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quinta-feira, 16 de julho de 2015

Jesus visita Marta e Maria-Alexandre Soledade

29-        de julho- Quarta - Evangelho - Lc 10,38-42

Alexandre Soledade


Bom dia!
No Evangelho de Lc 10,38-42 (Jesus visita Marta e Maria) narrava a inquietação de uma irmã (MARTA) contrapondo-se com a contemplação amorosa da outra (MARIA). É fato que apenas Lucas e João narram passagens em que essa duas mulheres cruzam a vida de Jesus, mas é sabido também que nos poucos momentos que Jesus buscou o descanso, era na casa delas e de seu amigo Lázaro que Jesus encontrava um abrigo seguro.
Reparem, é outro momento e outra situação.
Naquela narrada em  Lc 10,38-42, vemos uma Marta atribulada com os afazeres e Maria prostrando-se aos pés do Senhor. Muita gente para nessa reflexão, mas convido a reparar o que aconteceu no evangelho de hoje: Dessa vez foi Marta que buscou ao Senhor enquanto Maria ficou a parte. “(…) Quando Marta soube que Jesus estava chegando, foi encontrar-se com ele. Porém Maria ficou sentada em casa“.
Um dia pode ser totalmente diferente do outro… Lembremo-nos: outro momento, outra situação.
Quantas pessoas de fé e testemunho de vida certo dia foram surpreendidas pela apatia da sensação de impotência em virtude de um fato, uma situação, uma tragédia? Quantas tempestades surgiram “do nada” sucumbindo até mesmo aqueles que já se consideravam maduros na fé? Maria, aquela que um dia se pôs aos pés do Senhor em contemplação, vivia talvez um dia sem esperança.
Saibam que esse deve ser um dos motivos que levam muitas pessoas de fé a abandonar tudo que um dia acreditaram, construiram e pregaram a viver uma vida ermitã pelo mundo. Na dor esquecemos os processos naturais da vida e as leis que regem a natureza.
Lázaro, mais adiante é ressuscitado por Jesus, mas inevitavelmente um dia morreria. Assim como hoje sou curado por Deus, um dia, retornando aos velhos hábitos ou com o avançar dos dias e dos anos, fatalmente voltariam os problemas respeitando assim a fisiologia natural do nosso envelhecimento. Lembre-se que Jesus sempre nos faz voltar melhor após encontrá-lo.
O que Marta encontrou em meio à dor da perda do seu irmão? A PAZ!
Enquanto Maria demonstrava o abatimento natural daquele que perdeu uma batalha, Marta, a que não parava, dessa vez fez a escolha certa e também não lhe foi retirada “(…) Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido! Mas eu sei que, mesmo assim, Deus lhe dará tudo o que o senhor pedir a ele”.
Portanto se o momento de agora é diferente do seguinte é importante entender que existem altos e baixos que deverão ser encarados com naturalidade e perseverança na fé. Dificilmente ficaremos o tempo inteiro no monte (contemplativo, na graça, flutuando) e também o tempo inteiro na planície (aridez, tibieza, secura), se conseguimos ver isso passaremos a entender que os tropeços são inerentes ao ato de caminhar, mas cada um é livre pra escolher por onde e que terreno deseja aprender a fazê-lo.
Um dia após o outro, mas em todos, independentemente se ensolarado ou chuvoso, rendamos graças a Deus e Nele busquemos forças e um espírito perseverante. Davi entendeu profundamente esse pensamento.
“(…) É em vós, Senhor, que procuro meu refúgio; que minha esperança não seja para sempre confundida. Por vossa justiça, livrai-me, libertai-me; inclinai para mim vossos ouvidos e salvai-me. Sede-me uma rocha protetora, uma cidadela forte para me abrigar: e vós me salvareis, porque sois meu rochedo e minha fortaleza. Meu Deus, livrai-me da mãos do iníquo, das garras do inimigo e do opressor, porque vós sois, ó meu Deus, minha esperança. Senhor, desde a juventude vós sois minha confiança. Em vós eu me apoiei desde que nasci, desde o seio materno sois meu protetor; em vós eu sempre esperei. Tornei-me para a turba um objeto de admiração, mas vós tendes sido meu poderoso apoio. Minha boca andava cheia de vossos louvores, cantando continuamente vossa glória. Na minha velhice não me rejeiteis, ao declinar de minhas forças não me abandoneis”. (Salmo 70, 1-9)
Santa Marta, ensina-nos a ver vida, a esperança e a chance e esquecer a morte, o desânimo e o fim.
Um imenso abraço fraterno.


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