22- de
julho- Quarta - Evangelho - Jo 20,1-2.11-18
Mulher,
por que choras? A quem procuras?
Hoje
celebramos a memória de Santa Maria Madalena. O Evangelho, próprio da festa,
narra o encontro dela com Jesus, logo após a ressurreição.
“No
primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de
madrugada, quando ainda estava escuro.” Ela arriscou sua vida, porque Jerusalém
era uma cidade grande, onde uma mulher andar sozinha, no escuro, na periferia,
era perigoso. Mas quem ama arrisca e enfrenta perigos.
Madalena
disse para aquele que ela pensava que fosse o jardineiro: “Dize-me onde o
colocaste que eu irei buscá-lo”. Outra atitude própria de quem ama: vai além
das próprias forças e faz coisas aparentemente impossíveis. Imagine uma mulher
carregando o corpo de um homem! Mas até que poderia, pois o amor nos torna
corajosos e nos dá força.
Nós
sabemos que Maria Madalena, antes de se encontrar com Jesus, levava uma vida
errada. Mas quem ama a Cristo é transformado por ele. Do mesmo modo que o
ferro, em contato com o fogo, se transforma e muda até de cor, assim acontece
com o ser humano quando entra em contato com Deus.
Ninguém
vive sem amor. O amor é a chave da felicidade. Ele plenifica a nossa vida. E
quando se trata do amor a Deus, mais ainda, porque é amor completo, sem
restrições. E é tão fácil amar a Deus! A felicidade está 24 horas por dia ao
nosso lado, nos esperando; basta abrir o nosso coração que ela entra. Ninguém
precisa viver sozinho na vida, nem tem direito de ser infeliz
“Jesus
disse: Maria! Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: Rabunni, que quer dizer:
Mestre.” Madalena era de Mágdala, região onde se fala o hebraico. Jesus falava
aramaico. Mas quem ama fala a língua da pessoa amada. Deus se comunica conversa
conosco na nossa língua, na nossa cultura, do nosso jeito.
Madalena
quer reter Jesus, mas ele disse: “Não me segures”. O amor cristão é universal,
é aberto a todos, especialmente aos mais pequenos. É com esse amor que Jesus
amava Madalena.
“Vai
dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso
Deus.” Jesus, que logo vai para o Céu, pede para Madalena direcionar para a
Igreja todo o amor que tem por ele. Ele volta para o Pai, mas agora como nosso
irmão, portanto, se Deus é Pai dele, é também nosso; se é Deus dele, é também
nosso.
“Madalena
foi anunciar aos discípulos: Eu vi o Senhor” É o amor a Deus manifestado na
obediência alegre e pronta. O amor a Deus se manifesta de mil formas: no
anúncio, na obediência, na caridade, no perdão, na perseverança...
Daí
para frente, Madalena passou a viver como qualquer um de nós: amando a Jesus,
presente no seu Corpo Místico, a Igreja.
A
lição vale tanto para o amor matrimonial como para o amor a Deus, que é a fonte
e o modelo do amor matrimonial. O amor, quando não é força, mas espontâneo,
torna-se forte, como o amor de Madalena para com Jesus.
Certa
vez, numa cidade de tamanho médio, um bairro da periferia ficou sem água. Caiu
um gato na caixa d’água e morreu. E o povo não conseguia limpar a caixa, tinha
de ser a prefeitura. Mas esta nunca vinha. Uma mulher foi à prefeitura, junto
com a vizinha, as duas de cor negra, tentar falar com o secretário de águas e
esgotos. Mas, além de não ser atendidas, foram humilhadas. Chamaram-nas de
“enxiridas”, expressão local que significa abelhudas, quer dizer, estão
entrando em lugar que não é delas.
A
mulher ficou irritada. Voltou e fez um abaixo-assinado. Conseguiram duas mil
assinaturas. Depois convidou a mesma vizinha e foram à prefeitura, levando as
folhas do abaixo-assinado.
Adivinhe
como foram recebidas. Levaram-nas para uma sala vip, onde havia poltronas de
luxo. Trouxeram café para elas, depois vieram conversar com elas o secretário e
o prefeito juntos. No dia seguinte os funcionários da prefeitura resolveram o
problema.
O
pessoal da prefeitura já sabia do abaixo-assinado, e logo haveria eleições
municipais.
O
nosso amor a Cristo se volta para o amor à Igreja, para o povo, especialmente
os que sofrem. Que descubramos a força da nossa união e a usemos.
As
duas podiam cantar depois: “Animados pela fé e bem certos da vitória, vamos
fincar nosso pé e fazer a nossa história”.
São
duas as marias que amaram muito a Jesus: sua Mãe e Maria Madalena. Nós pedimos
a elas que nos ajudem a amar mais a Jesus, tornando-nos seus discípulos cada
vez mais féis.
Mulher,
por que choras? A quem procuras?
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