23- de
julho- Quinta - Evangelho - Mt 13,10-17
Padre
Antonio Queiroz
A
vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus.
Neste
Evangelho, Jesus nos faz um forte apelo a nos abrirmos à sua Palavra. E ele
explica por que muitos não o entendem; é porque o coração deles se tornou
insensível, ouvem com má vontade, fecham os olhos para não ver e os ouvidos
para não ouvir, e assim não se convertem nem se salvam.
Em
outras palavras, Jesus fala que a nossa abertura do coração, isto é, a nossa
boa vontade, influi, e muito, no nosso entendimento da Palavra de Deus.
Na
parábola do semeador, ele fala a mesma coisa usando a figura do semeador.
Muitos corações são como terreno de beira de estrada, ou pedregoso, onde a
semente não nasce, ou se nasce não produz fruto.
A
afirmação de Jesus: “À pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em
abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem”
significa que quem é aberto à Palavra de Deus já tem virtudes e ganhará ainda
mais. Já quem é fechado á Palavra de Deus, no dia do julgamento vai perder até
o pouco que tem de bom.
Como
pano de fundo está a liberdade humana, que é respeitada por Deus. Deus não quer
isso, mas respeita a direção que damos para a nossa vida.
A
conclusão que tiramos é que é fundamental sermos humildes e dóceis diante da
Palavra de Deus.
“O
coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam
seus olhos... de modo que não se convertam e eu os cure”. É por isso que Jesus
usa parábolas. Os mistérios de Deus são realidades transcendentes e exigem que
os ouvintes estejam muito abertos, senão não entendem. A parábola se torna uma
ponte, para que essas pessoas que vivem completamente por fora dos mistérios de
Deus possam entendê-los. Senão quem lhes anuncia o Evangelho acaba falando para
as paredes.
As
parábolas são histórias que nos ajudam a entender os mistérios de Deus. Ajudam
principalmente os que não estão familiarizados com esses mistérios. A parábola
tem dois planos: o direto e o figurado. O direto todos entendem: como semear, a
ação do fermento na massa, o sabor do sal... Assim, o sentido figurado fica bem
próximo e mais fácil de ser captado. Por isso, a parábola se torna um gesto de
amor de Jesus para com as pessoas que, por um motivo ou outro, não receberam
nem os primeiros rudimentos da catequese cristã.
Mas
Jesus é positivo, ele afirma que seus discípulos têm o coração aberto e por
isso vêem, ouvem e entendem o que ele fala. “Felizes sois vós, porque vossos
olhos vêem e vossos ouvidos ouvem.” Afinal, os discípulos entregaram suas vidas
a Jesus e ao seu seguimento, e receberam dele boa formação sobre os mistérios
transcendentes e sobre as coisas da fé. Agora os discípulos estão preparados
para receber um alimento mais sólido
Certa
vez, um sacerdote foi chamado para visitar um acidentado que estava desenganado
pelos médicos. O padre veio, atendeu-o em confissão e deu-lhe o sacramento da
unção dos enfermos e finalmente a Eucaristia.
Terminada
a oração, o doente pediu para cantar. Ele disse a todos os que estavam
presentes: “Gente, vamos cantar, glorificando a Deus!” E ele mesmo iniciou um
canto.
Aí
está um exemplo de como a unção dos doentes, unida à confissão e à Eucaristia,
transforma as pessoas. A graça de Deus vem a nós de muitas formas. O que nos
falta, muitas vezes, é a abertura a essa graça.
Maria
Santíssima tem sido, através de seus santuários pelo mundo, uma grande porta de
entrada para o Reino de Deus e para aos mistérios da fé. Junto dela, aprendemos
o seu jeito de amar a Jesus, o seu jeito de amar a Igreja. Santa Maria, rogai
por nós!
A
vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus.
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