SEXTA FEIRA DA 17ª SEMANA DO TC
31/07/2015
1ª Leitura Levítico 23, 1.4-11
Salmo 80/81 “Exultai em Deus, nosso protetor”
Evangelho Mateus 13,54-58
A Fé vislumbra Deus
Jesus está em sua comunidade onde faz o mesmo que vai fazendo em
outros lugares, prega com sabedoria e realiza os sinais autênticos que
evidenciam o seu Messianismo. Mas em Nazaré as pessoas o conhecem, sabem da sua
origem e da sua história. Nutrem uma Fé racional demais, não conseguem
vislumbrar algo especial no Filho de José e de Maria. Escutam seus ensinamentos
e até se admiram com eles, veem alguns dos sinais que ali ele realiza, mas não
acreditam.
Nas comunidades espera-se muito daquilo que as pessoas aparentam
ser, quem vem de fora trazendo na bagagem algum título, é geralmente mais bem
aceito que os da casa. A primeira condição para a pessoa ter algum cargo de
responsabilidade, seja na vida pastoral ou em algum ministério, é o seu
comprometimento pastoral. Muitas vezes, pessoas que se mudam para outras
cidades fora da arquidiocese, querem uma carta de apresentação do Pároco e
fazem questão de que na carta se coloque as funções que ela exerceu na
comunidade. Estes são os cristãos carreiristas.
A Graça Divina, operante e santificante na vida do cristão
batizado, não precisa de Curriculum ou qualquer referência anterior, ao viver a
comunhão sincera com os irmãos e irmãs da comunidade, a Graça Divina vai se
manifestando. As pessoas que questionavam sobre Jesus, possivelmente queriam
alguma carta de alguém importante do âmbito religioso, dando conta de que ele
era o esperado Messias.
Preocupados com a questão legalista do Formalismo religioso, não
conseguem ver nos sinais que Jesus realiza, a ação de Deus que Nele age e por
isso o rejeitam. Até o próprio Jesus se admira com essa rejeição, talvez
imaginasse que, por ser a sua comunidade, seria bem aceito e bem acolhido.
Os carismas que vemos brotar em nossas comunidades, nas pessoas
mais simples, devem despertar em nós alegria, por percebermos que se trata de
um carisma Divino. Mas quando a nossa fé é por demais racional, ao contrário, a
primeira reação é sentirmos inveja do outro, daí vem a rejeição e a tentativa
de menosprezar o seu trabalho, exatamente como fez a comunidade de Nazaré a
Jesus.
Jesus não realizou ali muitos milagres, não porque não tinha
poderes para isso, mas porque foi sufocado em seu carisma. Os carismas na
comunidade devem sempre ser incentivados e aprimorados, mas nunca
sufocados! (Diácono José da Cruz –
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
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