19- de
julho- DOMINGO - Evangelho - Mc 6,30-34
Eram
como ovelhas sem pastor.
O
Evangelho de hoje começa com o amável convite de Jesus aos Apóstolos, que
acabavam de chegar da sua missão apostólica, satisfeitos e cansados: “Vinde
sozinhos para um lugar deserto e descansemos um pouco”.
Entretanto,
o povo descobriu para onde iam, e foi a pé, por terra. Assim, quando chegaram,
encontraram uma multidão os esperando! Jesus “teve compaixão, porque eram como
ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas”.
É
interessante o modo de Jesus se relacionar com a multidão. Ele disse uma vez:
“Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,14). Jesus evitava
aquele messianismo político, pelo qual os seus contemporâneos judeus ansiavam.
Evitava também o sectarismo gregário de massa. O seu contato era personalizado,
dando origem ao Povo de Deus, ou à Comunidade cristã, na qual todos se conhecem
e se amam, assim como o pastor conhece suas ovelhas.
“Foi
vontade de Deus santificar e salvar os homens, não isoladamente e sem conexão
alguma de uns com os outros, mas constituindo um Povo, que o confessasse em
verdade e o servisse em santidade” (Concílio Vat. II, LG, 9).
Os
primeiros cristãos entenderam bem essa lição e se uniam em Comunidades, onde
viviam unidos como irmãos, tendo um só coração e uma só alma. Hoje a Igreja,
pelo fato de ter milhões de membros, pode dar a impressão de ser massa. Mas não
é. É só observar as nossas paróquias e Comunidades.
Várias
vezes os evangelistas escrevem que Jesus sentiu compaixão. Ele tinha dó das
pessoas carentes, das que sofriam, e aqui, das que estavam como ovelhas sem
pastor. E ele não parava só no sentimento de compaixão, mas fazia o que ele
podia pelo povo.
Jesus
não possuía nada, não tinha nem onde reclinar a cabeça. Mesmo assim, não se
preocupava consigo mesmo, mas com os outros. Quantos cristãos e cristãs têm
esse mesmo coração! É deles que nascem as diversas pastorais e as atividades
missionárias das Comunidades. Quando sentimos compaixão, e rezamos, Deus nos
indica algum caminho.
Que
bom seria se nós, ao nos depararmos com situações de carência, material ou
espiritual, sentíssemos compaixão, uma compaixão ativa que se transforma depois
em ação!
Certa
vez, um homem terminou de construir a sua casa. Ficou linda. Ele a mobiliou com
móveis novos, todos no mesmo estilo.
Então
convidou um amigo para almoçar com ele e ver a casa. Terminada a refeição,
mostrou toda a casa para o amigo, depois perguntou: “Falta alguma coisa? Pode
dizer sem acanhamento, que vou comprar hoje mesmo”.
O
amigo criou coragem e falou: “Eu sinto que está faltando Deus na sua casa!” O
dono da casa se surpreendeu, porque não havia pensado nesse componente da casa.
E ficou perdido, confuso, sem saber o que fazer, pois Deus não dá para se
comprar!
Quantas
casas hoje são assim: têm tudo, menos o principal que é Deus. Que sintamos
compaixão, uma compaixão ativa, como fez o visitante da nova casa. “O que
adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si
mesmo?” (Lc 9,25).
Maria
Santíssima foi uma mulher ativa na luta pelo bem do povo. Vemos os seus anseios
expressos no magnificat, e levados à ação nas bodas de Caná, ao pé da cruz, no
Cenáculo etc. Santa Mãe Maria, o povo continua como ovelhas sem pastor; dai-nos
um coração semelhante ao vosso!
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