14º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Dia
05 de Julho de 2015
Evangelho
de Mc 6-1-6
O
caminho do profeta é um caminho marcado pela perseguição, pela rejeição e
até mesmo pela incompreensão das pessoas que fazem parte do seu convívio! Jesus,
o profeta Maior de todos os tempos, passou por esta experiência, além de
rejeitado pelas autoridades políticas e religiosas, foi também rejeitado pelos
seus conterrâneos.
O
evangelho que a liturgia de hoje coloca diante de nós, nos trás uma
amostra dos desafios enfrentados pelos profetas de ontem e que os
profetas de hoje continuam enfrentando!
A
cruz é certeira no caminho do profeta, pois são muitos os que tentam
calar a sua voz, o que é impossível, pois nem a morte consegue
calar a voz do profeta, é justamente depois da morte do profeta, que as
suas palavras, passam a ressoar com mais força ainda no
coração do povo!
O
evangelho deste domingo, nos fala do retorno de Jesus à sua
cidade de origem: Nazaré. Lá, Ele experimentou no corpo e na alma a
dor da rejeição, uma dor, que certamente doeu mais forte ainda, por
partir dos seus próprios conterrâneos, àqueles que deveriam ser os primeiros a
acolhê-Lo.
Antes
de saber que Jesus era o enviado de Deus, o povo ficou maravilhado com as
palavras de Jesus, mas quando a identidade do Messias anunciado pelos profetas
foi se revelando na sua pessoa, a admiração pelas palavras de Jesus, caiu
por terra! Aqueles, que esperavam por um Messias extraordinário,
triunfalista, que fosse defender os seus interesses, não quiseram aceitar um
Messias de origem simples, que tinha o olhar voltado para os pequenos, os
pobres, os marginalizados. Julgando conhecer Jesus, isto é: conhece-lo
pela sua condição social, eles recusaram a aprofundar no mistério
de Deus, ficaram somente no superficial, o mais importante, estava longe de ser
percebido por eles: o Rosto humano do Pai, se revelando no filho de um
carpinteiro!
Os
compatriotas de Jesus, tiveram nas mãos, a chave da felicidade, mas não
se deram conta desta preciosidade, e assim, eles desperdiçaram a graça de Deus!
Ali, Jesus não pode realizar muitos milagres, não por retaliação, mas
pela falta de fé daquele povo.
Será
que nós também, não temos atitudes semelhantes as atitudes dos conterrâneos de
Jesus? Será que estamos aceitando o recado de Deus, que chega até a nós por
meio das pessoas simples?
Dificilmente
reconhecemos a sabedoria presente nas pessoas simples, temos a tendência
de acreditar somente nas palavras retóricas das pessoas de alto
"nível intelectual", com isso, deixamos escapar as mensagens que Deus
quer nos passar, através dos pequenos, dos simples!
É
importante lembrarmos, que Jesus, o Mestre de todos os mestres, o profeta Maior
de todos os tempos, serviu-se de meios humanos bem simples para anunciar o
reino de Deus!
Ainda
hoje, a humanidade continua dividida, uns acolhe a voz do
profeta e se dispõe a mudar de vida, outros ignoram a sua fala,
preferindo continuar na escravidão do pecado.
A
rejeição à Jesus, não interrompeu o anúncio do Reino, que continua
através dos incansáveis profetas de hoje, homens e mulheres que se embrenham
pelo caminho da cruz, dispostos a dar a vida se preciso for, pela causa do
Reino.
Finalizando
esta reflexão, vou contar um pequeno fato que pode retratar o não
reconhecimento de um profeta no meio em que vive: Em uma comunidade, as
pessoas se reuniam uma vez por semana, para um encontro de reflexão.
Nestes encontros, lia-se uma mensagem, cujo nome do autor não era revelado. A
mensagem era bem acolhida por todos. Seu conteúdo levava a crer que eram
escritos por alguém de grande sabedoria. Até que um dia, o povo
descobriu quem era o autor de tais maravilhas: se tratava de um
simples jardineiro, um grande observador da natureza, suas mensagens tinham
como finalidade conscientizar o povo da importância da preservação da
natureza. A partir de então, tais mensagens passaram a não ter o
mesmo valor para o povo, pelo simples fato de serem escritas por
uma pessoa humilde.
FIQUE
NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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