01 - Sábado - Evangelho - Mt 14,1-12
No texto de hoje nos deparamos com as circunstâncias da morte de João
Batista. Ele havia denunciado ao tetrarca Herodes a imoralidade que ele estava
cometendo ao coabitar com Herodíades, a mulher do seu irmão. Por um lado está a
mulher furiosa, que se enche de ódio contra João Batista e queria vê-lo morto
por causa das denúncias.
Por outro lado, Herodes tinha que decidir entre arrepender-se do
que fazia e separar-se de Herodíades; continuar na situação em que se
encontrava e sofrer crescente oposição do povo em seguida à denúncia de João
Batista; ou ainda silenciá-lo de alguma forma.
Das três opções, influenciado por Herodíades, Herodes decidiu pela
terceira, mas hesitava em matá-lo, porque sabia que João era um homem de bem,
justo e santo, e respeitado pelo povo. Mandou, portanto, que fosse amarrado e
colocado na prisão.
Quantas vezes, seguindo um caminho mau, somos alertados por alguém
e temos a oportunidade de nos corrigir, mas preferimos continuar no pecado.
Quantos pecadores são alertados pela pregação do Evangelho, e, ao invés de se
converterem, eles se voltam contra a pessoa que lhe corrige e o próprio
Evangelho, tornando-se inimigos de Cristo. Com isto eles pensam ganhar algum
prazer nesta vida, mas perdem a vida eterna, permanecendo na condenação de Deus
para sempre.
Não é fácil deixar uma situação de pecado, que nos agrada, para
endireitar a nossa vida. Foi o que aconteceu com Herodes. Preferiu cometer uma
grande injustiça, aprisionando João Batista para agradar Herodíades e abafar a
sua própria consciência.
O dia do aniversário de Herodes foi celebrado com uma festa (só
lemos de outra festa de aniversário na Bíblia, esta celebrada por Faraó –
Gênesis 40:20). Foi quando ele cometeu outro grande erro. A filha de
Herodíades, sobrinha de Herodes, dançou durante a festa. Seu nome não é
mencionado na Bíblia, mas segundo a história profana ela era Salomé, que se
casou mais tarde com outro tio, Filipe o tetrarca da Ituréia (Lucas 3:1). Ela
dançou tão bem que agradou muito Herodes e os seus convidados. Para
recompensá-la, Herodes lhe prometeu, com juramento, que lhe daria tudo o que
pedisse, até a metade do seu reino (Marcos 6:23). Era uma promessa solene, e
Salomé foi consultar a sua mãe sobre o que deveria pedir. Herodes era poderoso
e rico, e as possibilidades eram muitas. Mas Herodíades estava focalizada em
uma coisa só: João Batista tinha que morrer. Surgiu agora a oportunidade de
conseguí-lo através da sua filha. Para a aflição de Herodes, sua sobrinha,
instruída por sua mãe, pediu: “Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista.”
Herodes havia feito um juramento, e os que estavam à mesa com ele eram
testemunhas, portanto ele tinha que ser cumprido. Ninguém daria o valor de
metade do seu reino à cabeça de João Batista: só mesmo Herodíades.
Na verdade não foi um triste fim para João Batista. Segundo o plano
de Deus ele havia cumprido brilhantemente a sua missão, e havia agora chegado a
hora dos seus discípulos se reunirem junto com os discípulos do Senhor Jesus,
para aprenderem com Ele a arte de ser fiel a missão a nós confiada. Que o
senhor te dê esta graça da fidelidade e de derramar o teu sangue se tal for
necessário como fez João Batista em prol da verdade, da justiça e do amor de
Deus!
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