30- de julho- Quinta - Evangelho - Mt 13,47-53
Com esta parábola da rede lançada ao mar, Mateus encerra sua
coletânea de dez parábolas apresentadas como um discurso de Jesus. Há bastante
semelhança com a explicação da parábola do trigo e do joio. Esta curta parábola
da rede refere-se ao juízo final, conforme a breve explicação que a segue. Os
pescadores que separam os bons dos maus certamente não são os evangelizadores,
mas os anjos, no fim do mundo, sob o critério de Deus. “Assim será no fim do
mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos e os arrojarão na
fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes.”
Para aqueles e aquelas que afirmam que o inferno
é aqui mesmo, aí está a afirmação de Jesus. O inferno existe. E se somos
cristãos, temos de acreditar nas palavras de Jesus, e procurar seguir os seus
ensinamentos. Ontem Jesus nos falou da ressurreição, hoje nos fala do inferno e
da vida eterna. E tudo isso não foi inventado pela Igreja como alguns pensam. É
o próprio Jesus que nos anuncia. E a vida eterna ou “reino dos céus é
semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie.
Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam
nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta.”
O nosso futuro está sendo traçado nos passos que estamos dando
agora. Ou seja, o que acontecerá naquele dia do juízo final, depende do que
estamos fazendo ou deixando de fazer neste instante e nos instantes seguintes
da nossa vida. Será muito bom para a nossa alma se fizermos parte daqueles
considerados bons. Por isso vamos fazer o possível e o impossível para não
sermos jogados fora, porque “assim será no fim do mundo: os anjos virão separar
os maus do meio dos justos”
Reparou que esta parábola é bem parecida com a explicação da
parábola do trigo e do joio? Trata-se, portanto, de uma parábola do gênero
escatológico-apocalíptico do judaísmo no tempo de Jesus. É exclusiva do autor
deste Evangelho, e a expressão “choro e ranger de dentes” é a referência direta
ao inferno. A referência final ao escriba pode ser uma auto-apresentação do
evangelista como sendo este escriba que se tornou discípulo merecedor da vida
eterna ou do Reino de Deus.
No reino de Deus, como diz Jesus, as coisas velhas se confundem com
as novas e só um perito espiritual poderá nos ajudar a fazer o discernimento.
Dentro de nós há o velho e o novo, o bom e o ruim. A “cirurgia plástica” da
nossa alma só quem pode realizar é o Espírito Santo. Deus Pai que é o Oleiro é
quem poderá nos ajudar pelo poder do Seu Espírito a despojar-nos de tudo que é
inútil e está apodrecendo dentro de nós. Só Ele tem o poder de fazer valer em
nós, os sentimentos que são oriundos do Seu coração e nos trazem a felicidade,
a concórdia e o amor. Por isso, o reino de Deus requer de nós paciência e
esmero a fim de que, gradualmente, possamos deixar com que o Senhor nos
transforme no modelo que Ele projetou para nós. Precisamos, então, ter
consciência de que antes que chegue o fim dos tempos nós poderemos nos deixar
esclarecer pelo Espírito que há em nós. Reflita – Você tem buscado o auxílio de
Deus para suas dificuldades? – Você percebe as coisas boas e más que estão
dentro do seu coração? – Você acha que Deus tem poder para transformar você num
vaso novo?
Pai, concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se
constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final.
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