Sexta-feira, 17 de Julho de 2015
Aleixo
Êxodo 11,10–12,14: Matarão um cordeiro ao anoitecer
Salmo 115: Cumprirei minhas promessas ao Senhor
Mateus 12,1-8: O Filho do homem é Senhor também do sábado.
1 Atravessava Jesus os campos de trigo num dia
de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para
comê-las. 2 Vendo
isto, os fariseus disseram-lhe: Eis que teus discípulos fazem o que é proibido
no dia de sábado. 3 Jesus
respondeu-lhes: Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus
companheiros, 4 como
entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem
àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos
sacerdotes. 5 Não
lestes na lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o
descanso do sábado e não se tornam culpados? 6 Ora,
eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. 7 Se
compreendêsseis o sentido destas palavras: Quero a misericórdia e não o
sacrifício... não condenaríeis os inocentes. 8 Porque
o Filho do Homem é senhor também do sábado.
COMENTÁRIO
A passagem sublinha a tensão existente entre Jesus e seus seguidores
com os fariseus e mestres da lei. O ponto de ruptura é a importância do sábado.
Sabemos que para os judeus o sábado é um dia sagrado. Nele não se pode realizar
nenhuma atividade material. Está totalmente dedicado ao descanso e ao culto a
Javé na sinagoga. Contudo, os discípulos sentem fome e cortam trigo para comer;
os fariseus se escandalizam de tal atividade que rompe com a lei; Jesus
responde fundamentado nas escrituras. Finalmente, o Mestre coloca ênfase na
misericórdia acima do culto. Não é Jesus que anula o sábado. Ele coloca o ser
humano acima da lei e do culto. Pois tanto a lei como o culto e as instituições
devem estar a serviço das necessidades das pessoas. Não há dúvida que o descanso
sabático havia sido instituído para garantir o justo descanso dos
trabalhadores, das mulheres, dos escravos, dos animais e da terra. Jesus não
anula o sábado, mas recupera seu verdadeiro significado: garantir a justiça, a
misericórdia e o direito como aspectos importantes para a convivência humana.
Olhemos ao nosso redor. Muitas normas, instituições, costumes nos escravizam
nos tiram a liberdade de filhos de Deus garantida por Jesus. Inclusive em nível
eclesial há tradições e normas que não estão fundamentadas no evangelho e são
instrumentos de opressão e desumanização. Recordemos, uma vez mais, que o
fundamento de nossa fé é Jesus Cristo, e ele nos libertou de toda opressão que
atenta contra nossa dignidade.
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