno.
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